ARMAGEDDON FESTIVAL 2019 em Joinville/SC
01 de junho de 2019
Expoville
Texto e Fotos: Raul Mateus Noering e Priscila Ramos
Demorou mas aconteceu a segunda edição do tão aclamado Armageddon Metal Fest em Joinville-SC no sábado dia 01 de junho. A primeira edição aconteceu em 2014 e desde então o público esperava ansiosamente por uma segunda edição. Os últimos dias que antecederam o festival só se falavam nisso nas redes sociais, claro, muito em função do cast matador: a volta do Shaman, os gregos do Rotting Christ, Ratos de Porão, Motorocker, Gangrena Gasosa, Semblant, Tuatha de Danann, The Mist, The Secret Society, Symmetrya, Flesh Grinder, Violent Curse, Blackmass, Huey e Total Detah, ou seja, 15 bandas e mais de 12 horas ininterruptas de show para ninguém colocar defeito.
O festival estava previsto para iniciar 14h e logo que chegamos na Expoville já avistamos um “mundaréu” de headbangers e ônibus de excursões. A entrada estava organizada com filas separadas para quem iria comprar ingresso na hora e para quem já havia comprado. O credenciamento também foi bem tranquilo.
A semana que antecedeu o festival caiu muita chuva em Santa Catarina, tanto que havia certa preocupação em como seria se no sábado chovesse torrencialmente. Pois bem, no sábado choveu e o evento estava preparado para isso, pois mesmo que o local dos shows era coberto a parte externa onde ficava a praça de alimentação e a entrada do evento também estavam devidamente protegidos da chuva. E o principal de tudo, nem mesmo a chuva intimidou o público que marcou presença em peso.
Assim como na primeira edição, a estrutura contou com 2 palcos (Palco Red Records e Palco Armageddon) o que possibilitou 12 horas de som com poucos minutos de intervalo. Quando o relógio marcou 14h, pontualmente a banda Violent Curse subiu ao palco. Havia um pit para fotógrafos na frente do palco o que facilitou e muito a cobertura. Logo em seguida subiu ao palco a banda curitibana Semblant mandando ver um death metal melódico de muita qualidade. Fazia muito tempo que eu não assistia Semblant (mais de 6 anos) e me impressionou como a banda evoluiu e cresceu. A presença de palco é fantástica, certamente não demorarei mais tanto a assistir um novo show deles. Logo depois era a hora da banda Huey de São Paulo uma banda instrumental que mistura de Rock, stoner e heavy metal. Quando era 15h45, ainda no mesmo esquema pontual, subiu ao palco o Tuatha de Danann, banda mineira de folk metal e agitou muito o público presente. Depois era a hora de black metal com a horda Blackmass de Cascavel e depois veio a já conhecida Flesh Grinder, banda de splatter de Joinville. 17h50 subia ao palco a banda Symmetrya também de Joinville e logo depois a banda The Secret Society de Curitiba mesclando hard rock com pós-punk o que rendeu muitos elogios a banda, ouvimos muitos comentários positivos do público em relação à apresentação. E então era a hora do The Mist que se uniu para comemorar o 30º aniversário de sua fundação e do lançamento de seu primeiro álbum Phantasmagoria. A banda era muito esperada pelos fãs e público presente. 20h subiu ao palco a banda Gangrena Gasosa, a primeira e única banda de Saravá Metal do Brasil que mistura de metal com hardcore e pontos de umbanda. O show deles é um verdadeiro espetáculo, com seus integrantes fantasiados de entidades e suas letras em português bem humoradas e ao mesmo tempo ácidas. Quem viu curtiu e não se arrependeu.
Logo em seguida subiu ao palco João Gordo e sua trupe com o Ratos de Porão, que dispensa apresentações. A banda vem celebrando os 30 anos da gravação do disco “Brasil”, um de um dos seus principais álbuns gravado em junho de 1989 e tocou o disco na íntegra.
21h45 estava previsto para iniciar Shaman, muito aguardado pelos fãs, afinal, após 12 anos a banda reúne a formação original para um show de quase 2 horas. Nesse momento houve um pequeno atraso de aproximadamente 15 minutos, porém a espera valeu muito a pena. André Matos, Hugo Mariutti, Luis Mariutti, Ricardo Confessori e Fabio Ribeiro levaram o Armageddon abaixo com os álbuns “Ritual” e “Reason”. O show ainda contou com o vídeo onde o André Matos explica os motivos da reunião. A apresentação foi sensacional do começo ao fim e com certeza os presentes saíram satisfeitos por ter assistido esse show histórico. Nesse momento o público não fazia ideia de que aquele poderia ser o último show que veriam do André Matos visto que exatos 7 dias depois o músico pegou todos de surpresa e faleceu de um ataque cardíaco. Inacreditável depois de vê-lo em cima daquele palco com aquela energia, voz e disposição… Uma enorme perda no metal nacional. Hoje escrevendo essa resenha me sinto honrada em ter presenciado sua voz e seu talento inigualável e ter visto seu penúltimo show.
Logo após as quase 2h de show do Shaman era a hora dos gregos do Rotting Christ. E novamente eu assistiria a um show deles, já é o sexto show que presencio e não me canso, afinal, o que é bom merece ser revisto centenas de vezes. O show estava previsto para iniciar 23h55, porém em função do atraso que houve no Shaman refletiu no restante dos horários e o Rotting Christ subiu ao palco com aproximadamente 15/20 minutos de atraso, porém muito compreensível. A banda veio ao Brasil para divulgar o álbum “The Heretics” o que em minha opinião foi o melhor lançamento de 2019. Além disso, a banda também conta com uma nova formação, além dos irmãos Sakis e Themis, agora completam o lineup Giannis Kalamatas na guitarra e Melanaegis Lykaionas no baixo. Rotting Christ como sempre não decepciona. Começaram com a faixa Hallowed Be Thy Name do novo álbum e emendaram com Kata Ton Daimona Eaytoy do álbum de mesmo nome lançado em 2013. Ainda do álbum The Heretics tocaram Fire, God and Fear e Dies Irae. Tocaram músicas do penúltimo álbum Rituals além de clássicos que não faltam em um show da banda: The Sign of Evil Existence, Non Serviam e Societas Satanas cover do Thou Art Lord (projeto paralelo do Sakis com Magus do Necromantia). Os gregos foram muito ovacionados pelo público, a entrega da banda durante o show é sensacional e só comprova que a cada ano que passa a performance ao vivo e a qualidade do som só melhoram. No final eles foram extremamente simpáticos e atenciosos e conversaram com os fãs.
Após Rotting Christ era a vez de um dos maiores nomes do rock’n roll brasileiro: Motorocker. A banda curitibana agitou e divertiu o público restante com muita energia e qualidade. E então era a hora da última banda e o festival estava perto do fim: era perto das 02h30 e subiu ao palco a banda Total Death do Equador. A banda tinha muita energia ainda e detonou com seu death metal de qualidade e agitou o público remanescente, infelizmente já não estava mais tão cheio, pois 12 horas de apresentações foi puxado, os corredores da Expoville encontravam-se cheios de headbangers cansados, sentados e até deitados ávidos por um cochilo.
O festival contou ainda com área de merchandising, guarda-volumes, área de vendas de cervejas, água e refrigerantes (ouvi comentários de que faltou agradar os que gostam de bebidas destiladas). A praça de alimentação contava com foods trucks e chope, tudo de alta qualidade e a preços acessíveis.
Enfim, o festival foi fantástico e de alto nível. Um dia que os fãs de metal dificilmente esquecerão. Torcendo muito para que o Armageddon entre no calendário anual de festivais.
Vale frisar que a estrutura do palco estava impecável juntamente com um ótimo sistema de luz e som. O Agenda Metal parabeniza e agradece imensamente a organização: Fernando Zimmermann, Rodrigo Zimmermann, André Smirnoff, Lucas Scaravelli e em especial ao Clovis e Kenia pelo suporte com a imprensa.
BLACKMASS
FLESH GRINDER
GANGRENA GASOSA
HUEY
MOTOROCKER
RATOS DE PORÃO
ROTTING CHRIST
SEMBLANT
SHAMAN
SYMMETRYA
THE MIST
THE SECRET SOCIETY
TOTAL DEATH
TUATHA DE DANANN
VIOLENT CURSE
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