Kittie em São Bernardo do Campo

Kittie, Chipset Zero e Embrioma
17/11/2007 – Espaço Lux – São Bernado do Campo/SP

Fora do circuito tradicional dos shows mais alternativos e com tudo para se tornar parte desse meio, o Espaço Lux abrigou no último sábado uma grande celebração do novo metal com duas boas representantes nacionais e uma das bandas gringas mais aguardadas pelos fãs do estilo: Kittie.
Entre outros fatores mas principalmente por falta de uma maior divulgação e devido as dimensões enormes do local, o público presente não conseguiu preencher todo o espaço disponível, mantendo uma média de umas 300 pessoas.
A primeira banda foi a Embrioma. Auto-intitulada como metal industrial, formada em 2004 no ABC,a Embrioma juntou músicos experientes de diversas bandas que tinham o objetivo comum de fazer músicas pesadas e intensas. O resultado dessa junção foi “The Demention.Frequency.Projekt”, álbum de estréia distribuido pela Midiacaos. E foram as músicas desse disco que estiveram no set :”Dementia Bullets” e “Masterpiece” que, respectivamente, abriu e fechou o show, já estão disponíveis no myspace. A banda tem uma ótima presença de palco e agitou muito a galera presente, mas só foi um pouco prejudicada pelo som embolado que chegava na pista. Mas os jogo de luz e o voz potente do vocalista André Rival (que gentilmente me cedeu o set depois do show) deram status de show de banda consagrada. As outras músicas foram “Invisible citizen”, “Reason”, “Seraphim´s Discord” e “Death spin”. O destaque da banda é o tecladista e programador Dektri. O cara é sinistro!
Mais gente chegando e circulando enquanto o palco era preparado para a segunda banda, a Chipset Zero. A conhecida banda de Guarulhos, com mais uma década de estrada e com a moral de já ter no currículo duas tours internacionais na Argentina, no Chile e dividido o palco com bandas como SepulturaKorzus e Slipknot no Chimera Festival em 2005, entrou na sequência para mais um show de divulgação de seu novo álbum “Red-O-Matic”. Foi um ótimo show com destaque para o som novo “Mental Cage”, que terá seu clip em breve lançado na MTV.
Para quem ainda não teve oportunidade de saber, o álbum independente tem participação de Edu Ardanuy do Dr Sin e do Egypcio, vocalista do (Tropa de Elite)Tihuana. Estar no cenário independente e também ou por isso mesmo abrir um show é algo que o vocalista Tubarão comentou durante a apresentação; que era um orgulho poder ver que o cenário está fortalecido e que todo mundo que tem ou sonha em ter uma banda também pode, um dia, estar ali também. O set fechou com “Switching power supply”, “Expired” e “Asphixia”. Agradecimento especial a Yayá, produtora da banda. Valeu pelo set!
E as cortinas se fecham para a montagem de palco do show mais aguardado. O camarote que dá a volta em toda a extensão do Espaço Lux já estava completamente tomado. O público estava bem dividido entre homens e mulheres, mas a maioria era mulher e ouvia-se alguns gritinhos histéricos a cada movimento nas cortinas ou passagem de sons dos instrumentos ou checagem de microfones.
Era quase dez horas quando a Kittie entrou no palco. Pela primeira vez no Brasil, as quatro super simpáticas canadenses começaram já incendiando a galera com “Breathe” do badaladíssimo novo álbum “Funeral for yesterday”. Este é o primeiro disco do Kittie após o fim da parceria com a Artemis Records e apresenta as novas integrantes, Trish Doan no baixo e Tara Macleod na guitarra. Para surpresa de alguns, a baixista Trish foi substituída por Ivy Vujic, que originalmente toca na banda In The Wake. Por motivos ainda não muito bem esclarecidos de um possível problema de saúde, Ivi assumiu o posto e o fez com muita competência. Houve até quem achou que ela combinou mais com a banda. Opiniões à parte, o show seguiu com “Oracle” e a maravilhosa faixa título do novo CD. Há uma versão acústica de “Funeral for yesterday” circulando na internet que também vale muito a pena já que a música é linda de qualquer jeito. Foi o ponto alto do show. Emocionante!
Agitando sem parar e fazendo os tradicionais chifrinhos com os dedos, o símbolo master do metal, as lindíssimas irmãs Morgan (guitarra e voz) e Mercedes Lander (bateria) e a espetacular guitarrista Tara, fazem as músicas ganharem muito mais força ao vivo, e nos discos elas já soam extremamente pesadas. Mais uma nova “Slow Motion” seguida por “What I always wanted” faixa título do álbum de 2001.
O público conhecia todas as músicas e cantou e gritou o show inteiro. No palco era empolgação mil. Isso provocou dois incidentes curiosos: um bom e outro ruim. O bom foi a inusitada sambadinha da vocalista Morgan (se alguém já achou o link do video manda pra cá) e a invasão de palco de um otário infeliz que sabe-se lá como, furou a barreira de segurança, subiu no palco e partiu pra cima da Morgan. Antes de ser arrastado pra fora, causou um belo arranhão no braço dela que ficou extremamente irritada e desconcertada. Causou revolta geral.
Sem maiores problemas, o show seguiu com “Look so pretty”, “Pain” e “Into the darkness” do álbum de 2004. O peso era constante e por isso mesmo o show ficou bem linear. Já se aproximava de uma hora de apresentação quando rolou “Mouthful of poison” e “Flower of flesh and blood”. As minas saem do palco pro “vou tomar uma aguinha e volto já” e na volta tocaram um Medley do Spit com a faixa título, “Charlotte” e a aguardada “Brackish”. O show fechou com a também nova “Never again”.
Super aplaudidas, agradeceram muitíssimo e Morgan prometeu: vão voltar. Foi um show digno e para fãs de verdade lavarem a alma, depois de tanto tempo de espera.

Andréa Ariani
andreaariani@hotmail.com

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