KISS em Porto Alegre no Gigantinho. Confira as melhores fotos
Publicado em 17/11/2012
KISS
Gigantinho - Porto Alegre/RS
14.11.2012
Por Jonas Pilz
Fotos: Sophia VelhoA última vez que o KISS deu as caras em Porto Alegre foi na turnê do Psycho Circus, em 1999. Entre o show do Jockey Club e o do Gigantinho, a banda lançou apenas dois álbuns de estúdio. Mas, a exemplo daquela grande turnê, a banda veio mostrar na capital um bom disco.
O Rosa Tattoada, escolha mais do que óbvia e merecida para abrir a noite, estava marcado para as 19h30, mas a banda só subiu ao palco às 21h – o horário que estava marcado para o KISS. O atraso aconteceu devido a problemas logísiticos (o equipamento da banda ficou preso na alfândega), de acordo com o anúncio feito pelo sistema de som do ginásio. Nesse meio tempo, foi formada uma fila única, que tomou proporções gigantescas, para acessar o ginásio. O objetivo, ao que parece, era evitar tumultos dentro do local em função da demora.
A banda gaúcha, com 24 anos de estrada, encontrou um Gigantinho cheio e ansioso. O set de 30 minutos teve o ápice no hit O inferno vai ter que esperar. Jacques Maciel, vocal/guitarra; Valdi Dalla Rosa, baixo; e Dallis Trujillo, bateria, fizeram uma apresentação cheia de garra e entusiasmo. Ciente da responsabilidade e oportunidade de abrir o show do KISS, Jacques agradeceu a equipe da banda pelo cuidado e a cada um dos músicos norte-americanos. Para finalizar, os três trouxeram uma bandeira do Rio Grande do Sul para o palco, e aproveitaram para registrar o momento numa fotografia, com o público ao fundo.
A montagem do palco do KISS foi realizada às pressas, e em tempo recorde, se for levado em conta a estrutura habitual. As duas horas entre um show e outro cansaram os fãs, e houve muitas vaias. Cobertos pela enorme cortina preta com o logotipo da banda, a equipe também precisou adaptar todos os detalhes para um local menor do que de costume.
Às 23h30 as luzes se apagaram, e em meio a fogos e explosões, a cortina baixou e revelou o KISS descendo da plataforma suspensa até o piso do palco. O set começou com um petardo: Detroit Rock City. Uma das músicas mais marcantes da carreira do grupo, inclusive é nome de um filme em que quatro garotos fazem de tudo para ir a um show do KISS. A alegria e realização de ver a banda não deixou ninguém atônito, e o público cantou muito alto. Shout it out loud, outro clássico, manteve o pique. Paul Stanley aproveitou para fazer diversas poses para os fotógrafos que se aglomeravam na frente do vocalista, na barricada. A reação dos fãs pareceu surpreender a banda, que inclusive ao longo da noite teceu alguns elogios. Calling Dr. Love foi outra que teve grande adesão da plateia.
Paul, muito comunicativo durante o show, e sempre “falando-cantando”, anunciou as primeiras músicas do Monster, Hell or Hallelujah e Wall of Sound. Em seguida, um clássico dos anos 1970, Hotter than Hell. O refrão marcante foi cantado com muita força pelos fãs, que ainda presenciaram a primeira cusparada de fogo de Gene Simmons. I Love It Loud é uma daquelas músicas que, a exemplo de Fear of the Dark do Iron Maiden, na versão original é regular, mas ao vivo tornou-se um hino. Convidados e comandados por Gene Simmons, as 10 mil pessoas acompanharam o baixista no tradicional coro da canção. Na sequência, Paul Stnaley chamou o guitarrista Tommy Thayer para assumir os vocais, na nova Out of this World. Se a voz do guitarrista não decepcionou, o solo, em parceria com o grande baterista Eric Singer, foi sensacional. Os dois, mostrando técnica e entrosamento, ainda contaram com um excelente jogo de luzes. Sem Gene e Paul no palco, o show de pirotecnia coube a Tommy, que disparou mísseis de sua guitarra, e Eric, que ao final do solo fez um disparo de bazuca.
A volta de Gente anunciou o clássico, e um dos momentos mais esperados, solo de baixo. Completamente no escuro, e depois com apenas uma luz verde sobre si, Gene Simmons cuspiu sangue feito um demônio. A imagem do telão, em preto e branco e distorcida, com referências claras ao expressionismo alemão, era realmente assustadora. Contemplando os fãs alucinados, o baixista pediu que cantassem “ole, ole, ole”, antes de God of Thunder, outra grande obra da discografia do KISS.
Relembrando a turnê de 1999, a ótima e agitada Psycho Circus fez o público voltar a sair do chão na pista. Ainda que sem os efeitos 3D da última passagem, foi um dos pontos altos da noite, mostrando que também é um clássico.
War Machine, resgatada do Creatures of the Night, foi uma grande sacada. Paul disse que gostaria de poder falar português, e rasgou elogios ao público. O vocalista também perguntou se poderia voltar mais uma vez à cidade. A resposta óbvia da plateia foi a deixa para Love Gun, e mais pirotecnia.
Antes de Black Diamond, um show de luzes, com um globo de espelhos, parecia anunciar I was made for lovin’ you. Mas Paul, sozinho no palco, começou a dedilhar Stairway to Heaven na guitarra. A brincadeira logo terminou, quando o próprio vocalista avisou que era um show do KISS. Com grande participação dos fãs, a execução de Black Diamond, com os outros membros de volta, foi impressionante. Eric Singer foi erguido a alguns metros do solo, e depois de muitas explosões, os músicos se retiraram.
Antes do bis, todos distribuíram palhetas, baquetas e outros souvenirs. O KISS também aproveitou para, assim como vem fazendo em todos os shows da turnê, fazer uma foto com o público ao fundo.
De volta aos instrumentos, logo de cara veio Lick It Up. O público, ensandecido, ainda teve gás para cantar e pular em I was made for lovin’ you e a saideira esperada Rock and Roll All Nite. Acompanhada por uma chuva de papel picado, a música mais famosa do KISS foi um estrondo, e encerrou a noite com chave de ouro. As horas na fila, dentro do local e o aperto na pista se transformaram em sorrisos, satisfação e incredulidade. O show do KISS causa uma sensação estranha de realização, diferente de muitos grandes artistas que causam uma (boa) “depressão pós-show”. O do KISS é completo.
Ao longo da carreira, a banda despertou amor e desdém de artistas e público. Muitos batem o pé que a banda é mais marcante pelo aspecto visual do que musical. O agito na pista, arquibancada e cadeiras do Gigantinho, com certeza, não foi motivado por imagens. Ou não só por elas. A empolgação do público a cada hit mostra que a carreira do KISS é muito sólida, recheada de grandes músicas e discos fabulosos.
Os artistas que fazem turnês faraônicas, devem muito ao KISS. Os artistas que ganham muito dinheiro com seus discos e fãs, devem muito ao KISS. O show business deve muito ao KISS. O modelo de estrutura de um show de rock, a profissionalização de tudo que envolve uma banda e um espetáculo, vem muito do esforço de quatro maquiados na década de 1970.
SetlistDetroit Rock City
Shout It Out Loud
Calling Dr. Love
Hell or Hallelujah
Wall of Sound
Hotter Than Hell
I Love It Loud
Outta This World
Guitar & Drum Solo
Bass Solo
God of Thunder
Psycho Circus
War Machine
Love Gun
Black Diamond
Bis:
Lick It Up
I Was Made for Lovin' You
Rock and Roll All Nite













