Renascidos Mais Uma Vez: Entrevista Com Fabio Lione, Atual Vocalista Do Angra
Se o Angra ainda é um dos nomes mais representativos do heavy metal brasileiro, é porque soube equalizar as glórias do passado e a preocupação com o futuro. Hoje, mais de 20 anos depois de iniciar a carreira, a banda paulista ainda consegue despertar interesse, seja por seu legado ou pelas promessas de novidade.
Após algumas trocas na formação, o atual quinteto renasceu em 2013. Para a nova fase, Rafael Bittencourt (guitarra), Kiko Loureiro (guitarra), Felipe Andreoli (baixo) e Ricardo Confessori (bateria) terão a companhia do vocalista italiano Fabio Lione (Rhapsody of Fire, Labyrinth, Ayreon, Vision Divine, Kamelot). É esse time de músicos que tocará em Porto Alegre dia 1º de agosto, às 22h, no Opinião (José do Patrocínio, 834), com a turnê comemorativa de 20 anos do primeiro álbum, Angels Cry. As bandas Sastras (Butiá/RS) e Datavenia (Frederico Westphalen/RS) farão as apresentações de abertura.
A escolha, um tanto inusitada, de um estrangeiro para assumir o posto que já foi de André Matos e Edu Falaschi gerou espanto em alguns. Porém, o talento do cantor europeu mostrou que a opção foi acertada. Nos shows que fez até o momento, Fabio foi bem recebido pelo público. Mas isso não diminui o grau de dificuldade da função que desempenha. Afinal, ele está à frente de uma entidade do metal nacional.
Até o momento, o Angra tem sete álbuns de estúdio e uma variedade de músicas consideradas clássicas. Se para a banda isso é reconhecimento, para o atual vocalista é desafio. Segundo ele mesmo, a adaptação à banda foi um processo trabalhoso.
Em entrevista exclusiva para a Abstratti, via e-mail, Fabio comentou sobre a dificuldade de executar com perfeição as composições dos amigos brasileiros, e revelou um pouco de sua história até o convite para integrar o Angra. Confira o bate-papo a seguir!
Antes de qualquer coisa: como você conheceu o pessoal do Angra e como surgiu a ideia de assumir o vocal da banda?
Fabio Lione – Bem, conheço o Kiko Loureiro e o Rafael Bittencourt há um bom tempo. Por volta de 2000, eu estava com eles na América do Sul, durante a primeira tour do Vision Divine, e rolou um feeling bacana. Então, podemos dizer que somos bons amigos. Em seguida, encontrei o Ricardo Confessori e o Kiko na Itália. Acho que, provavelmente, o Kiko foi o primeiro a ter a ideia de me chamar. Ele me pediu para colaborar com o Angra e fazer os festivais 7000 Tons of Metal e Live ‘n’ Louder. Em seguida, pediu para acompanhá-los durante essa turnê sul-americana. Preciso dizer que estou muito feliz de ter aceitado, pois os caras são muito legais e a banda é ótima.
Tem ideia do legado que o Angra representa para a cena metal do Brasil?
Fabio Lione – Acredito que não completamente. Eu sei que o Angra é excelente e que a banda é bem conhecida. Porém, tenho certeza que vou saber mais sobre eles durante essa nossa turnê.
Lembra quando foi a primeira vez que ouviu Angra?
Fabio Lione – Sim, muito bem! Ouvi o primeiro disco (Angels Cry, de 1993) assim que ele saiu. Logo em seguida, também conheci algum dos caras da banda na Itália e vi alguns shows deles. Então, para o segundo álbum (Holy Land, de 1996), eu estava na Alemanha, acho que no Pathway Studios, e ouvi algumas faixas. Eu realmente gostei do trabalho.
Qual sua música preferida da banda e qual disco favorito?
Fabio Lione – São muitas músicas boas, fica difícil escolher. Mas, provavelmente, minhas canções favoritas são ‘Angels Cry’, ‘Silence and Distance’, ‘Carolina IV’, ‘Gentle Change’, ‘Millennium Sun’ e ‘Nova Era’. Eu realmente curto muitos sons do Angra, é complicado escolher um só.
Sobre meu disco preferido: eu gosto bastante do Holy Land, porque, em minha opinião, esse registro tem um toque especial e um feeling diferente. As letras são ótimas, a produção é muito boa, as faixas são excelentes… Um perfeito segundo disco para a banda. No entanto, preciso dizer também que Rebirth (2001) e Temple of Shadows (2004) são grandes discos.
Você já cantou em bandas reconhecidas de heavy metal, como Rhapsody of Fire, Labyrinth, Ayreon, Vision Divine e até no Kamelot. Com essa experiência, foi fácil adaptar-se ao estilo do Angra?
Fabio Lione – O Angra e sua música são muito particulares e não são fáceis, mesmo! Em relação ao vocal, a abordagem é diferente se comparada a do Rhapsody of Fire, Kamelot ou alguma outra banda que você mencionou. A melhor coisa que se pode fazer em qualquer banda é adaptar-se à música sem mudar o espírito, o sentimento dos sons e do grupo. Se você estiver apto a encaixar seu estilo e toque pessoais, e as pessoas continuarem ouvindo o som ‘da banda’, significa que está fazendo seu trabalho sem perder sua personalidade. Não faz sentido copiar outros músicos ou cantores, pois o público sente quando uma banda tem carisma na música e nas vozes. Isso é o mais importante. Então, como músico, devo dizer que estou feliz de cantar e experimentar diferentes estilos e novas direções. Você sempre aprende e descobre algo, o que lhe dá mais experiência.
Até o momento, como tem sido os shows e a reação do público? Você gostou do que viu nas apresentações?
Fabio Lione – Em geral, confesso que fiquei surpreso (uma reação parecida com a que tive cantando no Kamelot durante mais de um ano excursionando com eles, pois os fãs são muito entusiastas). Com o Angra, fizemos alguns festivais e a receptividade da plateia foi boa. As pessoas estavam cantando, gritando e sorrindo. Acredito que os admiradores da banda estão contentes neste momento, e estão ao lado dos caras, dando suporte e confiando no que estamos fazendo. Isso é importante, porque os músicos percebem essa reação.
Você tinha cantado em bandas italianas e norte-americanas. Agora, faz parte de um grupo brasileiro. Quais características fazem de você um músico cosmopolita?
Fabio Lione – Acredito que tenho meu próprio estilo e sonoridade, algo que, para mim, é importante. Se você pode ser versátil como músico, fazer as pessoas felizes e dividir bons momentos com elas no palco e fora dele, isso é muito válido. As pessoas percebem quando você ama o que faz. Lógico que sou conhecido pelos trabalhos com Rhapsody of Fire, Vision Divine, Labyrinth, Ayreon, Athena, Kamelot, etc. Fico satisfeito de ver que, depois de anos, tenho novos amigos e pessoas que apreciam o que fiz e continuo fazendo.
Existe a possibilidade de você gravar um disco de inéditas com o Angra? Já chegou a conversar com os caras da banda sobre isso?
Fabio Lione – Sim, já falamos desse assunto, parece bem interessante para nós. Às vezes conversamos e outras fazemos piadas sobre o tema. Tenho certeza de que faremos o melhor possível e tomaremos a melhor decisão para a banda. No momento, com certeza, o melhor que temos a fazer é tocar para os fãs do Angra e apresentar uma excelente turnê. Provavelmente depois disso é que vamos discutir mais e pensar qual será o próximo passo. Agora, só esperamos dividir ótimas vivências com as pessoas nessa tour.
Texto e entrevista: Homero Pivotto Jr.
Abstratti Produtora
ANGRA com FABIO LIONE em Porto Alegre: Informações gerais
Onde: Opinião (R. José do Patrocínio, 834)
Quando: 1º de agosto, quinta-feira
Cronograma:
20h – Abertura da casa
20h20min – Sastras
21h – Datavenia
22h – Angra
Ingressos :
Primeiro Lote: R$ 65,00 [ESGOTADO]
Segundo: R$ 75,00 [ESGOTADO]
Terceiro Lote: R$ 85,00 [ESGOTADO]
Quarto lote: R$ 95,00
HotPass:
R$ 20,00
*O HotPass dá direito a entrar 30min antes da casa abrir para os demais clientes. Quem adquirir o passaporte deve estar na entrada do Opinião às 19h (sem necessidade de entrar na fila).
** A compra do HotPass não vale como ingresso para o show.
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Autor: Homero Pivotto Jr.
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