A banda israelense Orphaned Land volta ao Brasil no dia 07 de abril para um show único em São Paulo, após 11 anos da sua última passagem pelo Brasil.
O guitarrista da banda, Chen Balbus, concedeu uma entrevista para o Agenda Metal, confira abaixo:
Agenda Metal: A banda está retornando ao Brasil após 11 anos. Como você se sente sobre voltar ao país? Quais são suas expectativas para a apresentação em São Paulo?
Chen Balbus: Estamos todos muito animados. Não tínhamos encontrado a oportunidade até hoje de alguém finalmente nos trazer de volta. Eu me diverti muito da última vez, então, estou ansioso.
Agenda Metal: Para celebrar o 30º aniversário da banda, vocês lançaram o álbum ao vivo “A Heaven You May Create” com uma orquestra de 60 músicos. Você poderia compartilhar mais sobre como foi a experiência e qual foi o processo de seleção das músicas?
Chen Balbus: Foi, de longe, a experiência mais complexa que tivemos. Tínhamos essa ideia em mente há tantos anos, especialmente para a celebração do 30º aniversário, e queríamos fazer algo realmente especial. Para isso, finalmente tivemos a chance de aceitarem nossas ideias malucas para esse tipo de ocasião e queríamos celebrar com músicas que não costumamos tocar em todos os shows. E há músicas que são muito mais interessantes com uma orquestra. Foi assim que aconteceu.
Agenda Metal: O feedback após o lançamento está atendendo às expectativas da banda?
Chen Balbus: Na verdade, sim. Realmente ótimo. Não sei o quanto as pessoas gostam de álbuns ao vivo hoje em dia, sempre gostei e estou feliz que ainda exista público para álbuns ao vivo.
Agenda Metal: O Orphaned Land é conhecido por incorporar elementos da música tradicional do Oriente Médio em sua música. Como vocês equilibram esses elementos com o metal para criar seu som?
Chen Balbus: Quando a banda começou, era apenas uma banda de metal, embora uma banda de metal de Israel. Mas, assim como existem as bandas finlandesas ou bandas de viking metal e todos esses tipos de bandas que incorporam elementos locais no metal, para nós, trazer a generalidade do Oriente Médio para o metal foi algo natural porque, quando ouvimos nosso tipo de música, é algo que poderíamos simplesmente traduzir, com guitarras distorcidas e vocais guturais. Foi natural, então, no momento em que decidimos seguir por esse caminho, foi como: não sei fazer de outra forma.
Agenda Metal: A banda promove a mensagem de paz e unidade entre diferentes culturas e religiões. Como essa mensagem se reflete em sua música e no impacto que vocês esperam ter no público?
Chen Balbus: O fato de o Orphaned Land ser uma banda de Israel, essa é a ideia principal, porque Israel está cercado por, infelizmente, inimigos. Nós sempre desejamos ter um tipo diferente de realidade. Eu não quero ter um exército no meu país. Eu não quero temer nada, e por isso, a ideia do Orphaned Land surgiu, porque não queremos viver assim. Queremos ter a chance de atravessar fronteiras e celebrar com outras pessoas, desfrutar outras culturas. E o Orphaned Land é isso, desde o nome e desde a ideia de combinar diferentes elementos com diferentes instrumentos e idiomas. Essa é a ideia do Orphaned Land, e a forma como oferecemos isso para pessoas com histórias diferentes da nossa.
Agenda Metal: Vocês têm planos de lançamentos futuros ou projetos especiais? Você pode compartilhar mais sobre isso?
Chen Balbus: O futuro do Orphaned Land é incerto, mas existem ideias. Como você sabe, o país está no meio de uma crise agora e, como israelenses, estamos lutando para fazer shows. Mas, devido a isso, às vezes, de alguma forma, ficamos presos aqui. É muito tempo para focar na música. Passou-se muito tempo desde que o COVID estava no meio, o que nos impediu de trabalhar na música e fazer outras coisas e há essa guerra agora que nos impede de fazer coisas. Estabelecemos um prazo para o próximo ano lançar o novo álbum finalmente. É um período incerto e é tudo muito dinâmico, mas o plano é basicamente funcionar como uma banda normal.
Agenda Metal: Por que a conta do Instagram da banda é privada? Existe alguma razão específica para essa decisão?
Chen Balbus: Sim, apenas porque, atualmente, estamos recebendo muitos comentários de ódio, e pedimos ao administrador para que os moderasse e tornasse a conta privada.
Agenda Metal: Existem experiências ou lembranças específicas do último show no Brasil que você gostaria de compartilhar?
Chen Balbus: Apenas boas lembranças. Foi a minha primeira vez na América Latina em geral e no Brasil, e fui visitar o Cristo no Rio de Janeiro. Fui também a uma cidade chamada Varginha, acho, houve um festival. Disseram que era uma cidade turística relacionada à extraterrestres. Recebemos tantos presentes, me lembro de realmente ter recebido muitos presentes, vim com minha bagagem cheia. As pessoas foram tão legais, nunca me conheceram e foram tão legais, tão acolhedoras, gosto de pessoas de coração caloroso.
Agenda Metal: Por fim, você tem alguma mensagem que gostaria de compartilhar com os fãs brasileiros que estão ansiosos para vê-los no show em São Paulo?
Chen Balbus: Acho que estamos mais ansiosos para vê-los do que eles estão para nos ver. Vai ser muito divertido, vamos tentar coisas novas e será interessante.
SERVIÇO ORPHANED LAND
Data: 07/04/2024
Abertura: 17:00
Carioca Club Pinheiros
Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – Pinheiros – São Paulo, SP
Nosso entrevistado foi Andre Cagni, conhecido como Pomba, ele nós concedeu essa entrevista, falando sobre a volta do Vodu, importante banda de heavy metal nacional do anos de 1980. Nessa entrevista, ele falou sobre os planos para o futuro, contou algumas histórias, além de outras revelações
Por Adriano Coelho 1) Fale sobre essa volta do Vodu?
Em 2015, quatro dos nossos integrantes participaram do Viper Day no Manifesto. Daí um breve papo para voltarmos a ensaiar, mas com o compromisso de compormos novas músicas, não ficar restrito a uma banda cover de si mesmo, do passado. E temos conseguido nosso intento. 2) Como é tocar em eventos realizados na periferia?
Em que pese não termos atingido um grande público, o simples fato de levarmos o heavy metal para os extremos da zona leste e sul de São Paulo é o grande legado. A maioria das casas de cultura não tinha um equipamento para shows desse porte e fizemos questão de levar um equipamento de primeira e tanto público quanto gestores das casas ficaram satisfeitos com o que apresentamos. 3) Qual a maior lembrança dos tempos áureos da banda?
Acho que a abertura dos shows internacionais como Venom em 1986 e Motorhead em 1989. Teve a excursão para a Argentina em 1986 que merece ser citada. 4) Ideia de fazer novos trabalhos como está?
Estamos concluindo as gravações do novo álbum com 10 faixas inéditas e 5 regravações. Deve sair na metade do ano e o álbum se chamará Walking With Fire. 5) O que os ex integrantes da banda acharam dessa volta?
Quatro dos integrantes são da primeira formação e um – Paulo Lanfranchi – da segunda. Tirando o Jeff Gouvea, que foi nosso guitarrista em alguns shows no lançamento do primeiro álbum em 1986/7 e chegou a estar conosco na volta em 2015, não houve nenhum contato mais efetivo.
(Pomba – Vodu) 6) O que acha das bandas de Heavy Metal mais novas?
Creio que o metal perdeu um pouco as referências oitentistas, de raízes, e o novo material do Vodu vem um pouco para suprir esse hiato, mas com uma pegada mais atual. Das internacionais, creio que o Ghost tem essa mesma proposta e tem se destacado. Nacionalmente gosto do Nervosa, mas que já tem quase 10 anos de carreira. 7) Homofobia no metal ainda existe?
Me assumi como bissexual antes ainda que o Rob Halford como gay. Da minha parte, não presenciei nada no meio metal que pudesse ser encarado como homofobia, em que pese o meio ser muito machista e ter muita hipocrisia e conservadorismo. 8) Qual seriam as maiores influencias da banda?
Iron Maiden, Metallica e Motorhead. 9) Você já era tão eclético musicalmente como é hoje?
Sempre fui. Mesmo nas épocas mais “true” eu sempre citava Queen e Duran Duran como influências. Evidente que o fato de eu ser DJ, ampliou meus horizontes para um espectro mais pop, mas creio que essa visão mais eclética vem mesmo dos meus estudos de baixo. 10) A internet mais ajudou ou atrapalhou o underground?
Se você pensar em vendas de álbuns físicos atrapalhou claro, mas o meio metal ainda reverencia e consome muito CD e DVD. Mas vejo pelo Vodu que o impacto dos vídeos publicados de shows ao vivo tem uma audiência maior do que os próprios shows. E as músicas do nosso CD demo Voodoo Doll estão disponíveis em nosso site www.voduband.com.
O Vodu fará um show nessa quinta 14 de março as 21 horas no Teatro UMC (Av. Imperatriz Leopoldina, 550 – Vila Leopoldina – São Paulo – SP), dentro do projeto Canja do Oka.
Atento aos problemas do mundo e doente pelo metal — entrevista Piotr “Peter” Wiwczarek (Vader)
Por Homero Pivotto Jr. – Abstratti Produtora
A razão para o título do mais recente lançamento do Vader ser Dark Age (idade da treva, em tradução livre) tem a ver com direitos autorais. No entanto, o próprio líder da banda, Piotr “Peter” Wiwczarek, sabe que é praticamente impossível dissociar um nome como esse dos tempos em que vivemos. Religião, guerra e estupidez humana — temas recorrentes nas composições do quarteto — reforçam tal percepção. E Peter tem bastante a dizer sobre isso na entrevista a seguir, que aborda também influências musicais, o cenário da música extrema na Polônia e os planos para o futuro.
Dark Age (idade da treva, em tradução livre) é o nome do último lançamento do Vader — uma coletânea com regravações do disco de estreia The Ultimate Incantation (1992). E o título se encaixa perfeitamente no tempo em que vivemos. Houve algum evento em específico que o levou a escolher essa expressão para batizar o álbum?
Piotr “Peter” Wiwczarek — O título é muito apropriado ao nosso momento atual, de fato. Porém, a razão para termos escolhido esse nome foi outra. Queríamos fazer uma reedição do nosso debut, mas a Earache Records (gravadora que detém os direitos da obra) não queria deixar. Mesmo que fosse uma tiragem bem limitada. Estávamos prontos para pagar o dobro e licenciar o material ou encontrar outra solução. Tudo em vão. O único jeito de celebrarmos os 25 anos de The Ultimate Incantation foi regravando-o, dando um nome diferente e fazendo outra capa. E foi o que fizemos. Mesmo que o título não seja especificamente um reflexo dos dias atuais, é impossível não fazer relação com isso. Logo, pensa que há uma luz que possa nos guiar por essa era da escuridão? Ou, como previu o Terrorizer ao batizar seu segundo disco: darker days ahead (dias mais trevosos pela frente, em tradução livre)?
Peter — O mundo, como sabemos, está há tempos sem uma grande encrenca. Há conflitos, claro, em diversas partes do globo. Contudo, nada muito espetacular ocorrendo na Europa ou na América do Norte. As novas gerações não têm ideia de o que é uma guerra real e as mortes que ela provoca. O que está acontecendo agora na Europa vai levar a outra guerra mundial se as pessoas não pararem de seguir políticos estúpidos e gananciosos. Nos anos 1990, nós acabamos com diversas fronteiras. Com isso, cidadãos de vários países puderam conhecer o continente e nações que foram oponentes 50 anos antes. Muitos têm tentado (e conseguido) curar velhas feridas. Mas seus filhos estão querendo abri-las novamente, e isso é realmente idiota e perigoso. Depois que o fogo começa, não há como retroceder. E a era da treva vai comandar o mundo.
O tema das letras do Vader não é apenas antirreligião, mas esse assunto é frequente na discografia da banda. O quanto você acha que a religião influencia uma sociedade que caminha pela era da treva?
Peter — A religião carrega as ideias mais envenenadas da humanidade. Bem ao contrário das suposições. Não tem nada a ver com a crença das pessoas, mas usar isso para lucrar. Essa é a principal razão pela qual odeio política e escrevo tanto sobre isso em minhas letras. Eu respeito quem tem crença, pessoas que escolhem um poder supremo, que cria e destrói tudo aquilo que chamamos de vida. Isso é uma opção pessoal e deve ser respeitada nesse sentido. Como era o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. Obrigar as pessoas a ter uma única verdade e ameaçá-las para isso é muito ruim. É esse tipo de situação que conduz à guerra em nome de ‘Deus’, que nada mais é do que dizimar e invadir. A religião está ficando mais forte atualmente porque fiéis cegos encontraram uma boa razão para eliminar todos os inimigos de seu Deus.
Ser de uma país que já deu ao mundo um Papa (João Paulo II) fez com que você aprendesse a lidar com a questão religiosa cedo? Quando se deu conta de que o lance de ‘obedeça’, ‘faça isso, faça aquilo’ era algo prejudicial à humanidade?
Peter — Essa é a razão pela qual escolhi o cristianismo como o ideário mais nocivo do mundo. Eu conheço isso desde criança. A religião é o grande problema da Polônia atualmente. O que escrevo nas letras é uma opinião geral sobre a religião em si.
Outro tema comum na parte lírica do Vader é a guerra. Questão com a qual a Polônia também teve mais proximidade do que muitos países — considerando que a invasão do seu país foi o estopim para Segunda Guerra Mundial, por exemplo. Falando como alguém que esteve sempre tão perto do assunto, o quão longe acredita que estamos de um novo conflito mundial e qual o reflexo disso nas letras?
Peter — O problema é que o povo polonês vive das lendas criadas pela propaganda ou por filmes como Corações de Ferro, no qual o que é retratado (embora bem feito) é diferente da realidade da guerra. E isso é uma tendência mundial hoje em dia. Apenas preste a atenção e vai perceber o que estou falando. É clara a intenção de reconstruir fronteiras. Logo, aparecem assuntos mal resolvidos no passado e os antagonismos disso. Políticos ganham dinheiro com o ódio. Sempre! É por isso que política e religião mantêm as pessoas longe da educação. É muito mais fácil manipular e controlar quem não tem conhecimento. Triste, mas verdade. A força faz sentido, mas só se conectada ao cérebro. Se é que você me entende… A atual turnê celebra os 25 anos de lançamento do disco de estreia The Ultimate Incantation. Sabemos que a indústria da música mudou bastante durante este quarto de século, mas como isso afeta diretamente o cenário da música extrema?
Peter — Mesma situação de qualquer outro ‘negócio’ que envolva arte. Em vez de ajudar e desenvolver, o viés escolhido foi o comercialismo, a corrupção, a falta de conexão emocional etc. Temos mais bandas e menos paixão. Mais nomes, menos qualidade na música. As pessoas tocam melhor seus instrumentos, mas não conseguem criar as próprias composições. Apenas compare os anos 1980 e a década atual do século XXI. Não se trata apenas de uma opinião subjetiva, é drasticamente visível. Pelo menos existem algumas bandas boas tocando hoje em dia, e isso é esperança para mim e para quem pensa da mesma forma. Há quem faça seu som e não dê a mínima para o lado comercial. Power Trip, Hellbringer, Decapitated, Evile… apenas para citar algumas. O lançamento mais recente traz as mesmas músicas do disco de estreia. Por que refazer isso? Havia algo que não gostava no jeito que as faixas soavam?
Peter — Pela razão que falei anteriormente. A decisão da Earache nos forçou a fazer isso. Além disso, nunca gostei da sonoridade do nosso debut. Estávamos em um estúdio profissional pela primeira vez e não tínhamos nosso equipamento. Guitarras, pedais… era tudo alugado. Não havia tempo para experimentar ou conhecer o que tínhamos disponível. Imagine The Ultimate Incarnation soando como Dark Age em 1993. ?? De qualquer maneira, a sonoridade nunca esteve em discussão. Goste ou não, é parte do pacote. Mesmo no metal, estilo no qual o que se ouve é crucial.
O Vader é conhecido por misturar estilos extremos do metal, como death e thrash metal — embora o primeiro seja preponderante. Como você vê o death e a música extrema em geral atualmente? Não apenas musicalmente, mas falando também de mercado, receptividade da audiência e qualidade das bandas.
Peter — Nunca gostei dessas categorizações no metal. Todos os gêneros aparecem com o tempo. Escolhemos death metal para descrever o Vader porque nossa música fecha com tal definição. Apesar de que o Vader já foi considerado thrash e até black metal por alguns. Nós definitivamente tocamos metal extremo com influências de thrash, grind ou heavy clássico. Metal hoje em dia é um território vasto. Há bandas classificadas como metal que nunca seriam chamadas assim nos anos 1980 e 1990. Tanto pela música quanto pela imagem. Eu aceito isso, mas não gosto. Há uma onda de revival do real metal ultimamente, e fico feliz com isso. Vejo novamente novas geraçõe de metaleiros na primeira fila, bangueando e gritando, com cabelos longos e jaquetas de couro com rebites. Isso é metal para mim! E sinto falta disso.
O que você pensa sobre os tantos rótulos que apareceram durante os anos para descrever as bandas de metal? Tipo OSDM (old school death metal), brutal death metal, deathcore… Isso ajuda a espalhar a palavra ou segrega ainda mais?
Peter — Como disse anteriormente, não curto toda essa segregação no metal. Quando eu era um jovem metalhead, ouvia com a mesma empolgação Black Sabbath, Slayer, Exploited ou Saxon. Logo, fiquei mais ortodoxo e focado na velocidade e nos temas obscuros. Os últimos anos, no entanto, me trouxeram de volta ao que eu costumava escutar antigamente. Como era a cena da música extrema na Polônia quando o Vader iniciou as atividades, na primeira metade dos anos 1980? Quais bandas influenciaram vocês?
Peter — O Vader foi uma das bandas que começou o cenário de música extrema na Polônia. Éramos todos pirados com hordas como Saxon, Priest ou Maiden, mas queríamos tocar mais rápido. Venom, Slayer e Kreator foram divisores de água em nosso país no começo dos 80’s. Quando iniciamos, entre 1982-83, o Vader era mais heavy/speed, mas ficamos mais radicais logo em seguida. Fomos pioneiros no cenário underground junto com alguns amigos com os quais nos encontrávamos para ouvir metal e beber. Havia bandas como Imperator, Ghost, Merciless Death e Scarecrow, além de outras bem promissoras. Quase todas desapareceram. É por isso que quis recordar a cena do metal extremo polonês gravando Future of the Past 2: Hell in the East há alguns anos. Não havia apoio nenhum e estávamos tentando cooperar e nos ajudar. Foram ótimos e felizes dias. Quais considera as grandes realizações que alcançou sendo músico?
Peter — Seguimos ativos e ocupados desde que começamos, há 35 anos. Existe uma legião de fãs fiéis e dedicados ao Vader por todo o mundo. Estamos na terceira geração de Vadermaníacos e vejo com frequência jovens nos shows com seus pais. O que posso pedir mais? O respeito dos fãs é o melhor e qualquer banda pode ter isso.
O último trabalho de inéditas é The Empire (2016). Há planos para um novo registro?
Peter — Temos planos de gravar um novo disco em janeiro de 2019. Então, deve sair antes ou depois do verão europeu. Vai ser realmente brutal. Talvez lancemos um EP antes, no fim de 2018, para manter os fãs ativos com algo novo. Todo este ano é especial para nós. São 35 anos de banda, 25 anos do nosso debut e 20 anos de Black to the Blind. Depois disso vamos nos voltar aos tempos modernos e preparar algumas faixas agressivas. De onde vem a energia para continuar detonando ao vivo depois de três décadas?
Peter — Do coração! Eu sou (todos somos, de maneiras diferentes) loucos por metal desde que ouvi Black Sabbath pela primeira vez. Isso foi em 1980. O que veio depois com Judas Priest, Slayer e Morbid Angel só aumentou minha paixão. Sou um doente por metal!
Embora a ortodoxia prevaleça entre a maioria das bandas brasileiras de death metal, o Psychotic Eyes sempre foi um personagem antagônico a qualquer padrão pré-estabelecido. Sua música é uma experiência profunda que se desenvolve a partir de diferentes referências musicais. A complexidade do rock progressivo, a técnica do jazz, o ritmo da música brasileira, todos esses elementos se juntam num caldeirão death/thrash metal.
Formada em 1999, o Psychotic Eyes lançou duas demos antes do seu disco de estreia autointitulado de 2007. Quatro anos se passaram, período esse que a banda dividiu entre algumas apresentações ao vivo e processos de composição, até que foi lançado o mais recente álbum da banda, “I Only Smile Behind The Mask”.
Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, o vocalista e guitarrista Dimitri Brandi nos conta algumas curiosidades sobre a banda, sua história e o que vem por aí. Confira!
Por Priscila Ramos
A Psychotic Eyes está para lançar o primeiro álbum acústico de death metal da história, intitulado “Olhos Vermelhos”. Como surgiu a ideia desta obra e como está sendo o processo de gravação?
Dimitri Brandi: Estamos sem baterista há alguns anos, desde que o Alexandre Tamarossi, que fundou a banda comigo, anunciou que nos deixaria. Desde então iniciamos uma luta desesperada para encontrar um substituto, o que nunca aconteceu. Está quase impossível viver de música no Brasil, o que desanima qualquer músico com um nível técnico elevado a embarcar em novos projetos. No caso do Psychotic Eyes isso ficou ainda mais complicado, pois nossas músicas são extremamente difíceis, exigem muito de um baterista, mas nosso som é completamente underground. Nunca tivemos uma agenda de shows lotada e quase nunca recebemos cachê. “Tocar por paixão” só tem sentido em determinados momentos favoráveis da vida, e atualmente a situação não está fácil pra ninguém. Assim sendo, tocar numa banda como o Psychotic Eyes demanda muito trabalho e investimento, mas como o retorno é zero, não surgiu, nesses anos, nenhum baterista que comprasse nossa ideia e quisesse entrar pra banda. Estávamos quase desistindo quando o Luiz Carlos Barata, grande poeta de São Paulo, anunciou o projeto “ainda respira”: uma coletânea com bandas brasileiras independentes, para mostrar para todos que o rock brasileiro poderia estar agonizante, mas ainda estava vivo. O Psychotic Eyes seria a única banda de metal extremo na compilação, o que nos honrou muito. Ele teve a ideia de fazer um show de lançamento. Eu não queria deixar aquela oportunidade passar, mas havia o problema da falta de baterista. Então eu e o Douglas sentamos, quebramos nossas cabeças e bolamos esse projeto acústico. Reescrevemos algumas de nossas músicas para o formato de dois violões e decidimos arriscar. No dia do show estávamos uma pilha de nervos, super ansiosos. Eu temia uma enorme vaia, o que felizmente não aconteceu. O público adorou o show e todos os comentários que recebemos foram extremamente positivos. Por isso decidimos imortalizar o formato e gravar logo um álbum de death metal acústico, que vai ser o primeiro do mundo . Qual é a previsão de lançamento deste novo disco?
Dimitri: Eu já dei várias previsões e errei todas. Estou pior do que aqueles videntes gurus que a imprensa insiste em entrevistar todo final de ano, que dizem que o Ayrton Senna vai ser campeão e a cura do câncer vai ser descoberta por um brasileiro. O que aconteceu é que a gravação do disco enrolou, pois se mostrou muito mais difícil do que o esperado. Não é fácil adaptar arranjos de death metal, baseados em guitarra distorcida e bateria ultra rápida, pegar isso tudo e tocar somente com dois violões. Além disso, sou um guitarrista de metal extremo, acostumado a descer a mão nas cordas. Isso se torna um desastre quando você está tocando violão. A cacofonia e a barulheira ficam incontroláveis. Isso tudo me surpreendeu muito e me mostrou que não importa a experiência que você tem, eu toco guitarra há mais de trinta anos, sempre temos muito a aprender e podemos nos surpreender com o inesperado.
Os shows manterão o formato acústico ou há planos de incluir a bateria novamente?
Dimitri: Meu desejo é completar a formação com um baterista. Mas, enquanto isso não acontece, vamos fazer apresentações acústicas. Algumas músicas ficaram tão interessantes que creio serão parte de um mini set acústico inserido nos shows, baseados no set normal, elétrico, pesado e brutal, com um baterista. Mas para isso acontecer temos que completar a formação. Se algum baterista insano estiver nos lendo, entre em contato. Basta gostar de música maluca, ter influências variadas e o desejo de tocar algo brutal, técnico e bem trabalhado. Diferentemente dos álbuns anteriores, Psychotic Eyes e I Only Smile Behind the Mask, o nome do novo trabalho é em português. Qual é a ideia por trás do título Olhos Vermelhos?
Dimitri: “Olhos vermelhos” é o nome de uma música que escrevemos em cima de um poema do Barata. Ele escreveu os versos pensando na banda. Assim que li vi que aquilo era facilmente musicável e bolei um arranjo. Eu já havia musicado letras de outras pessoas antes. No nosso disco “I Only Smile Behind the Mask” temos “Throwing into Chaos”, escrita em cima da letra do Adriano Villa, poeta que escreveu as letras do projeto “Hamlet”, aquela obra prima do metal brasileiro lançada pela Die Hard. Desta vez a dificuldade era trabalhar em português, língua que eu havia explorado em algumas frases mas nunca tinha trabalhado com uma letra completa. Eu até tinha um certo preconceito idiota com a nossa língua, como se ela não servisse pro metal. Estava enganado e me arrependo disso, é fantástico trabalhar com as palavras que as pessoas realmente entendam e que deixam fácil transmitir a mensagem que queremos passar. As letras se tornaram um aspecto essencial do meu trabalho, eu coloco muito do meu sentimento nelas. Mas como sempre escrevi em inglês, poucos são os que comentam. Em entrevistas, por exemplo, me perguntam sobre o que fala cada música. Se as letras fossem realmente lidas e entendidas, ninguém perguntaria isso, mas indagariam outros assuntos, criticariam, discordariam das minhas ideias. Como estão em inglês, cria-se uma barreira na comunicação, o que não favorece a arte. Além do lançamento do novo álbum, quais são os próximos planos e projetos da banda? Existe a possibilidade da gravação de um DVD ao vivo ou planos para uma turnê nacional ou internacional?
Dimitri: Plano nenhum. Vou ser bem sincero contigo: ninguém compra DVDs de bandas brasileiras mais. Nem CDs. Os amigos e um ou outro aficionado, mas isso não paga os custos de produção, então não compensa fazer planos de um lançamento físico. Vamos focar em lançamentos digitais mesmo, que as pessoas possam ouvir e divulgar nosso trabalho. Quanto a turnês, é a mesma coisa, eu adoraria fazer uma tour pelo nordeste do Brasil ou pela Europa, mas até o momento nunca conseguimos viabilizar um projeto desses financeiramente.
Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?
Dimitri: Eu ouço de tudo. Meu estilo favorito é o metal, não só o extremo. Este ano ouvi muito David Bowie, pela perda irreparável que foi sua morte e pelo disco absolutamente perfeito que ele lançou, o “Blackstar”. Tenho ouvido muito Uriah Heep, Manowar, bandas novas como Clutch, Crobot e Kylesa, as preferidas de sempre Iron Maiden, Death, Dissection e My Dying Bride, os discos novos do Amon Amarth, Borknagar, Rebaellium, Vektor, Death Angel… Segundo o Spotify, os artistas que mais tenho tocado recentemente são Sonic Youth, Siouxsie and the Banshees, Death Angel, Kreator, Wilco, Pink Floyd, Depeche Mode, MOnkey3 e Deicide. Acho que isso me resume bem! Muito obrigada pela entrevista, deixo o espaço livre para que enviem uma mensagem aos leitores do Agenda Metal.
Dimitri: Muito obrigado ao Agenda Metal pelo espaço, desculpe a demora nas respostas, eu estava bem enrolado com compromissos familiares, profissionais e da banda nesses últimos dias. Imagino como deve ser difícil trabalhar com um zine virtual da qualidade do Agenda Metal e ainda depender da agenda enrolada de músicos como eu! Ao leitor, muito obrigado por ter dedicado alguns minutos para ler sobre o Psychotic Eyes, eu espero produzir a melhor música extrema possível. Acompanhe a banda nas redes sociais, nosso som está no Spotify, Deezer, YouTube, iTunes etc. Querendo entrar em contato, estamos sempre à disposição! Mantenham a bandeira do metal viva, nesses dias tão difíceis de crise econômica, intolerância, violência e ódio. Felizmente, esses são os sentimentos que sempre inspiraram as bandas de metal a produzir a melhor música que existe.
A grande atração internacional na comemoração do terceiro aniversário da Abraxas é o Vintage Caravan, formado por jovens islandeses com três álbuns lançados em pouco menos de uma década de estrada, no entanto, já com imenso prestígio. Além de um sólido contrato com a super gravadora Nuclear Blast, o grupo islandês já possui na bagagem participações nos mais concorridos festivais de rock/metal da Europa. Influenciados por Deep Purple, Black Sabbath e Led Zepellin, a banda tem muita personalidade para diluir tudo num stoner rock viajante à base de encorpados riffs, cheio de fuzz e refrões dançantes.
Confira abaixo uma entrevista com o guitarrista e vocalista Óskar Logi Ágústsson. Por Erick Tedesco (Abraxas Produtora) Em menos de uma década, o The Vintage Caravan realiza uma extensa turnê pela América do Sul como banda sensação do stoner rock mundial. Vocês se consideram parte do que podemos chamar do primeiro escalão da atual cena roqueira? Óskar – Sim, às vezes soa um pouco surreal, mas estamos nos divertindo bastante. O rock está definitivamente no auge, com muitas bandas levando o ofício à sério, de forma profissional. Espero que estejamos contribuindo para isso também! Qual a diferença entre as apresentações na terra natal da banda, a Islândia, seja na cidade onde nasceram ou na capital, e os shows em grandes festivais e nestes primeiros no Brasil? Você acredita que atingir distantes plateias em tão pouco tempo de carreira agiliza a profissionalização e o amadurecimento da banda? Óskar – Cada lugar tem sua peculiaridade e a Islândia é bastante interessante para shows de rock, com plateias calmas que geralmente não mostram uma reação para você saber se estão se entretendo . É uma maneira saudável de se envolver com o evento. E acredito, sim, que as turnês nos ajudam muito no processo de profissionalização. E, pessoalmente, as turnês me ajudam demais quando o assunto é maturidade. O The Vintage Caravan está promovendo “Arrival”, o terceiro álbum da carreira, e o único até agora lançado em versão brasileira via Voice Music. Depois de muitos shows da turnê do disco, como entende “Arrival”, é o tipo de música/sonoridade que vocês pretendem explorar ao menos nos próximos registros em estúdio? Óskar – Estou orgulhoso de “Arrival”, é um álbum de sonoridade única, com um atmosfera interessante. Claro, somos bastante críticos perante nosso trabalho e também queremos inovar, então posso dizer que o próximo disco será diferente. A respeito dos shows pelo Brasil nesta primeira turnê sulamericana, o que tem no setlist? Óskar – O repertório desta inédita turnê contém músicas dos álbuns “Voyage” e “Arrival”. É um setlist animado!
Vocês três são jovens, no entanto, muitas das principais influências do The Vintage Caravan são da década de 1970. Quais elementos daquele período da história da música os encanta tanto que vale a pena resgatar e transformar em algo novo, mas sem perder a famosa aura setentista? Óskar – Este é o direcionamento musical que o The Vintage Caravan busca desde o primeiro dia que nos reunimos e criamos a banda. As décadas de 1970 e 1960 de fato produziram muitas das mais interessantes e apaixonantes músicas, isso do meu ponto de vista. Desde muito novo sou fascinado pela musicalidade destas épocas, mas enquanto músico eu quero adicionar a energia e potência do rock e do metal dos dias de hoje. Gosta dos termos “retro rock” ou “rock vintage” para descrever a sonoridade da banda? Óskar – Podem nos rotular como quiser. Tocamos nosso próprio rock n’ roll. Parece que os videoclipes são importantes para a carreira do The Vintage Caravan, estou certo? Óskar – (risos) nossos vídeos são realmente diferentes! Gostamos de produzi-los engraçados e mantê-los interessantes. Levamos muito à sério nossa música, mas não queremos que os vídeos sejam sérios. A Islândia é para vocês, claro, a terra natal, mas para muitas pessoas no Brasil é, acima de tudo, um país muito distante e frio. Existem muitos artistas e bandas islandeses famosos, como Bjork, Of Monsters and Men, Sólstafir e especialmente Ólafur Arnalds, um gênio da música contemporânea do seu país. Conhece o trabalho dele? Você gosta de outros estilos musicais além do rock n’ roll? Óskar – Não tenho o hábito de escutar Ólafur Arnalds, mas gostei do que já escutei, é um talentoso músico e compositor. Ah sim, eu amo funk, blues, jazz, música disco, o pop anos 80, um poco de rap antigo e alguma coisa do pop contemporâneo, mas com moderação.
Formada na cidade de São José do Rio Preto/SP, no ano de 2006, a banda brasileira de Rock Progressivo/Heavy Metal, Maestrick, aborda a música de forma ampla.
Trazendo ao conceito de sua arte influências de grupos como Queen, Metallica, Dream Theater e movimentos artísticos como o surrealismo e obras do artista e diretor cinematográfico, Tim Burton. Propondo uma “Aquarela Sonora” entre as mais diversas facetas artísticas como música, pintura, cinema, literatura, teatro e dança.
Durante sua trajetória, o Maestrick obteve a quinta colocação no Prêmio Dynamite em 2012, na categoria “Melhor Álbum de Heavy Metal”. Foi também destaque nas mais importantes publicações especializadas do país como a revista Roadie Crew:”…tem tudo para se tornar um marco no Heavy Metal brasileiro” e a revista Rock Brigade: “Tem tudo para arrebentar lá fora”.
No mesmo ano, a banda se apresentou no aclamado festival Roça ‘N’ Roll, na cidade de Varginha/MG e foi destaque no ProgFest II, festival realizado na cidade de Lima no Peru. Atualmente, a banda conta com Fabio Caldeira (vocal e piano), Renato “Montanha” Somera (baixo e vocal) e Heitor Matos (Bateria e percussão).
Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, Fabio e Heitor nos contam algumas curiosidades sobre a banda, sua história e o que vem por aí. Confira!
Por Priscila Ramos O Maestrick lançou recentemente o EP “The Trick Side Of Some Songs” que reúne versões de clássicos do Beatles, Queen, Pink Floyd, etc. Como surgiu a ideia desta obra e como foi o processo de gravação?
Fabio Caldeira – Bom, nós estávamos prestes a iniciar as gravações do nosso segundo disco no final do ano passado e fazia um bom tempo que não lançávamos nenhum material novo. Tínhamos feito o tributo ao Dio com a versão de “Rainbow Eyes” alguns meses antes e achamos que seria o momento ideal para registrar algumas versões de músicas que nos influenciaram de alguma forma. A ideia inicial era fazer algo para preencher essa lacuna entre um disco e outro, mas acabou sendo algo que como uma “passagem”, uma linha que separou tudo o que já fizemos com o que vamos fazer. Embora fosse uma grande responsabilidade fazer versões desses clássicos, eu particularmente considerei como um momento para espairecer e nos preparar para a próxima empreita da banda.
Heitor Matos – O processo de gravação deste EP foi bem tranqüilo, comparado as gravações do “Unpuzzle!” e do próximo álbum, “Solare”. Tivemos tempo de pensar nos arranjos e ouvirmos antes de realmente batermos o martelo. O mais legal desse EP é que como tivemos tempo de sobra, não tem praticamente nada de edição. 99% do que ouvimos lá é sem edição. Só 1% vagabundo (risos).
Após a finalização do material, os objetivos iniciais foram alcançados? Qual é a opinião pessoal da banda?
Fabio – Com certeza. Nós quisemos simplesmente homenagear essas bandas que tanto fizeram pelo rock e dar um presente a quem acompanha nosso trabalho enquanto nosso disco de inéditas não sai. Nós ficamos satisfeitos com o resultado, porque atingimos o objetivo de fazer tudo da forma mais orgânica possível, colocando a cara do Maestrick com o máximo de respeito e sem descaracterizar as composições.
Heitor – Eu acho que o principal objetivo nosso com o EP era satisfação própria. E esse objetivo foi cumprido. Com relação à aceitação do público, tivemos muita crítica boa, e da mídia que foi também um dos principais motivos pra fazermos o EP, as críticas foram ótimas. É… Acho que os objetivos foram alcançados, mas ainda é cedo pra falar disso.
Como o “The Trick Side Of Some Songs” foi recebido pela mídia especializada e pelo público em geral? Tiveram o feedback esperado?
Fabio – Até agora a recepção foi maravilhosa. Todo mundo entendeu a nossa proposta e nosso sentimento é de missão cumprida.
Capa do álbum “The Trick Side Of Some Songs” O primeiro disco do Maestrick, “Unpuzzle!” é uma obra baseada em movimentos artísticos. Este conceito se manterá no próximo álbum de inéditas? O que vocês podem nos adiantar sobre o novo material?
Fabio – Sim, porque esse é um conceito do Maestrick, unir vários universos artísticos. A diferença principal é que o disco novo será dividido em duas partes. O seu conceito nasceu de uma conversa despretensiosa em um café da tarde com a minha mãe. Ela fez uma analogia muito bonita da vida como se fosse uma viagem de trem. Eu levei essa ideia pro pessoal da banda e juntos fomos desenvolvendo a ideia que é a seguinte: Uma viagem de trem de um dia, onde a primeira parte/disco, terá doze músicas que representam as doze horas do dia. Já a segunda parte/disco, será gravada e lançada posteriormente, com doze músicas representando as doze horas da noite. Será uma verdadeira viagem o disco, com muitos detalhes, muitas paisagens sonoras e muita emoção. Nós traremos elementos da nossa região, que é muito rica em termos de histórias, folclore e cultura rural.
Heitor – Acho que vai ser sempre uma marca do Maestrick lançar disco conceituais. Nós não conseguimos trabalhar sem rumo, isso é uma coisa nossa, pra outras bandas funcionam, pra gente não. Quanto a adiantar algo… É difícil falar que não vai estar legal, que será diferente e todos aqueles clichês que todas as bandas falam quando lançam algo novo, mas agora eu entendo isso. É quase impossível você trabalhar por um ano, até mais às vezes, em algo que vem de dentro da gente e não falar que vai ficar animal. Eu espero que, mais uma vez, nós consigamos passar o que sentimos nesses dois próximos discos, porque como são ligados um ao outro, não podemos falar só desse. Realmente será como noite e dia!
O álbum “Unpuzzle!” foi lançado também no exterior e recebeu elogios da imprensa especializada. Há planos de continuar expandindo o trabalho fora do Brasil e sair em turnê?
Fabio – Definitivamente, sim! Esse é o nosso objetivo com o “Espresso Della Vita”, fortalecer as relações com o público que já temos e ampliar ao máximo o alcance do trabalho do Maestrick.
Heitor – Com certeza. Mostrar seu trabalho e tocar fora do país, é um sonho não só nosso, acho que é também da maioria das bandas de hoje em dia. Continuaremos com esse pensamento sempre.
A banda foi formada em 2006. Nestes 10 anos de trajetória, quais foram as maiores mudanças e evoluções até os dias de hoje?
Fabio – As principais mudanças foram nas nossas vidas pessoais, que acabam influenciando na parte artística. No “Unpuzzle!” nós éramos moleques, não tínhamos tantas responsabilidades. Hoje estamos todos começando nossas famílias, o Heitor já está casado, o Montanha já tem um filho, então embora nossa essência seja a mesma, alguns valores acabaram mudando. Hoje somos mais unidos do que nunca e mais certos de quem somos e do que queremos. Isso vai ficar muito evidente no disco novo, tenho certeza.
Heitor – Foram 10 anos de banda, desde que nós resolvemos tocar juntos, mas o Maestrick na verdade só apareceu pro mundo em 2010, então estamos com pouco tempo de casa ainda! A maior evolução, a meu ver, foi com relação ao jeito de encarar as coisas, aprender a compor e a lidar um com o outro como uma família. Acho que ficará mais claro a nossa evolução como músicos assim que sair o novo álbum! Temos muita coisa nova pra mostrar.
Capa do álbum “Unpuzzle!” Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?
Fabio – De bandas clássicas, eu estou ouvindo muito Yes e Renaissance. Das atuais, Kamelot, Haken, Circus Maximus, Seventh Wonder, Crisálida (do Chile), Flor de Loto (do Peru) e, do Brasil, Lothlorÿen, Endless, Uganga e Higher.
Heitor: Então Priscila… Eu ouço bastante coisa. Agora no momento, por exemplo, estou ouvindo The Mars Volta (Octahedron). Ouço muito hoje em dia Coheed and Cambria, muito country, Pantera, Symphony X, Adrenaline Mob, Flying Colors, muita coisa mesmo!
Muito obrigada pela entrevista, deixo o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos leitores do Agenda Metal.
Fabio – Nós é que agradecemos pelo interesse no trabalho do Maestrick e pela atenção. Desejo o melhor a todos vocês, artistas independentemente dos palcos que atuam. O “Espresso Della Vita” está chegando com a primeira parte, “Solare”, e vai trazer muitas histórias para todos! Aguardem!
Heitor – Muito obrigado primeiramente a você, Priscila, pelas excelentes perguntas e por abrir espaço pras bandas brasileiras, esperamos que quem já conhece o Maestrick, curta o novo álbum e quem gosta de prog rock/metal e ainda não conhece, que dê uma ouvida nos álbuns “Unpuzzle!” e no ‘The Trick Side of Some Songs”, se curtirem (esperamos que sim) que fiquem atentos aí nos próximos meses, que teremos novidades do próximo disco. Um abraço e esperamos nos falar de novo em breve! Mais Informações: www.maestrick.com.br www.facebook.com/maestrick www.twitter.com/maestrick www.youtube.com/maestrickofficial
Mais Conquista, Menos Utopia – Entrevista Kiko Loureiro (Megadeth)
Por Homero Pivotto Jr. – Abstratti Produtora.
O carioca Kiko Loureiro é, desde 2015, um dos guitarristas do Megadeth. Ele divide a função com o líder e vocalista do conjunto, Dave Mustaine. A escolha de um músico brasileiro para o posto deixado por Chris Broderick ouriçou o meio metálico. Afinal, o grupo estadunidense é uma das instituições do thrash metal mundial – sendo, inclusive, um dos Big Four do estilo ao lado de Metallica, Slayer e Anthrax – e um dos grandes nomes do som pesado mainstream. Mas a escolha não foi à toa.
Kiko tem experiência de quase um quarto de século no meio musical, período em que lançou mais de 10 discos com o Angra (pilar do heavy metal melódico nacional), projetou-se em carreira solo com êxito e excursionou mundo afora. É essa experiência empírica de estar em uma banda, de trabalhar e compor em equipe, que ele acredita ter sido crucial no convite para integrar o grupo que nasceu após a dissidência de Mustaine do Metallica. Mais até do que a qualidade técnica de seu trabalho.
É isso que ele revela na entrevista a seguir, cedida com exclusividade para a Abstratti Produtora e respondida de dentro do tour bus, provavelmente, rodando por terras européias. Kiko também discorre sobre sua contribuição para o disco mais recente do quarteto e expectativa de tocar pela primeira vez com o Megadeth para seus conterrâneos, em agosto. A gira nacional passará por Porto Alegre dia 16, no Pepsi on Stage, com abertura dos locais da It’s All Red – aprovados pelo próprio Mustaine.
Dystopia, nome do último disco do Megadeth, é uma palavra forte, com um significado carregado de conceitos negativos. Mas, a bad vibe fica restrita ao nome – afinal, o trabalho foi muito bem recebido. Pode-se dizer que, para você, é um tipo de utopia fazer parte da atual fase da banda? Por quê?
Kiko Loureiro – Realmente, ‘Dystopia’ é uma palavra forte. As letras também, pois é um disco bem politizado. É meio que prevendo algo ruim no futuro, negativo, como será o mundo. A faixa ‘Post American World’ é um exemplo. Eu gostei muito de acompanhar a evolução das letras, da escolha dos títulos – os nomes das músicas foram se transformado. Durante o processo, o conceito do álbum foi ficando mais claro na cabeça da banda, na mente do Mustaine. E foi assim que virou o disco que tá aí. Eu não sei se é utopia fazer parte do Megadeth, mas eu me sinto superbem e feliz de estar me adaptando, por ser uma banda completamente americana (de hsitórias e de conceitos do seu país de origem). E, de repente, estou eu, um brasileiro, no meio dos gringos. Eu fico contente porque sei que eles enxergam muito o valor que eu posso trazer pra banda, e os fãs têm curtido. Então, não tem essa coisa de fronteira, de nacionalidades.
Mas, assim, não sei se chega a ser uma utopia, pois eu acredito que a música brasileira sempre foi bem ativa no mundo inteiro. Os músicos brasileiros são uma referência. Talvez não no rock, nem tanto no metal. Tem o Sepultura, tem o Angra e tal, sempre com uma identidade bem brasileira. Existem vários brasileiros pelo mundo tocando. Tem a história da nossa MPB que se espalhou pelo planeta todo. Então, acho que não é uma utopia, é algo bem natural um músico do Brasil conquistar espaços internacionais. Talvez, no caso do rock ou do metal, ou de você tocar em uma banda bem americana, seja um pouco mais raro. Acredita que a bagagem profissional (mais de 10 discos com o Angra, além da expressividade como guitarrista) foi decisiva para que fosse escolhido como substituto de Chris Broderick ? Ou o fato de Dave Mustaine ter simpatizado contigo, como ele mesmo afirma em entrevistas, teve tanta relevância quanto tua trajetória?
Kiko Loureiro – Quando eu conheci o Dave foi como pessoa, e não foi só ele quem decidiu. Além disso, o David Ellefson indicou. Agora, de dentro da banda, entendo melhor como funciona tudo. Por exemplo: o manager pede opinião pra pessoas em quem ele confia pra indicar e ele dar uma olhada e tal. Então, acho que meu nome apareceu numa lista de guitarristas, o Mustaine foi olhando e chegou a conclusão de que eu seria o cara indicado. Mas, antes, eu passei um dia com ele, trocando ideia, conversando sobre família, vida e várias outras coisas. Nem cheguei a tocar com ele, na realidade, num primeiro momento.
Acho que não foi muito essa questão da bagagem profissional. Claro que, provavelmente, quando eu conversei com ele ao longo do dia, o cara já sabia – eu já tinha feito uma foto com ele no Japão, em 2008, se não me engano, quando a gente saiu na capa de uma revista – que eu tinha uma banda que era conhecida e respeitada em solo nipônico, que tinha uma história na América Latina. Só que isso devia ser algo vago pra ele e para o Ellefson, que estão com a carreira mais ligada ao mercado norte-americano, que é muito forte. Por isso, acaba tendo esse olhar mais de o que está rolando nos EUA do que fora. E, quando não é lá, é mirando para a Europa, onde tem muitos nomes fortes do rock e metal. Então, ele não tinha esse conhecimento da minha trajetória profissional. Agora, há um ano e pouco no Megadeth, com certeza, eles percebem o que eu trago da experiência com o Angra, que isso é muito positivo. Acredito que essa questão, de como a gente fazia as coisas com o Angra e de como eu posso trazer tal experiência pra dentro do Megadeth, seja meu maior diferencial. Mais do que a qualidade do que eu toco.
O mais recente álbum do Megadeth conta com três colaborações suas de fato, uma trinca de músicas assinadas junto com o líder da banda (‘Poisonous Shadows’, ‘Post-American World’ e ‘Conquer or Die’). Como conseguiu esse espaço? Há outras contribuições suas, digamos, menores no disco?
Kiko Loureiro – O Dave Mustaine sabe muito bem o que quer. As músicas já estavam encaminhadas quando eu cheguei pra ensaiar, pra fazer a pré-produção. A questão da experiência de trabalhar em uma banda, de compor bastante no Angra, de entender como é o processo criativo, de saber como funciona uma relação em equipe pra criar junto, eu posso dizer que entendo bem. Por isso, consigo me posicionar para criar essa relação saudável. Tem várias dicas e manhas pra se conseguir isso. Principalmente, em um ambiente novo com uma pessoa como o Mustaine, que sabe bem o que quer e é o compositor da banda. Eu fui ali, devagar, colocando sementinhas de leve, e ele (Mustaine) pegou um respeito e ficou mais seguro pra ver o que eu tinha a mostrar. Foi um processo. Fiquei seis semanas com eles, um mês e meio, e as primeiras semanas eu mais observava. Depois, aos poucos, fui mostrando alguns caminhos. Acho que ele foi bem generoso de abrir espaço e sentiu que eu estava ali pra ajudar, pra acrescentar, e algumas ideias eram viáveis.
E, claro, teve ainda, ao longo da gravação, pequenas coisas de guitarra, uns solos ou melodias, que não chegam a ser consideradas composições – que não afetam a música ao ponto de você ter o nome nos créditos. É algo normal, que se está ali sempre tentando jogar ideias no meio.
No futuro, quando revisitar toda sua obra, acha que vai considerar o fato de ter sido membro do Megadeth como a principal conquista profissional – em termos de projeção? A que trouxe mais emoção e realização pessoal também?
Kiko Loureiro – Acho que não. No Angra a gente tem discos fantásticos, que foram marcantes na carreira, que me colocaram na música. O ‘Angel’s Cry’, primeiro álbum, é um exemplo. O ‘Rebirth’, quando a gente mudou a formação e conseguimos manter a banda superbem. O Megadeth eu não sei como vou olhar depois, com certo distanciamento no tempo, porque é uma coisa completamente diferente. Mas, com certeza, os meus discos solos, os do Angra e essa participação no Megadeth são as pedras fundamentais na carreira. Todas de importância meio por igual, pois, sem uma, não haveria a próxima. Alguns registros são mais conceituados do que outros, uns têm mais sucesso do que outros, mas todos fazem parte da minha vida. Então, acho que vou olhar pra isso da mesma forma que para outros trabalhos. Esse disco com o Megadeth é a porta de entrada para uma carreira ainda mais internacional, uma entrada mais para o mercado americano. Não sei como vou ver isso no futuro.
E sobre as turnês, há muita diferença de quando viajava com o Angra, por exemplo? Caso sim, quais seriam?
Kiko Loureiro – Tem mais luxo, né. Sempre hotéis top. Quando viajava com o Angra ia banda e equipe junto, agora a crew vai separada. Então, temos um ônibus gigante só pra nós. Como são cinco pessoas, fica mais conforto, mais espaço, mais luxo. A produção tem mais pessoas envolvidas, para que todos os detalhes sejam muito bem pensados. Tô aprendendo bastante. O Angra tinha situações legais também. A grande diferença é que, quando ia para o Japão, por exemplo, era tudo de primeira. E, de repente, fazia show em São Paulo ou outra cidade grande, até no Chile, em um uma casa legal, e tinha uns momentos que não eram tão bacanas. Rolava uns perrengues e tal. Acho que o grande lance, agora, é que todos os shows estão praticamente com o mesmo padrão alto, seja em uma cidade grande dos EUA, da Inglaterra, ou num evento menor. Eles conseguem manter sempre um padrão alto e constante. Não tem de fazer economia nisso ou naquilo porque o show é menor. Há um vídeo que foi divulgado recentemente no qual você mostra, ao lado de um roadie, um pouco sobre os equipamentos e instrumentos que usa. Além de buscar aprimoramento como músico, também preocupa-se em ficar sempre atualizado sobre guitarras, amplificadores, pedais e etc? Como?
Kiko Loureiro – Equipamento faz parte do trabalho. Já havia um sistema, mas eu ajudei a montar o que o Megadeth usa hoje em dia. De certa forma, é também um jeito de contribuir pra banda. Nem sou um cara tão tecnológico assim, nem tão ligado em equipamento, mas, se faz necessário. Eu busco entender, cada vez mais, e participar. Fazer o vídeo para os fãs foi legal porque muita gente perguntou como era e tal. Aí, resolvi mostrar.
Além da parte técnica, como você e o resto da banda costumam se preparar para os shows, desde aquecimento até concentração? Há algum tipo de ritual pré-palco?
Kiko Loureiro – A gente tem uma sala de ensaio no backstage, o que também é um luxo que o Angra não tinha tanto. Tem um amplificador de baixo e dois de guitarra, computador que dá pra gravar material, um monitor de estúdio, uma batera eletrônica completa e PA pequeno. Muitas vezes, uma hora antes do show a gente vai lá e fica tocando, se precisa tirar uma música nova ou rever alguma coisa que não tá rolando legal. Isso também é um luxo legal.
Basicamente, chegamos muitas horas antes da apresentação no local do evento pra dar tempo de fazer meet & greet, de repente alguma conversa importante. Também jantamos no local show. Tem case com as roupas (que evita de ficarmos carregando mala) e uma pessoal especial só pra cuidar essa parte de vestuário, lavar, cuidar, passar e tal. É isso que fazemos antes dos shows. De ritual, tem aquele momento antes de entrar no palco em que nos juntamos e o Ellefson dá algumas palavras, tipo reza ou fala alguma mensagem, pois eles são bem protestantes. Então, os dois Daves sempre têm algo a dizer. É bem legal, geralmente tem a ver com o lugar onde a gente tá, algo que passou e foi interessante. Será sua estreia em solo brasileiro tocando com o Megadeth. O que isso significa e quais amigos do meio musical brasileiro gostaria que estivessem prestigiando esse momento?
Kiko Loureiro – Vai ser emocionante tocar no Brasil com o Megadeth. Vamos ver como vai ser a experiência. Mas, certamente será muito legal de estar com o público brasileiro, mais do que com amigos do meio musical. Tenho certeza que tem muito fã do Angra que me acompanha e é admirador do Megadeth também. É uma expectativa bem forte, estou bem ansioso pra esses shows do Brasil.
SERVIÇO MEGADETH EM PORTO ALEGRE
Local
Pepsi on Stage – Av. Severo Dullius, 1995
Quando
16 de agosto, terça-feira, 21h
Horários
19h – abertura da casa
20h – It’s All Red
21h – MEGADETH
Terceiro lote (Primeiro e segundo lotes estão esgotados)
Pista
Promocional (valor reduzido, por promoção, disponível para qualquer pessoa) – R$ 165,00
Meia-entrada (50% de desconto para estudantes e idosos) – R$160,00 *
Inteira – R$ 320,00
Mezanino
Promocional (valor reduzido, por promoção, disponível para qualquer pessoa) – R$ 195,00
Meia-entrada (50% de desconto para estudantes e idosos) – R$ 190,00 *
Inteira – R$ 380,00
Pista VIP
Promocional (valor reduzido, por promoção, disponível para qualquer pessoa) – R$ 255,00
Meia-entrada (50% de desconto para estudantes e idosos) – R$ 250,00
Inteira – R$ 500,00
* Para o benefício da meia-entrada (50% de desconto), é necessário apresentar comprovação no dia do evento, ao acessar o local do show. Os documentos aceitos como válidos estão determinados no artigo 4º da Lei Estadual 14.612/14.
Multisom – São Leopoldo (Rua Primeiro de Março, 821), loja 204 – Centro. Fone: (51) 3952-1310.
*A organização do evento não se responsabiliza por ingressos comprados fora do site e pontos de venda oficiais.
*Será expressamente proibida a entrada de câmeras fotográficas profissionais e semiprofissionais, bem como filmadoras de qualquer tipo. Resumo
O quê: Megadeth Onde: Pepsi on Stage (Av. Severo Dullius, 1995) Quando: terça-feira, 16 de agosto, 21h Quanto: Pista R$ 90 a R$ 320/ Mezanino R$ 125 a R$ 380 / Vip R$ 160 a R$ 500
Rush, Motörhead, Cream, EL&P, Triumph, ZZ Top, The Police. A história do rock está repleta de power trios incríveis. Não há como negar que as formações de bandas de rock com apenas três integrantes possuem algo especial. Apenas uma questão estética? Basta tomar como base os nomes citados pra concluir que não.
O Pop Javali é um power trio brasileiro que há mais de 20 anos vem seguindo os mesmos passos de seus predecessores. Formada em 1992, a banda mantém a mesma formação até hoje: Marcelo Frizzo (baixo e vocal), Jaéder Menossi (guitarra) e Loks Rasmussen (bateria).
Por mais que durante a segunda metade da década de 90, Jaéder e Loks tenham se destacado com a banda Mystical Warning – com quem lançaram o álbum “Third Millenium” pela Megahard Records em 1998 – o Pop Javali sempre manteve-se ativo e produtivo. Já dividiram o palco com algumas das maiores bandas de rock de todos os tempos, como o Deep Purple e Uriah Heep, e gravaram dois álbuns, “No Reason To Be Lonely” de 2011 e o mais novo trabalho, “The Game Of Fate”.
Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, o vocalista e baixista Marcelo Frizzo, nos conta algumas curiosidades sobre a banda, sua história e o que vem por aí. Confira!
Por Priscila Ramos
O Pop Javali lançará seu primeiro CD ao vivo, “Live In Amsterdam”, gravado na capital holandesa. O que podem nos adiantar sobre o álbum?
Marcelo Frizzo – Primeiramente, muito obrigado pela oportunidade de poder falar com os leitores do Agenda Metal.
As músicas (tracklist) do álbum são algumas das faixas de nosso último trabalho, “The Game Of Fate”, mas em uma versão ao vivo, com mais “pegada”, mais heavy metal mesmo.
Como foi a experiência e como surgiu a ideia?
Marcelo – Em princípio, não criamos uma obrigação de gravar as apresentações e transformar em um disco. Gravamos mais na intenção de ter uma recordação. Porém, o resultado foi tão surpreendente que não poderíamos deixar passar a oportunidade de dividir a emoção com os amigos, transportando o show para um CD.
O álbum está sendo mixado por Andria Busic do Dr Sin com quem a banda já trabalhou no disco anterior “The Game Of Fate”. Como foi repetir a parceria?
Marcelo – Os Busic (Andria e Ivan) são amigos muito próximos, tivemos vários shows juntos e nossa parceria é algo tão positivo que fica até difícil explicar. Não temos dúvida quando a questão é escolher um produtor: Andria é o melhor!
A banda voltou recentemente de uma turnê na Europa e a repercussão na mídia especializada internacional foi bem positiva. Como foi a experiência? Já esperavam essa recepção?
Marcelo – Não tínhamos a menor ideia de como seria a recepção. Outro continente, outra cultura…
O fato é que, exatamente no quesito “cultura”, a Europa é o berço do Rock e o público europeu vive esse estilo musical.
Por todos os lugares que passamos fomos muito bem tratados e a aceitação do trabalho superou todas as expectativas.
Nos shows, além da participação efetiva do público, eles ainda fazem questão de comprar todo material da banda como CDs, camisetas, adesivos. Hoje temos mais amigos europeus no Facebook do que no Brasil… (risos). É muito gratificante! Não há nada melhor que ter seu trabalho reconhecido.
O Pop Javali foi formada em 1992 e mantém a mesma formação até hoje, o que atribuem ao fato de o line-up da banda ser tão estável?
Marcelo – Uma série de fatores: respeito, dedicação, amor pela música, amor entre membros da banda. Tudo isso temos desde o início.
Mas creio que um fator que merece destaque é o profissionalismo.
O Pop Javali não é um grupo de amigos que se reúnem pra “fazer um som”. Somos uma empresa. Nossos produtos são música, arte e entretenimento. Quando se tem essa consciência fica mais fácil manter o foco e, mesmo enfrentado dificuldades, trabalhar contínua e arduamente.
Junte-se a isso o “fazer música com o coração”. Nós realmente amamos o que fazemos. Com esse tesão que temos pela banda o trabalho fica prazeroso!
Quais são os próximos planos e projetos da banda?
Marcelo – Com o lançamento do “Live” (previsto pra agosto) continuaremos a fazer shows voltados à divulgação desse novo trabalho.
Paralelamente, estamos em pré-produção do novo álbum de inéditas e em breve devemos entrar em estúdio.
Ou seja, a agenda de 2016 já está completa.
O Pop Javali é muito ativo no Facebook, Twitter, Youtube, Soundcloud entre outras redes. Qual é a importância dessas mídias digitais para promover as bandas de metal, sendo que as mesmas não tem muito o apoio das mídias convencionais?
Marcelo – Acho que a internet é essencial nos dias de hoje. Sua música cruza fronteiras e é divulgada no mundo todo. As facilidades que a tecnologia moderna oferecem para a música não podem ser desprezadas, ao contrário, tem que ser aproveitadas da melhor maneira possível.
Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?
Marcelo – Aristocrats, projeto instrumental formado pelos músicos Guthrie Govan, Bryan Beller e Marco Minnemann. Nível de qualidade excepcional, a melhor coisa que ouvi nos últimos anos.
Muito obrigada pela entrevista, deixo o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos leitores do Agenda Metal.
Marcelo – Nós que agradecemos pelo privilégio! Aos amigos leitores, saibam que vocês são fundamentais para a cena Rock e são o combustível pra manter acessa essa chama, apoiando as bandas e os eventos! Não somente de forma ‘virtual’, mas comparecendo aos shows, adquirindo o material das bandas, divulgando cada vez mais! LONG LIVE AGENDA METAL!
Cezar Girardi e Gustavo Scaranelo são dois músicos profissionais bastante experientes e respeitados no cenário da música brasileira, especialmente nos campos do jazz e da música instrumental. Entretanto, nutrem outra característica em comum: a paixão pelo heavy metal.
Em 1995 fundaram a Second Heaven, banda que não deixou registros e foi desativada dois anos depois. A dupla passou então a se dedicar aos estudos acadêmicos de música, o que acabou por levá-los para outros segmentos onde fizeram carreira. Mas a paixão pelo metal manteve se pulsante durante todo esse tempo. Depois de uma conversa, decidiram reunir-se para tocar e compor heavy metal novamente. O resultado? Uma nova banda: Higher!
Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, o guitarrista Gustavo Scaranelo, nos conta algumas curiosidades sobre a banda, sua história e o que vem por aí. Confira!
Por Priscila Ramos
A Higher nasceu através da reunião de dois integrantes da banda Second Heaven com o intuito de registrar composições antigas, porém veio a ideia de um novo projeto. Como foi esse processo? Os outros integrantes antigos não tiveram interesse em participar?
Gustavo Scaranelo – Eu e Cezar conversamos depois de algum tempo sem nos vermos. Pintou a ideia de registrar as músicas que havíamos feito naquela época. No começo era apenas essa a intenção, mas gostamos demais dos resultados e seguimos adiante com a ideia, logo estávamos compondo coisa nova e dando novo nome ao projeto. Os integrantes do projeto anterior estavam conosco num primeiro momento, mas diferentemente de mim e do Cezar, não haviam seguido a carreira musical e acabaram entendendo, ao passo que o projeto cresceu, que as novas responsabilidades e demandas do Higher não eram mais tão compatíveis com a agenda deles. Por isso acabamos completando a banda com músicos profissionais somente, sem outras profissões, que pudessem disputar atenção com as necessidades do projeto.
A banda lançou o disco de estreia em 2014, autointitulado, e foi bem recebido pela crítica e público em geral. Qual é a opinião da banda sobre o material? Atingiram os objetivos?
Gustavo – Gostamos muito do primeiro disco, e as críticas não poderiam ser melhores! Ter um primeiro disco reconhecido pela “originalidade”, conforme lemos em várias resenhas é algo muito maior do que esperávamos. Nunca subestimamos o trabalho, mas não fizemos buscando essa ou aquela impressão do público, apenas fizemos um disco que gostaríamos de ouvir muitas vezes! (Risos).
Na nova fase da banda, voltaram como Higher e não mais como Second Heaven. Qual é a origem do novo nome da banda?
Gustavo – O nome Higher veio a partir de uma conversa que tivemos sobre o que gostaríamos de falar com nossas músicas. Já que estávamos produzindo um material autoral de alcance desconhecido, queríamos dizer algo que fosse bastante importante e real em nossas vidas. Higher (mais alto) refere-se a uma condição humana mais alta, mais evoluída. Gostamos de tratar nas letras daquilo que entendemos ser pontos cruciais para a evolução humana. É antes de mais nada uma partilha dos nossos esforços como ser humano com os outros seres humanos, uma vez que nossa evolução é a principal razão, talvez a única para a nossa existência.
Como está a agenda de shows e a divulgação do material?
Gustavo – A agenda está de acordo com nossas possibilidades, uma vez que estamos trabalhando no novo disco e isso requer muita dedicação e tempo disponível. Ainda assim estamos fazendo shows de acordo com nossas possibilidades. A divulgação do material continua a todo vapor através da nossa assessoria de imprensa Som do Darma, que tem feito um trabalho maravilhoso!
Quais são os próximos planos e projetos? Tem um novo álbum a caminho ou existe a possibilidade da gravação de um DVD ao vivo?
Gustavo – Como disse, estamos trabalhando no novo álbum. Não acho que um DVD ao vivo seja interessante no momento, precisamos de mais assunto, um maior volume de composições antes de mais nada e estamos sedentos por isso! Isso não nos impede de colocar novos vídeos, no canal, inclusive estamos trabalhando nisso agora mesmo.
A Higher é muito ativa no Facebook, Twitter, Instagram, entre outras mídias digitais. Qual é a importância desse tipo de meio para promover as bandas de metal, sendo que as mesmas não têm muito o apoio das mídias convencionais?
Gustavo – Acredito que essas mídias digitais sejam extremamente importantes para o nosso trabalho, elas nos dão real visibilidade e informam as pessoas de forma bastante afetiva sobre a banda. Mas é importantíssimo, junto a esse trabalho, nossa atuação nos palcos e aproximação real com o público, de outra forma acabamos por gerar uma expectativa e não a cumprimos, acredito que esse ciclo se fecha com o convívio, da forma como ele é possível, com os fãs, através dos shows, participações em programas e outras possibilidades.
Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?
Gustavo – Ouço muita coisa de outros gêneros, mas confesso que atualmente tenho ouvido bastante Death Metal, posso citar Decapitated e Gojira como bandas que não saem do meu player. Mas compositores como Jobim e Guinga sempre estão na minha playlist. Gosto muito de pesquisar novos trabalhos, ou aquilo que eu simplesmente nunca ouvi. Mas em época em que estamos compondo, procuro não ouvir muita coisa que possa me influenciar, evito bandas com sonoridades semelhantes a nossa.
Muito obrigada pela entrevista, deixo o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos leitores do Agenda Metal.
Gustavo – Agradeço a oportunidade de falar sobre o Higher, que é um trabalho tão sério e tão prazeroso ao mesmo tempo, para nós! E volto a bater na tecla que tenho batido sempre que tenho a oportunidade: é fundamental que o fã de metal dê atenção as novas bandas. Numa época em que bandas autorais abrem os shows de bandas de cover, é importante lembrar que as bandas autorais vão levar o gênero adiante e trazer novo fôlego à cena. Se nos esquecermos disso, o metal vai envelhecer e virar uma expressão artística do passado, artigo de museu. E isso não pode acontecer com um gênero tão expressivo, genuíno e forte como é o metal. Ele depende de quem produz e de quem consome, sem essa troca a produção se tornará desnecessária ou inviável, e isso colocaria a cena em condições muito frágeis. Um salve a todas as bandas que estão impulsionando o metal, mesmo em meio às adversidades, com seus novos trabalhos! E um maior ainda a todos aqueles que dão atenção a essas bandas e valorizam seus trabalhos! Obrigado mais uma vez a vocês pela oportunidade!
Vinte anos de estrada, quatro álbuns de estúdio, um álbum ao vivo e duas turnês européias. Esses números seriam suficientes para creditarmos ao Uganga o título de uma das bandas de thrashcore mais importantes do país. Mas não são por causa de números ou adjetivos que o Uganga está na estrada. A única coisa que importa para esses mineiros é a música.
Manu, Christian, Thiago, Raphael e Marco encaram o Uganga como uma família. Não a toa eles mantêm a mesma formação por mais de 10 anos. Entre acontecimentos bons ou ruins, a banda segue íntegra e agora apresentam seu novo álbum de estúdio: “Opressor”.
Integridade artística, técnica, profissional, pessoal e espiritual. “Opressor” é o Uganga em sua maioridade musical. Reflexo de experiência vivida, erros e acertos, sonhos e desilusões. Com “Opressor”, o Uganga é tão sincero quanto o amor e o ódio.
Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, o vocalista Manu “Joker” Henriques, nos conta algumas curiosidades sobre a banda, sua história e o que vem por aí. Confira!
Por Priscila Ramos O último álbum lançado pela banda foi o aclamado “Opressor” de 2014 que inclusive ganhou uma versão em vinil em 2016. Como surgiu a ideia do vinil?
Manu “Joker”Henriques: Acho que toda banda tem vontade de lançar seu material nesse formato. Crescemos nessa geração e é muito foda ter o “Opressor” também em vinil colorido, com a capa no tamanho certo, tudo no lugar. Nosso selo aqui no Brasil (Sapólio Rádio) abraçou mais essa ideia e o resultado é esse! Uganga do verdinho (risos). O álbum teve um feedback muito positivo dos fãs e da mídia e foi inclusive eleito como o melhor álbum nacional de rock de 2014 por uma mídia especializada. Qual é a opinião pessoal da banda sobre este mais recente trabalho? Atingiram os objetivos iniciais?
Manu: Com toda certeza sim! Chegamos onde queríamos com esse álbum, estamos 100% satisfeitos com ele, mas já focando em ir além no próximo trabalho, que inclusive está em adiantado processo de composição. “Opressor” foi lançado em 2014, a banda evoluiu bastante de lá pra cá, porém até agora ainda é nosso melhor momento sem sombra de dúvidas.
O Uganga abriu recentemente o show da banda Exodus em Curitiba. Sendo a banda uma grande influência, como foi a experiência?
Manu: Incrível cara! Já abrimos shows de bandas que adoramos como Coroner, Cathedral, R.D.P., etc, mas o Exodus foi especial pois é uma unanimidade fodida na banda! Talvez só o Murcego não seja um fã die hard por ter uma escola mais anos 70, mas mesmo ele pirou na energia dos caras no palco, uma aula de thrash mesmo sem o mestre Gary Holt! Em relação ao Uganga, a recepção em Curitiba superou todas as nossas expectativas positivas. Esperamos com toda certeza voltar em breve! Vocês já fizeram duas turnês europeias e somam esta experiência na bagagem. Existem diferenças entre o público brasileiro e europeu?
Manu: A meu ver, não. Roqueiro é roqueiro em todo lugar, assim como aqui, lá tem locais com púbico mais agitado, outros com uma galera mais contemplativa, mas, no geral, no caso do Uganga a recepção por lá sempre foi muito boa.
Vocalista Manu “Joker” Henriques
As músicas do Uganga são cantadas em português. Como foi a receptividade dos fãs europeus durante as turnês fora do Brasil?
Manu: Excelente cara, ao que parece pra eles é um atrativo a mais. Nós mesmos tocamos com bandas que cantam em Polonês, Hungaro, Espanhol… Acho que essa barreira é maior nos EUA, mas creio que mesmo lá já esteja mais fácil divulgar artistas que cantam em outras línguas, vide as tours constantes de bandas como Rammstein ou várias de folk metal tipo Thyrfing na América do Norte. No próximo álbum devemos ter uma faixa em inglês, mas nossa prioridade sempre será o português. Nos shows lá fora eu sempre troco uma ideia sobre o que se tratam as letras, acho importante pois elas são parte da identidade da banda. A Defense Records (Polônia) vai lançar o “Opressor” com notas minhas em inglês sobre todas as letras no encarte, assim a ideia fica clara. O Uganga já tem mais de 20 anos de estrada. Nesse tempo, quais foram as maiores mudanças e evoluções até os dias de hoje?
Manu: Foram inúmeras e incontáveis mudanças. Em todos os setores e nem vou entrar no clichê da internet, pois essa com certeza foi a maior delas. Mudamos nossa maneira de fazer música, de vender, começamos bem experimentais em 93 e fomos pesando, pesando (risos). Voltamos as raízes com o tempo, mas a fase experimental foi essencial para como soamos hoje. Também mudamos como pessoas, quem era um garoto no começo hoje é pai de família (risos). Enquanto a gente puder seguir crescendo e assimilando essa banda seguirá em frente. Quais são os próximos planos e projetos da banda?
Manu: Como disse estamos na pré do nosso próximo álbum e já temos quase metade pronto. Antes de lança-lo também sairá um clipe com o primeiro single, mas isso ainda vai um tempo… Qualquer coisa que eu diga sobre esse novo trabalho poderá ser fruto da grande empolgação que todos estamos, então o que posso dizer é que esperem e confiram. Também vamos lançar nosso primeiro “DVD” que está ficando muito legal e seguir tocando pelo Brasil. No início de 2017 voltaremos os olhos pra Europa mais uma vez e já estamos trabalhando nisso.
A banda é muito ativa no Facebook, Youtube entre outras mídias digitais. Qual é a importância desse tipo de meio para promover as bandas de metal, sendo que as mesmas não tem muito o apoio das mídias convencionais?
Manu: É parte do caminho pra sobreviver nos dias atuais. Começamos na fase dos releases xerocados e cá estamos na era das mídias digitais (risos). Mudam as ferramentas, mas a ralação segue (risos). Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?
Manu: Todos temos gostos muito variados, apesar de também curtirmos muita coisa em comum, como o Exodus, por exemplo. Eu particularmente tenho ouvido muito o cd do Tau Cross que é fenomenal. Também sempre ouço umas velharias tipo Crosby, Stills, Nash & Young, The Police, jazz, um pouco de rap old school, hardcore, punk… Somos todos bastante ecléticos. Muito obrigada pela entrevista, deixo o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos leitores do Agenda Metal.
Manu: A mensagem é uma só: Rock ’n’ roll! A gente se vê na estrada!