NILE
18 de março de 2010 – São Paulo/SP
Santana Hall
Por Fabio Machado
Direto, técnico e brutal. Assim foi a apresentação dos norte-americanos do Nile em São Paulo. Karl Sanders e companhia não perderam tempo, entrando pontualmente às 22h no Santana Hall e iniciando com Kafir!, primeira faixa de Those from Whom the Gods Detest, o álbum mais recente da banda – por isso mesmo, o que teve mais músicas executadas no show. Ainda assim, o público já estava familiarizado com as músicas novas, berrando as letras e impressionando até mesmo o vocalista/guitarrista Dallas Toler-Wade.
O Nile teve a difícil tarefa de condensar músicas de toda a sua carreira num set de menos de uma hora, praticamente impossível. Mas de maneira geral, a banda conseguiu revisitar boa parte de sua discografia, do grandioso Ithiphallic (com a faixa título e a épica até no nome Papyrus to Preseverve blablabla etc), aos mais conhecidos Annihilation of the Wicked e Black Seeds of Vengeance – cuja faixa-título encerrou o show.
É preciso destacar a competência da banda ao vivo: se alguém ainda tinha dúvidas se os integrantes conseguiriam executar ao vivo todas as nuances épicas e intricadas de músicas como Sarcophagus e Execration Text, pôde comprovar que todos ali têm técnica e presença de sobra. Além de Dallas Toler-Wade, Karl Sanders e o baixista Chris Lollis também se revezam nos guturais, cada um com um timbre próprio e “monstruoso”. Sanders é realmente um monstro na guitarra, tanto nos riffs como nos solos, sendo complementado com o bom trabalho de Dallas.
E claro, não podemos esquecer de citar o batera George Kollias, literalmente a força motriz do Nile. Tocando as músicas com precisão absurda, Kollias esbanja técnica nas viradas e blast beats, mostrando porque é um dos bateras mais conceituados do estilo atualmente. Alguns podem torcer o nariz para este estilo mais moderno de bateria, mas ninguém pode negar que Kollias se encaixa perfeitamente com o som executado pela banda.
Da mesma maneira, preciso também foi o momento do fim do show: exatamente às 23h, a banda se despede ao som de uma intro egípcia e agradece o público, que fica um tempo esperando pelo tradicional bis…que acabou não acontecendo. Apesar da simpatia esbanjada pelos integrantes, o set de pouco mais de 50 minutos desagradou alguns fãs. Insatisfações a parte, o Nile mostrou que tem fãs e presença ao vivo de sobra para voltar muitas vezes ao Brasil. Aguardemos o retorno do Faraó Sanders.
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