Após rodar a Europa de ponta a ponta ao lado de Helloween e Gamma Ray, a banda Shadowside está de volta ao Brasil para promover “Inner Monster Out”, considerado um dos melhores discos lançados na história do heavy metal brasileiro, segundo a mais recente edição da revista Roadie Crew.
Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, a bela vocalista Dani Nolden, nos conta algumas curiosidades sobre a banda, detalhes da última passagem pela Europa e o que vem por aí!
Por Priscila Ramos
A Shadowside acabou de voltar de uma turnê de dois meses na Europa ao lado das bandas Gamma Ray e Helloween. Como surgiu o convite? E conte-nos um pouco sobre essa experiência.
Dani Nolden: O convite foi feito pelo management do Helloween. Eu já havia entrado em contato várias vezes com eles e já há vários anos eu manifestava nosso interesse em ser a banda de suporte deles na Europa, porém apesar da amizade que temos com o pessoal do Helloween, isso nunca acontecia. Eles sempre diziam que entrariam em contato se tivessem interesse, porém dessa vez acredito que eles consideraram que estávamos prontos e nos deram a chance fazendo o convite para que nós os acompanhássemos em toda a tour europeia. Foi uma honra pra nós, não apenas porque fizemos parte de algo histórico, que é uma tour ao lado de bandas tão importantes como essas, mas também porque pudemos representar o Brasil em várias situações muito especiais, como termos sido a primeira banda de metal brasileira a tocar nos palcos do Olympia em Paris, França, por onde passaram os Beatles, Janis Joplin, Elis Regina e Tom Jobim, entre muitos outros. Foi uma turnê cansativa, praticamente sem tempo livre, pois tínhamos viagens de mais de 1000km nos poucos dias sem shows, porém foi uma experiência maravilhosa, recompensadora. Voltamos exaustos mas com a sensação de ter participado de algo marcante! Somos muito gratos ao Helloween, ao Gamma Ray e as suas equipes por eles terem nos dado essa chance.
Como foi a escolha do setlist em cada show na Europa? Vocês fizeram algumas modificações entre um show e outro?
Dani Nolden: Nós procuramos priorizar o “Inner Monster Out”, pois já havíamos feito a turnê de divulgação do “Dare to Dream” em 2010, portanto queríamos mostrar o que tínhamos de novidade. Fazíamos modificações às vezes, trocávamos uma música em praticamente todos os shows pra não ficarmos entediados e manter sempre a surpresa, o público poderia olhar o set list na internet, mas nunca saberia qual seria a surpresa do dia!
Vocês realizaram mais de 30 shows em diversas cidades na Europa. Teve algum show que marcou mais? Seja pela cidade, pela casa de espetáculo ou pelo público?
Dani: É sempre difícil apontar apenas um… vários shows foram marcantes, tanto em lugares onde já havíamos tocado antes quanto os novos países que visitamos. Na Polônia, por exemplo, o público foi simplesmente insano e até os seguranças batiam cabeça durante o show… ninguém lá vai ao show pra ficar de braços cruzados, todo mundo é realmente louco no melhor sentido possível. Países como Bulgária e República Tcheca, que eram novidades para nós, foram incríveis e, é claro, a casa de espetáculos na França nos marcou para o resto de nossas vidas, já que fomos a primeira banda de Metal brasileira a tocar nos palcos do Olympia de Paris, por onde já passaram os Beatles, Janis Joplin e brasileiros como Elis Regina e Tom Jobim.
Em 2010 vocês fizeram uma turnê acompanhando a banda WASP. Quais as diferenças entre a turnê de 2010 e a de 2013?
Dani: Essa turnê de agora foi muito mais cansativa porque não tivemos pausas. Em 2010, com o WASP, tínhamos alguns dias livres entre os shows, então sempre tínhamos tempo pra descansar um pouco e curtir a cidade após uma sequência de três, quatro shows. Porém, nessa de 2013, isso não aconteceu. Nos poucos dias livres que tivemos, tínhamos que viajar mais de 1000km portanto não tínhamos tempo nem para comer com calma. Foi uma longa sequencia de shows sem descanso, então estávamos completamente focados, alguns dias que eu tinha que checar várias vezes onde estávamos porque eu simplesmente esquecia… no primeiro show na Alemanha, quando eu ia gritar o nome da cidade, desisti porque não conseguia lembrar e quase gritei o lugar errado, tive que dizer meu boa noite só lá para o meio do show que foi quando eu lembrei onde estava (risos).
Existe alguma diferença entre os fãs brasileiros e os fãs europeus? Como é a receptividade do público de fora?
Dani: Em alguns países, sim. O público escandinavo é bem contido, por exemplo. Na Noruega, por exemplo, nós só descobrimos que o público havia gostado de nós pelo número imenso de pessoas que veio nos procurar para elogiar a banda no final do show, além de ter sido um sucesso enorme de vendas. Muitas pessoas que compraram todos os nossos CDs e ainda levaram uma camiseta foram pessoas que assistiram ao show inteiro sérias, de braços cruzados ou com as mãos nos bolsos, apenas observando. Então o que nós no Brasil seria alguém odiando o show, lá é apenas um fã que está escutando e vendo a apresentação atentamente. Porém, no leste europeu, eles são insanos do começo ao fim do show, são calorosos como os brasileiros. São reações diferentes que chocam bastante na primeira experiência internacional.
Como o álbum “Inner Monster Out” foi recebido pelos fãs europeus? Tiveram o feedback esperado?
Dani: Foi o nosso álbum mais vendido até hoje e o mais elogiado também, acredito que os fãs consideram o “Inner Monster Out” o nosso melhor trabalho até hoje. Não posso dizer que tivemos o feedback esperado porque eu realmente não sabia o que esperar (risos). Mas posso dizer que foi maravilhoso, pois o trabalho foi aprovado tanto pelos fãs que nos acompanhavam desde o início da banda quanto pelo público que está chegando agora então realmente não tenho do que reclamar! Estou muito feliz com a receptividade do público com relação ao álbum.
A Shadowside é hoje uma das bandas brasileiras mais reconhecidas no exterior. Como vocês resumem esse sucesso e ao que atribuem?
Dani: Muito trabalho, muita paciência, muita determinação e perseverança. Nós nunca desistimos, mesmo quando tudo parecia perdido, mesmo com problemas sérios com gravadoras, acidentes em tours, rejeição no início da carreira. Cada “não” que escutávamos apenas era mais um motivo para trabalharmos ainda mais duro. Cada fã que vai a um dos nossos shows pode vir conversar conosco se quiser, pois fazemos questão de atender a cada um deles, mesmo quando uma fila enorme se forma após a apresentação… estamos cansados, precisamos acordar cedo no dia seguinte para mais uma viagem, mas atendemos a todos eles com um sorriso no rosto, pois eles são a razão de estarmos vivendo o sonho. Fazemos tours longas, sempre deixando nossas famílias e parceiros nos esperando, o que não é fácil… temos uma vida bem complicada e o sucesso que estamos curtindo hoje é resultado de muitos anos de muito sacrifício pessoal. Não estou reclamando nem um pouco, mas realmente não foi fácil chegar onde estamos.
Vocês conquistaram o prêmio, na categoria melhor álbum de Metal/Hardcore do “11th Annual Independent Music Awards”. Qual foi a sensação de ter recebido esse prêmio? Já esperavam?
Dani: Isso foi um grande marco na nossa carreira e não esperávamos de forma alguma, especialmente porque vencemos na votação popular e não pela escolha dos jurados. É claro que também adoraríamos ter sido escolhidos pelos jurados, não vou ser hipócrita de dizer que não (risos). Mas, pra mim, ter vencido por voto popular deu um sabor especial a essa conquista, pois foi a voz dos fãs. Milhares de pessoas de todo o mundo votaram, várias bandas muito importantes como Lacuna Coil participaram em edições anteriores do mesmo concurso, portanto ter essa vitória na nossa carreira é um acontecimento muito especial e, como sempre na nossa carreira, não teria sido possível sem os fãs! Não estaríamos onde estamos sem eles e esse concurso apenas deixou claro como eles estão sempre ao nosso lado, nos apoiando e empurrando pra cima.
A banda foi formada em 2001. Nesses 12 anos de banda, quais foram as maiores mudanças até os dias de hoje?
Dani: A formação hoje é completamente diferente daquela que iniciou a banda, o único membro que está na Shadowside desde o primeiro álbum (Theatre of Shadows), é o Fabio Buitvidas, além de mim. Estabilizamos a banda em 2007 com o Raphael Mattos na guitarra, que foi quando começamos a fazer turnês internacionais e encontrar nossa identidade. Não tivemos grandes mudanças musicais… nossa música ficou apenas mais pesada e bem mais madura! Nossas características marcantes, que são as melodias, a energia e os riffs nervosos de guitarra se mantiveram e sempre estarão lá!
A Shadowside está com um show marcado em São Paulo, no próximo dia 26 de maio na Via Marquês. Qual é a expectativa da banda em voltar a tocar na capital após 7 anos? O que os fãs podem esperar?
Dani: Estamos muito ansiosos! Não apenas por ser uma comemoração da nossa volta ao Brasil, mas também porque é nosso primeiro show como banda headliner na capital paulista. Nunca fizemos um show de mais de uma hora em São Paulo. Tocamos no ano passado com The Agonist, porém foi apenas uma participação especial, marcada de última hora e tocamos apenas por meia hora por conta de alguns problemas na passagem de som e pelos horários rígidos da casa. Dessa vez, faremos um show completo, com produção internacional, músicas que não tocamos há anos e uma surpresa com os nossos amigos do SupreMa que tocarão no evento também. Estamos trazendo para a capital o show mais impactante que o Shadowside já fez até hoje e espero que os fãs curtam muito! Mal posso esperar pelo calor do público paulistano!
Quais são os próximos planos e projetos da banda?
Dani: Faremos mais alguns shows pelo Brasil antes de encerrarmos o ciclo do “Inner Monster Out”, porém não repetiremos mais cidades. Por onde passarmos até o final de 2013, não tocaremos mais até a próxima turnê. Depois disso, vamos sentar para compor o novo álbum, que deve ser gravado em algum momento de 2014.
Muito obrigada pela entrevista, parabéns pelo sucesso da Shadowside, e deixo o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos fãs e aos leitores do Agenda Metal.
Dani: Muito obrigada pelo espaço e apoio! Espero ver todos vocês em algum show ainda este ano, fiquem ligados no nosso site oficial que as datas são colocadas na agenda assim que são confirmadas. Grande abraço!
Shadowside faz grande apresentação neste final de semana em SP
Serviço São Paulo
Wikimetal orgulhosamente apresenta Shadowside e SupreMa
Data: 26/05/2013
Local: Via Marquês
End: Av. Marquês de São Vicente, 1589.
Hora: a partir das 19h
Preços: R$ 20,00 (1° lote estudante – pista promocional) | R$ 40,00 (1° lote – pista promocional) | R$ 70,00 (1° lote – camarote) | R$ 80,00 (1° lote – pista + meet and drink) | R$ 110,00 (1° lote – Camarote + Meet and Drink)
Ingresso online: https://ticketbrasil.com.br/show/shadowside-sp/
Pontos de venda: Mutilation Records (Galeria do Rock), Chilli Beans (Vila Leopoldina), Sick’n’Silly (Jardim Paulista), Lakau Surf (Shop Guarulhos), Microcamp (Casa Verde) e pontos autorizados pela Ticket Brasil.
Evento Facebook: https://www.facebook.com/events/472746186114561/
Imprensa: 13 9161.6267 – press@theultimatemusic.com
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