Vinte anos de estrada, quatro álbuns de estúdio, um álbum ao vivo e duas turnês européias. Esses números seriam suficientes para creditarmos ao Uganga o título de uma das bandas de thrashcore mais importantes do país. Mas não são por causa de números ou adjetivos que o Uganga está na estrada. A única coisa que importa para esses mineiros é a música.
Manu, Christian, Thiago, Raphael e Marco encaram o Uganga como uma família. Não a toa eles mantêm a mesma formação por mais de 10 anos. Entre acontecimentos bons ou ruins, a banda segue íntegra e agora apresentam seu novo álbum de estúdio: “Opressor”.
Integridade artística, técnica, profissional, pessoal e espiritual. “Opressor” é o Uganga em sua maioridade musical. Reflexo de experiência vivida, erros e acertos, sonhos e desilusões. Com “Opressor”, o Uganga é tão sincero quanto o amor e o ódio.
Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, o vocalista Manu “Joker” Henriques, nos conta algumas curiosidades sobre a banda, sua história e o que vem por aí. Confira!
Por Priscila Ramos
O último álbum lançado pela banda foi o aclamado “Opressor” de 2014 que inclusive ganhou uma versão em vinil em 2016. Como surgiu a ideia do vinil?
Manu “Joker”Henriques: Acho que toda banda tem vontade de lançar seu material nesse formato. Crescemos nessa geração e é muito foda ter o “Opressor” também em vinil colorido, com a capa no tamanho certo, tudo no lugar. Nosso selo aqui no Brasil (Sapólio Rádio) abraçou mais essa ideia e o resultado é esse! Uganga do verdinho (risos).
O álbum teve um feedback muito positivo dos fãs e da mídia e foi inclusive eleito como o melhor álbum nacional de rock de 2014 por uma mídia especializada. Qual é a opinião pessoal da banda sobre este mais recente trabalho? Atingiram os objetivos iniciais?
Manu: Com toda certeza sim! Chegamos onde queríamos com esse álbum, estamos 100% satisfeitos com ele, mas já focando em ir além no próximo trabalho, que inclusive está em adiantado processo de composição. “Opressor” foi lançado em 2014, a banda evoluiu bastante de lá pra cá, porém até agora ainda é nosso melhor momento sem sombra de dúvidas.
O Uganga abriu recentemente o show da banda Exodus em Curitiba. Sendo a banda uma grande influência, como foi a experiência?
Manu: Incrível cara! Já abrimos shows de bandas que adoramos como Coroner, Cathedral, R.D.P., etc, mas o Exodus foi especial pois é uma unanimidade fodida na banda! Talvez só o Murcego não seja um fã die hard por ter uma escola mais anos 70, mas mesmo ele pirou na energia dos caras no palco, uma aula de thrash mesmo sem o mestre Gary Holt! Em relação ao Uganga, a recepção em Curitiba superou todas as nossas expectativas positivas. Esperamos com toda certeza voltar em breve!
Vocês já fizeram duas turnês europeias e somam esta experiência na bagagem. Existem diferenças entre o público brasileiro e europeu?
Manu: A meu ver, não. Roqueiro é roqueiro em todo lugar, assim como aqui, lá tem locais com púbico mais agitado, outros com uma galera mais contemplativa, mas, no geral, no caso do Uganga a recepção por lá sempre foi muito boa.
Vocalista Manu “Joker” Henriques
As músicas do Uganga são cantadas em português. Como foi a receptividade dos fãs europeus durante as turnês fora do Brasil?
Manu: Excelente cara, ao que parece pra eles é um atrativo a mais. Nós mesmos tocamos com bandas que cantam em Polonês, Hungaro, Espanhol… Acho que essa barreira é maior nos EUA, mas creio que mesmo lá já esteja mais fácil divulgar artistas que cantam em outras línguas, vide as tours constantes de bandas como Rammstein ou várias de folk metal tipo Thyrfing na América do Norte. No próximo álbum devemos ter uma faixa em inglês, mas nossa prioridade sempre será o português. Nos shows lá fora eu sempre troco uma ideia sobre o que se tratam as letras, acho importante pois elas são parte da identidade da banda. A Defense Records (Polônia) vai lançar o “Opressor” com notas minhas em inglês sobre todas as letras no encarte, assim a ideia fica clara.
O Uganga já tem mais de 20 anos de estrada. Nesse tempo, quais foram as maiores mudanças e evoluções até os dias de hoje?
Manu: Foram inúmeras e incontáveis mudanças. Em todos os setores e nem vou entrar no clichê da internet, pois essa com certeza foi a maior delas. Mudamos nossa maneira de fazer música, de vender, começamos bem experimentais em 93 e fomos pesando, pesando (risos). Voltamos as raízes com o tempo, mas a fase experimental foi essencial para como soamos hoje. Também mudamos como pessoas, quem era um garoto no começo hoje é pai de família (risos). Enquanto a gente puder seguir crescendo e assimilando essa banda seguirá em frente.
Quais são os próximos planos e projetos da banda?
Manu: Como disse estamos na pré do nosso próximo álbum e já temos quase metade pronto. Antes de lança-lo também sairá um clipe com o primeiro single, mas isso ainda vai um tempo… Qualquer coisa que eu diga sobre esse novo trabalho poderá ser fruto da grande empolgação que todos estamos, então o que posso dizer é que esperem e confiram. Também vamos lançar nosso primeiro “DVD” que está ficando muito legal e seguir tocando pelo Brasil. No início de 2017 voltaremos os olhos pra Europa mais uma vez e já estamos trabalhando nisso.
A banda é muito ativa no Facebook, Youtube entre outras mídias digitais. Qual é a importância desse tipo de meio para promover as bandas de metal, sendo que as mesmas não tem muito o apoio das mídias convencionais?
Manu: É parte do caminho pra sobreviver nos dias atuais. Começamos na fase dos releases xerocados e cá estamos na era das mídias digitais (risos). Mudam as ferramentas, mas a ralação segue (risos).
Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?
Manu: Todos temos gostos muito variados, apesar de também curtirmos muita coisa em comum, como o Exodus, por exemplo. Eu particularmente tenho ouvido muito o cd do Tau Cross que é fenomenal. Também sempre ouço umas velharias tipo Crosby, Stills, Nash & Young, The Police, jazz, um pouco de rap old school, hardcore, punk… Somos todos bastante ecléticos.
Muito obrigada pela entrevista, deixo o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos leitores do Agenda Metal.
Manu: A mensagem é uma só: Rock ’n’ roll! A gente se vê na estrada!
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