Avantasia em São Paulo

AVANTASIA – CREDICARD HALL, 22/06/2008

O show do ano até agora. Assim pode-se resumir o grande espetáculo trazido por Tobias Sammet ao Brasil, com seu projeto Avantasia, já na parte final da turnê mundial. Turnê, aliás, e como lembrou o próprio Tobias no show que aconteceu no Credicard Hall, que só vingou graças a Sascha Paeth, um dos guitarristas do projeto, que convenceu o vocalista a mostrar ao vivo a magnífica obra gravada em estúdio.

Além de Sascha, Tobias trouxe ao Brasil o também guitarrista (e cantor) Oliver Hartmann, as backing vocals Amanda Sommerville e Claudy Young, o tecladista Michael “Miro” Rodenberg, o baixista Robert Hunecke-Rizzo e o baterista Felix Bohnke, todos formando a “banda de apoio”. Completaram o time, participando como convidados especiais, os vocalistas André Matos e Jorn Lande.

Às 20h15, com o Credicard Hall cheio, mas não lotado, a banda deu início à jornada com “Twisted Mind”, faixa de abertura do recém lançado álbum “The Scarecrow”, cantada com entusiasmo por todos. Na seqüência, veio “The Scarecrow”, a música, e a primeira participação da noite, com Jorn Lande, em performance brilhante, fazendo a platéia agitar ainda mais. Após mais uma com Lande, foi a vez de André Matos aparecer. Visivelmente empolgado, correndo de um lado para o outro, iniciou sua participação cantando a clássica “Reach Out For The Light”, seguida de “Inside”, cujo refrão ficou a cargo do público. André Matos fez discurso, orgulhando-se de ser o único brasileiro na equipe que rodou o mundo, e saudou a agitação da galera na pista e nas cadeiras. Ao pé do ouvido, ensinou Tobias Sammet a falar algumas palavras em português, que não se furtou em dizê-las: “Do caralho, São Paulo” fez o Credicard Hall ir ao delírio.

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O palco estava simples, mas bem organizado, com praticáveis para as backings vocals, do lado direito da bateria, e para o teclado, do lado esquerdo. Duas escadas davam acesso a um palco mais alto logo atrás da bateria. Foi por ali que Jorn Lande apareceu no começo do show. Como pano de fundo, a arte do espantalho que estampa a capa do álbum “The Sacrecrow”. O som esteve muito bom durante toda a noite, porém as guitarras, na hora dos solos, soavam altas e estridentes demais, o que, no entanto, não comprometeu em nada a performance.

Antes de “Lost In Space”, Sammet explicou que a música, quando foi lançada como single, não havia sido bem aceita, principalmente na Europa, sendo taxada de comercial demais, mas convocou o público a cantar junto. Tivemos, ainda, “Shelter From The Rain”, “Avantasia”, “Farewell” (com Amanda Sommerville cantando), “The Toy Master” e outras, culminando no ponto alto da noite, já no bis.

Foi com o medley “Sign Of The Cross/The Seven Angels” que a platéia incendiou de vez. A banda começou a música, e a intenção era apresentar os músicos, mas, ao invés disso, o público fez as vezes de vocalista e cantou as primeiras estrofes, deixando Tobias Sammet boquiaberto e completamente impressionado, não esboçando reação. Feita a apresentação e os agradecimentos, aí sim todos cantaram, com todos os músicos reunidos no palco, finalizando uma noite memorável.

O show foi muito divertido, com a banda o tempo todo interagindo com o público, tanto durante as músicas como nos intervalos. Em um dos intervalos, inclusive, Tobias Sammet chegou a revelar seu “mal-estar” por causa de uma comida estragada, e Amanda Sommerville disse que a comida fez mal a ela também, provocando risadas do público e o grito de “gostosa”. Houve, também, diversos momentos marcantes, como, por exemplo, quando André Matos adentrou o palco com a bandeira do Brasil e a entregou a Tobias, que a agitou sem parar. Enfim, com um repertório fantástico e músicos excelentes, foi o melhor show do ano até agora no Brasil.

Por César Garcia

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