Confira entrevista exclusiva com Samhen e Foizer da banda Mork

Com apenas nove anos de carreira, o Mork não para de crescer e conquistar seu espaço. Reconhecida como uma das últimas revelações do cenário nacional, a banda liderada por Samhen (guitarra/vocal) e Foizer (guitarra) recebeu a alcunha de “o Dimmu Borgir brasileiro” tamanha a qualidade do black metal sinfônico executado pelo grupo.

Fundada na capital federal Brasilia, em 2006, o Mork já lançou três elogiados trabalhos: o EP “Preposterous” (2006), “Exemption” (2010) e “Awake” (2014). Ao longo dos anos, a banda vem colecionando boas críticas e chamando a atenção do mercado europeu, principalmente após shows ao lado de grandes nomes como Mayhem e Marduk.

E as novidades não param. Além da apresentação no festival Roça N’ Roll 2015, o Mork está confirmado no festival Agosto Negro que ocorrerá em São Paulo (08/08 – Clash Club) e Rio de Janeiro (09/08 – Teatro Odisseia) ao lado do grupo norueguês Taake.

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Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, Samhen e Foizer nos contaram algumas curiosidades sobre a banda, sua história e o que vem por aí. Confira!

Por Priscila Ramos

O Mork lançou um novo álbum em novembro de 2014, “Awake”. Como foi o processo de composição e gravação? 

Samhen: O processo de composição foi complicado porque ocorreu antes, durante e depois da saída de quase todos os integrantes (bateria, baixo, teclado e guitarra). Nessa transição, nós tivemos que rever a proposta musical da banda e compor tudo em duo (Samhen e Foizer), incluindo bateria, baixo e teclado.

No geral, o álbum foi gravado, mixado e masterizado no meu home Studio, exceto a bateria, que foi executada pelo nosso amigo e convidado V. Digger (banda Miasthenia). Todos os outros instrumentos e vozes foram gravados por nós.

Foizer: Foi um trabalho árduo, pois tivemos que aprender na real como fazer todas as etapas técnicas de gravação, mixagem, masterização, assim como o uso correto de todos os equipamentos necessários para se fazer um bom trabalho de áudio.
Quanto ao processo de composição, na verdade desde o inicio da banda, a maior parte das ideias sempre foram feitas por mim e pelo Samhen. Os membros antigos contribuíam mais com alguns detalhes nas composições, o que na verdade acabava tirando um pouco da nossa essência.
É muito complicado trabalhar com outras pessoas com ideias completamente diferentes das primárias. Por tanto, dessa vez foi ótimo, pois focamos num ponto e não tivemos interferências. Fizemos o que realmente queríamos fazer.

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Samhen: No geral, o álbum foi gravado, mixado e masterizado no meu home Studio, exceto a bateria, que foi executada pelo nosso amigo e convidado V. Digger (banda Miasthenia). Todos os outros instrumentos e vozes foram gravados por nós.

O álbum Awake foi bem recebido pelo público e teve grande reconhecimento pela mídia nacional e internacional. Qual é a opinião pessoal da banda sobre o material, após a finalização os objetivos iniciais foram alcançados? 

Samhen: Nós ficamos muito satisfeitos com o material novo, foi uma evolução sonora significativa.
Os nossos dois objetivos eram: ter liberdade na edição da mixagem e buscar uma qualidade semelhante ao que havia de melhor no mercado. Isso se tornou um problema, porque “qualidade” em áudio é diretamente proporcional a “recursos”, resultando em um investimento alto. A melhor solução que nós encontramos foi fazer tudo por conta própria da forma mais criteriosa possível e o resultado foi extremamente satisfatório.

Foizer: Trabalhamos muito para chegar nesse resultado, tudo foi feito com muita cautela. Fizemos o melhor que podíamos com os recursos que estavam disponíveis naquele momento. O aprendizado que tivemos tem sido e com certeza vai continuar sendo muito útil no futuro. Hoje em dia podemos entrar em estúdio e acompanhar todo o procedimento sabendo como realmente as coisas funcionam e não simplesmente jogar tudo na mão de algum produtor musical esperando que ele alcance o resultado que queremos trabalhando sozinho e as cegas, o que infelizmente é o que acontece com algumas bandas que acabam se perdendo da essência do álbum no meio do processo de produção.

A banda lançou ano passado seu primeiro videoclipe “Infirmita Carnis” do álbum Awake. Por que escolheram esta música e como foram as filmagens?

Samhen: Escolhemos essa música porque ela tem a estrutura sonora mais fácil de ser interpretada e absorvida. Foi uma espécie de cartão de visitas para a nova proposta sonora da banda.
As filmagens foram realizadas em dois dias em um matadouro desativado perto de Brasília. Foi o local com a “energia” mais densa que encontramos para interpretar essa música, já que a temática trata de um assassino canibal (Sagawa). O cheiro era horrível, os locais eram assustadores e, enfim, era a locação perfeita (risos).

Foizer: Quanto a escolha da música, faço das palavras do Samhen às minhas. A filmagem desse clipe foi algo que com certeza lembraremos por muito tempo. Não podíamos ter achado um lugar melhor para interpretar a história de um canibal. Durante os dois dias, pudemos sentir o clima extremamente pesado que esse lugar emana, sem dúvida, foi a locação perfeita.

A banda foi formada em 2006. Nesses 9 anos de estrada, quais foram as maiores mudanças e evoluções até os dias de hoje?

Samhen: De uma forma geral, podemos falar que o que mais nos impactou foi a decisão de tratar essa banda como uma profissão. Antes de começarmos a gravar o álbum Awake, optamos por nos separarmos dos outros quatro membros da banda para buscar mais profissionalismo e seriedade nos anos seguintes; essa foi a mudança mais intensa da nossa carreira. A partir desse ponto, tudo começou a mudar significativamente de hobby para profissionalismo: composições, técnica, qualidade de desempenho ao vivo, termos e contratos, etc. A maior mudança foi essa, de buscar transformar o sonho em profissão.

Foizer: Ressaltando as palavras do Samhen, com certeza foi a decisão de profissionalizar a banda. Foi nesse ponto que vimos quem realmente estava disposto a tentar viver dessa profissão e dar atenção e empenho total ao Mork.

O Mork já foi comparado ao Dimmu Borgir por causa da qualidade do black metal sinfônico executado pela banda. Essas comparações são positivas para a banda?

Samhen: Elas foram positivas até certo ponto na nossa carreira, onde precisávamos de visibilidade no mercado para poder divulgar o material da banda para casas de shows e selos. Ainda foi útil depois, na criação do novo álbum, porque serviu como combustível para mudarmos nossa estrutura sonora e tentar algo novo, melhor. Nossa meta é sair dessa “sombra” estrangeira que sempre é aplicada sobre bandas brasileiras e buscar ser uma referência. Nunca é bom para uma banda, com material autoral, ser comparada com o expoente do seu mercado alvo durante muito tempo, representa carência criativa.

Foizer: Eu penso que é sempre um elogio ser comparado com grandes nomes da indústria do Metal Extremo, significa que o potencial da banda é evidente, porém, é algo perigoso. Se você tem o intuito de ser referência algum dia, é preciso quebrar esses estereótipos e seguir seu próprio caminho. Ninguém da indústria está interessado em um Dimmu Borgir “2”.

     

O Mork é uma das principais atrações no Festival Roça ‘n’ Roll no dia 6 de Junho.  Qual é a expectativa da banda em tocar no festival? 

Samhen: A expectativa é alta! Durante anos, ouvimos e vimos o Roça ‘n’ Roll, é um festival brasileiro de excelente qualidade. Fazer parte desse cast é uma responsabilidade e oportunidade grande de fazer o público conhecer o nosso trabalho, significa que estamos no caminho certo.

Foizer: Alta! Estamos finalmente voltando aos palcos depois de um bom tempo. Iniciar novamente nossos shows em um festival tão renomado como o Roça “N” Roll é muito gratificante! Estamos trabalhando duro para proporcionar ao público um show bem legal.

Quais são os próximos planos e projetos da banda? 

Samhen: Como lançamos recentemente o álbum Awake, nosso foco atual está nos shows e em divulgar a banda da melhor forma possível. Se esse ciclo se fechar como previsto, devemos começar a trabalhar em um material novo apenas em 2016.

Qual é a origem do nome da banda?

Samhen: Queríamos um nome simples que representasse essa temática sombria do metal extremo. Escolhemos pela palavra “escuridão” e procuramos a forma escrita em diversas línguas. O mais interessante para nós foi a palavra em escandinavo “MØRKE”, fizemos uma variação livre e mudamos para Mork.

Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?

Samhen: Álbuns novos das bandas Triptykon, Behemoth e Satyricon. Antigos das bandas Type o Negative, Death, Johnny Cash, acho que por aí.
Foizer: Watain, Satyricon, Behemoth, Patria, 1349, Kampfar, Slayer e Dimmu Borgir.

Muito obrigada pela entrevista, deixo o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos leitores do Agenda Metal.

Samhen: Nós que agradecemos a oportunidade de expor nossas ideias!
Leitores, precisamos principalmente do seu apoio para crescer, nenhuma banda conquista novos territórios sem um público forte dando suporte. Confiram nossas páginas para obter áudios, vídeos, notícias e merchandising do novo álbum Awake! Nos vemos dia 6 no Roça ’n’ Roll!

Foizer: Muito obrigado a todos do Agenda Metal pelo espaço e agradecemos também a todos que acreditam e apoiam o Mork!

 

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