O tradicional festival Odin’s Krieger Fest celebrou a cultura e a música viking e folk mais uma vez em São Paulo. O Carioca Club foi a taverna onde os fãs puderam vibrar não só com um line up de bandas incríveis, como também ter a experiência de uma verdadeira feira medieval. Ponto positivo para organização e, com certeza, para aqueles que puderam renovar as armaduras, capas e acessórios.
A Tunas Celtic Band foi a escolhida para abrir o evento com o seu repertório rico nas músicas tradicionais irlandesas e celtas. Com uma produção que transformou o palco em um barco viking, o púbico embarcou na animação da banda e abriu as primeiras rodas de dança.
A jornada só estava começando, e a Eldhrimnit assumiu o controle da embarcação com uma temática de piratas alcoólicos e principalmente com suas canções autorais no estilo celta, que foram entoadas em português com bastante empolgação. Um exemplo disso foi a luta de convés aberta pelo público, isto é, uma disputa típica das embarcações que lembra combate medieval, wrestling e moshpit. Ponto alto também para a faixa “Capitão e seu convite a celebrar os raros prazeres da vida em meio ao mar de obrigações.
Na sequência, a Taberna Folk transportou o evento para um festivo jantar medieval com canções da saga “The Witcher”, por exemplo, além de flautas, percussões e vocalizes que impressionaram os fãs paulistanos.
Caminhando para o final da noite, os penúltimos a subirem no palco foi a Terra Celta. Misturando com muita originalidade o folk e a música brasileira, a banda conduziu o público com maestria. O vocalista e multi-instrumentista, Elcio Oliveira, foi cirúrgico em sua presença de palco tornando a energia do show contagiante – talvez até o suficiente para fazer o quadrado rolar. Nesse sentido, canções como “O Quadrado” e “Um Outro Lugar” marcaram como hit os ali presentes.
No entanto, a ansiedade do público só chegaria ao fim com os primeiros acordes de “A Man with a Plan” do Korpiklaani na casa. Embora a banda finlandesa tenha respondido a altura a recepção calorosa que recebeu, a qualidade do som no primeiro quarto do show deixou a desejar. Infelizmente, o problema só foi totalmente solucionado com a direcionamento para a plateia de algumas caixas do retorno de palco.
Mesmo assim, comemorando 20 anos de estrada (ainda que tenha tido outros nomes em sua história, como Shaman) o conjunto finlandês se destacou principalmente pelo carisma de Jonne Järvelä (vocalista e guitarrista) e o sincronismo harmonioso de Sami Peritula (acordeão) e Olli Vänskä (violino). Os sucessos do “clã da floresta” como “levan Polkka”, “Jagermeister” e
“Vodka” se elevam ao vivo e marcaram esse grande show.
O Odin’s Krieger Fest assim chegou ao fim. Ainda que para alguns possa ter sido um ponto negativo o horário de término do evento ter ultrapassado o fechamento dos metrôs em SãoPaulo, o festival comprova o porquê é uma das festas folks mais prestigiadas do Brasil. A qualidade e pontualidade das bandas, além da organização da experiência temática, são exemplos disso. Vale estar na sua próxima agenda!
Texto por Matheus Rabelo Lopes
Fotos: Bárbara Matos