O show do ano para muitos, não passou de uma grande decepção para tantos outros. Tudo estava pronto para um mega espetáculo, que não passou de puro fogos de artifício. O Evanescence entrou no palco com quase uma hora de atraso em relação do programado, após as aberturas de Luxúria (muito elogiado pelo público) e Silicon Fly (?!?!?!).
A primeira canção executada foi “Sweet Sacrificeâ€?, arrancando delírios dos afoitos fãs que se esbofeteavam nas grades de proteção. Amy Lee surgiu como um raio em meio a cortina preta e branca que tampava o palco, executando os primeiros versos da música, enquanto os músicos Rocky Gray (bateria), Tim McCord (baixo), John LeCompt e Terry Balsamo (guitarras) ficavam com a responsabilidade de acompanhar a lírica vocal com os acordes de seus instrumentos.
Voltando aos fãs, foi só deles que Amy e sua trupe conseguiram arrancar gritos e choros de felicidade. A partir da segunda música, ficava claro que o show não tinha engrenado, estava tudo muito mecânico, sem brilho, sem emoção. A vocalista dos longos cabelos negros estava bem empolgada em cima do palco, mas não teve tanta interação com o público como costuma acontecer em outros shows pelo mundo (da própria banda). Por outro lado, não faltaram os clichês, como um “muito obrigadaâ€? da moça arriscando um português ou “Eu nunca vi um público como vocês antesâ€?, ou algo parecido.
Mesmo assim, o show prosseguiu, até chegar na música mais empolgante da noite, “Whisperâ€?, do álbum “Fallenâ€?. Sem dúvida foi a que levantou alguns pézinhos do chão, e foi onde a banda conseguiu uma interação maior com os presentes. Alguns problemas técnicos ocorreram na execução de “Lithiumâ€?, último single da banda, quando a luz deveria focar apenas a vocal (que estava no piano), o que só ocorreu há poucos minutos do final da canção.
O Evanescence se apresentou em uma produção de primeiro mundo. Palco gigantesco, “casaâ€? cheia, segurança de alto nível, boas instalações, mas tanto profissionalismo parece que deixou o show frio, quase que seguindo um ensaio a risca. Apesar de tudo, os fãs saíram satisfeitos. Afinal, foi a primeira vez do grupo no Brasil, o que demorou pra ocorrer e que deve demorar para se repetir.
A performance chegava ao fim com “Lacrymosaâ€?, do álbum “The Open Doorâ€?, com o típico coral de fundo, mas a banda retornou para um bis duplo, com “My Immortalâ€? e “Your Starâ€?, em um show que mesclou músicas do antigo e do novo CD.
A banda se despede do Brasil, após passar por quatro cidades, o que pode ter prejudicado um pouco o show no Rio de Janeiro, deixando o fator cansaço tomar conta do grupo, que deve ter levado à fraca e curta (72 minutos) apresentação. Mas fica a torcida para que nas próximas vezes, se houver, as circunstâncias sejam outras.
Por Felipe Vinha