Turnê sulamericana 2015 – Masterplan retorna no ápice da carreira
Apesar do recomeço sugerido em latim pelo título do quarto álbum estúdio, Novum Initium, a gênese daquele Masterplan idealizado e moldado pelo guitarrista Roland Grapow no início da década passada ainda é bastante perspicaz, poderosa. Apesar de tantas trocas na formação, principalmente no que diz respeito a vocalistas – e o rompimento definitivo com o conceituado Jorn Lande -, a banda provou ao longo dos anos que sua chancela é respeitável no cenário da música pesada, por meio de seis registros, um deles ao vivo, Keep Your Dream Alive, cujo lançamento mundial – inclusive no Brasil, via Shinigami Records – é um dos motivos da segunda turnê da banda no país, em São Paulo nesta sexta-feira, 16, na capital e no sábado, 17, no Bar da Montanha, em Limeira. Confira a entrevista exclusiva com Roland Grapow.
Por Erick Tedesco
COI Produções/Masque Records
Olá, Roland. Esta nova turnê pela América do Sul divulga o álbum ao vivo Keep Your Dream Alive ou você encara esta segunda vez do Masterplan por aqui como uma forma de também divulgar a consolidação desta formação?
ROLAND GRAPOW – O novo CD e DVD ao vivo e esta turnê divulga nossa atual formação e nossa dinâmica de palco. Estou muito orgulhoso que encontrei caras como Rick, Martin e Jari para continuar com o Masterplan. Fizemos cerca de 70 shows nos últimos três anos.
É nítida a química entre o Masterplan e Rick Altzi, que, juntos, apresentaram aos fãs um dinâmico e potente álbum – Novum Initium. Como está a energia da banda desde este recomeço?
GRAPOW – Está perfeita, todos querem tocar ao vivo e a relação de amizade que criados é bem saudável, nos divertimos bastante, sempre motivados e respeitando um ao outro. Vocês vão sentir isto quando estivermos no palco!
Rick participou do processo de criação de Novum Initium? Ele canta com muita propriedade em todas as músicas deste registro.
GRAPOW – Sim, trabalhamos em conjunto para compor as melodias vocais e ele ainda escreveu sozinho muitas letras.
E quanto a Jari Kainulainen, quais das tantas qualidades e experiências deste conceituado baixista você absorveu para aprimorar o trabalho do Masterplan?
GRAPOW – Conheço o Jari há anos, desde os tempos em que ele era do Stratovarius, quando eu ainda fazia parte do Helloween. Certa vez me escreveu contando que ficaria feliz em se juntar ao Masterplan se um dia precisássemos de um baixista. Então eu realmente entrei em contato com ele quando o Jan S. Eckert saiu da banda por causa do seu principal trabalho. Tocar ao lado de Jari é sentir-se em casa junto a um velho amigo!
O registro ao vivo Keep Your Dream Alive contém na íntegra o show do festival Masters of Rock, em 2014. Acredito que aquele foi um momento importante para a carreira da banda, certo? Por que optaram por gravar aquela determinada apresentação?
GRAPOW – De alguma forma sentimos uma magia naquela noite, mesmo que tenha sido apenas o terceiro ou quarto show depois de sete anos, quando finalizamos a turnê do MK 2. Imagine, os músicos desta formação estavam juntos há pouco tempo, mas quando assistimos ao show é como se tocássemos juntos desde muitos anos! Como bônus deste álbum tem algumas músicas registradas no Wacken daquele mesmo ano, além de outras na Ásia e no festival Prog Power.
Roland, você também é conhecido no cenário metal como um requisitado produtor. Com que tipo de banda ou artista você prefere trabalhar? Você trabalha com todos os gêneros musicais?
GRAPOW – Sou mais conhecido por produzir bandas de melódico, power, black e thrash metal na Eslováquia. Particularmente gosto de ouvir música pesada com bom trabalho de guitarras. Não sou limitado a um determinado gênero, fui bastante influenciado por meu amigo Andy Sneap, que também me ensinou vários macetes de estúdio. Sempre confiro o trabalho dele com o Accept, Saxon Cradle of Filth, Exodus, Testamente, Megadeth e muitas outras.
Depois de tantos anos com o Masterplan e participações especiais em outras formações, Roland Grapow ainda é um nome que ronda o Helloween a cada novo lançamento, quero dizer, muitos fãs ainda sentem falta da sua guitarra e composições na banda do Weikath. Como você lida com seu passado no Helloween?
GRAPOW – Tenho muito orgulho do meu passado. Não tenho mais tempo para ouvir material antigo que compus, mas fico feliz quando algum fã posta uma música do Helloween na minha página no facebook. O mais legal é que meses atrás fiz contato com o Markus, Andy Deris e Weiki… sem brigas ou sentimentos ruins!
E quanto a um projeto junto ao Kai Hansen e Michael Kiske, ainda está nos planos?
GRAPOW – Era um plano há alguns anos. Tivemos entre três e quatro reuniões, mas por algum motivo não era de fato interessante para eles. Logo depois Kai e Michi formaram o Unisonic e fiquei um pouco chateado, afinal, nossa primeira ideia, eu acho, era um pouco mais animadora para os fãs. Quem sabe um dia. E ainda somo bons amigos!
Quais são as expectativas para esta turnê sulamericana? Pode revelar algo sobre o set list?
GRAPOW – São as mesmas músicas que tocamos na turnê europeia ou do nosso DVD, mas incluiremos outras três para os shows na América do Sul, talvez, quem sabe, mais uma da minha época de Helloween. Espero a presença de muitos fãs e velhos amigos para cantemos juntos! Não quero esperar outros 12 anos para ter, de novo, estes momentos.
Ainda é cedo para falar sobre um novo álbum de estúdio?
GRAPOW – Há seis meses firmamos novo acordo com a AFM para três lançamentos: o DVD ao vivo que já está no mercado, um álbum de regravações das minhas 12 músicas favoritas da época do Helloween com novos arranjos e o peso moderno do Masterplan, que serão cantadas por mim e pelo Rick – deve ser lançado no segundo semestre de 2016; e depois o nosso novo álbum de estúdio, mas só para o final do ano que vem ou começo de 2017.
Obrigado pela disponibilidade e atenção, Roland. Por favor, deixe uma mensagem às pessoas que comparecerão aos shows do Masterplan nesta nova turnê pela América do Sul.
GRAPOW – Não seja preguiçoso, apareçam em algum show, vamos nos encontrar e nos divertir juntos. Vejo vocês daqui alguns dias!
SERVIÇO
Masterplan em Limeira (SP) no Bar da Montanha
DATA: 17 de outubro (sábado)
HORÁRIO: a partir das 21 horas
LOCAL: Avenida Laranjeiras, 260, na Vila Eliza Fumagalli
INGRESSOS: R$ 85 (meia-entrada, promocional e estudante)
Apesar do estilo não ter nada em comum com o Brasil, a cultura escandinava e celta nunca esteve tão em alta em nosso país. Todos os anos, diversas bandas dos famigerados segmentos celtic, folk, viking e/ou pagan metal desembarcam em terras tupiniquins para saciar seus enlouquecidos fãs.
A próxima grande atração a chegar por aqui é o SuidAkrA. Com uma carreira sólida, que ultrapassa 20 anos de estrada, a banda alemã é reconhecida pelo trabalho pioneiro na cena do metal mundial.
Três anos após show de estreia no país, o frontman Arkadius declarou, em rápida entrevista exclusiva à THE ULTIMATE MUSIC, que estão preparando várias surpresas para as edições do renomado THORHAMMERFEST em Belo Horizonte (31/07 – Stonehenge Rock Bar) e em São Paulo (01/08 – Inferno Club), e aproveitou para falar o motivo de estarem na estrada há tanto tempo.
O SuidAkrA fez a sua primeira apresentação no Brasil há três anos atrás. Quais são as lembranças que vocês guardam daquela última visita? O que vocês esperam desta vez?
Arkadius: A última vez que tocamos no Brasil, ficamos totalmente impressionados! Eu amei esta paixão dos fãs brasileiros. Eles nos fizeram nos sentir especiais, vibraram durante toda a apresentação… é impossível descrever aquela sensação… Foi incrível! Agora, a nossa expectativa é a melhor possível e mal podemos esperar para vivermos momentos fantásticos durante estes shows, além de visitar Belo Horizonte.
O que vocês estão preparando para o setlist? Alguma surpresa?
Arkadius: Separamos algumas músicas as quais não tocamos ao vivo há muito tempo, portanto, é certo que faremos algumas surpresas. Além disso, para que esta passagem do Brasil seja ainda mais inesquecível, pretendemos tocar alguma composição do nosso novo álbum.
Diversas bandas de pagan/celtic/folk metal estão desembarcando no Brasil. No entanto, o SuidAkrA tem todos os ingredientes para ser considerado um dos melhores shows do ano. Neste momento, a tradição fala mais alto?
Arkadius: Nós sempre damos 110% no palco e não importa onde nós tocamos, penso que os fãs que vão aos nossos shows, sempre merecem o melhor que podemos lhes oferecer. No Brasil, a nossa carta na manga será estar diante de fãs ensandecidos e tenho certeza que será um momento inesquecível!
O SuidAkrA já lançou diversos álbuns interessantes, mas, na minha opinião, “Eternal Defiance” é um dos melhores. Após tantos anos de carreia, como a banda consegue se superar a cada trabalho? Muitas bandas acabam relaxando, porém, vocês continuam com aquele tesão do inicio de carreira.
Arkadius: Nosso segredo é assim que começamos a escrever um novo material, nós não olharmos para trás. É isso que temos feito até agora. Nós sempre compomos um novo álbum como se fosse o primeiro. Isso nos mantem longe de nos repetirmos, além do que hoje temos a mente mais aberta para inserirmos novos elementos, novas influencias ou inspirações. Este jeito de trabalhar é uma das razões as quais nós ainda estamos fazendo música por todos esses anos.
O cenário do pagan/celtic/folk metal scene está passando por um grande momento. Você acredita que definitivamente chegou a hora do SuidAkrA crescer e conquistar mais fãs?
Arkadius: Para ser honesto, eu não penso muito sobre essas teorias da evolução, porque nós criamos o nosso próprio caminho, nós tocamos folk metal desde os anos 90, período em que ninguém sabia como definir este segmento musical (risos). Pode ser que esta ascensão nos ajude em alguma coisa, mas isso não muda em nada para nós!
Muito obrigado pela entrevista, Arkadius. Por favor, envie uma mensagem aos fãs brasileiros.
Arkadius: Muito obrigado a todos por apoiar o SuidArkA e venham ao nosso show chutar umas bundas, compartilhar algumas cervejas e viver um grande momento de pura diversão conosco!
Os ingressos, em ambas as capitais, continuam à venda e podem ser adquiridos principalmente pelo site da Ticket Brasil (https://ticketbrasil.com.br/busca/?=Suidakra). Mais informações no serviço abaixo.
Confira o videoclipe produzindo para “Inner Sanctum”:
Dentro da onda de revisitar o passado musical, mais especificamente o período dos anos 1990, os artistas com mais propriedade para fazer isso são os que viveram aquela época. Alguns soam como arremedos de si mesmos, outros conseguem manter a integridade sem macular o sucesso de outrora. O Extreme é um bom exemplo para ilustrar a segunda opção.
Fazendo um som diversificado, que mistura funk, rock tradicional e hard rock com a dose certa de apelo pop, o quarteto emplacou hits e construiu fama. Agora, Gary Cherone (voz), Nuno Bettencourt (guitarra), Pat Badger (baixo) e Kevin Figueiredo (bateria) retornam aos palcos para celebrar os 25 anos de seu mais exitoso trabalho: Extreme II: Pornograffitti.
Aproveitando a vinda do grupo de Boston ao país, conversamos, por e-mail, com o vocalista Gary Cherone. No bate-papo, ele fala sobre as glórias do conjunto, as mudanças na indústria e no modo de consumir música e da passagem pelo Van Halen.
Por Homero Pivotto Jr. – Abstratti Produtora
Por que colocar o nome Extreme em uma banda que não é tão extrema, em termos musicais? Vocês não são um grupo de black ou death metal, por exemplo.
Gary – Talvez no Brasil a tradução da palavra ‘extremo’ seja um pouco diferente. O nome original da banda era The Dream. Havia um programa de TV sobre uma banda com esse mesmo nome, então deixamos eles com os direitos. Logo, Extreme é um derivado de Ex-Dream.
A banda começou por volta da metade dos anos 1980. Poderia nos contar como a primeira formação se encontrou? Que outras bandas com as quais costumavam tocar seguem ativas e quais ficaram pelo caminho?
Gary – Naquele tempo, Boston tinha uma ótima cena musical. Havia um bocado de clubes grandes para se tocar. Isso fez com que, tipo, nós e outros artistas nos conhecêssemos. O Extreme teve algumas mudanças de formação no início, mas o núcleo da banda se formou com a entrada do Nuno Bettencourt (guitarra) e Pat Badger (Baixo). Muitos grupos de Boston apareceram e sumiram, mas boa parte dos conjuntos nacionais com os quais tocávamos continua forte, como Aerosmith e Bon Jovi.
Vocês estão celebrando os 25 anos do clássico Extreme II: Pornograffitti. Pode-se dizer que esse é o disco de maior sucesso do Extreme?
Gary – Se for para definir sucesso por número de discos vendidos, sim, Pornograffitti está no topo da lista. Porém, fizemos outros álbuns que ajudaram a expandir o que o Extreme é musicalmente. Esses trabalhos receberam elogios da crítica e dos fãs. Então, também podem ser considerados como bem-sucedidos.
Quando a banda estava criando as composições para Pornograffitti era intencional fazer algo tão especial, que continuasse relevante por muitos anos, ou isso simplesmente aconteceu?
Gary – Sempre escrevemos para nós mesmo. Logo, nunca é algo do tipo proposital. O lançamento do nosso primeiro disco atrasou e, quando ele saiu, já estávamos trabalhando em Pornograffitti, mesmo sem o álbum de estreia ter caído no mercado. A banda entrou em turnê. Então, naquele tempo, quando ficávamos fora da estrada, estávamos azeitados e prontos para gravar. Somos abençoados por saber que as pessoas ainda se importam com o disco.
Quais principais diferenças entre aquela época e hoje na indústria musical e no contexto sociocultural?
Gary – Há uma grande mudança cultural. A música não domina a cultura como costumava, é apenas uma coadjuvante agora. Ainda existem ótimas bandas aparecendo, mas elas não têm plataformas para aparecer como tivemos (a MTV, por exemplo). E as gerações mais novas têm outras tantas distrações fora da música para ocupar o tempo… Internet, mídias sociais, iPhone, aplicativos de jogos, etc. Vivemos uma era de gratificação instantânea. Não sei se hoje em dia a garotada tem disciplina para pegar um instrumento e ficar 10 horas tentando aprender a tocar, já que eles podem pegar o smartphone e usar os samples de guitarra do Garage Band. Enfim… A Renascença (período histórico) terminou, mas as pessoas sempre irão pintar.
Como surgiu o convite para você ser o vocalista do Van Halen e como foi a experiência? Foi preciso abandonar algum outro projeto musical para ir em frente com essa oportunidade?
Gary – Extreme e Van Halen tinham o mesmo administrador. O primeiro estava em hiato, pois o Nuno trabalhava em um disco solo, e o segundo buscava um novo vocalista. Eddie (Van Halen) me enviou algumas músicas novas e fui convidado para uma audição. Foi um dos pontos altos da minha carreira. Fiquei três anos com os caras e fui muito bem tratado.
Além das faixas do Pornograffitti, o que mais os fãs podem esperar para o show?
Gary – Tocaremos o Pornograffitti do início ao fim, na ordem original em que as músicas aparecem no disco. Depois, faremos uma segunda parte especial da apresentação, misturando composições de todos os outros trabalhos.
Clássico Ou Ousado, Sempre Com Energia – Entrevista Iggor Cavalera
Não é à toa que Iggor Cavalera desenvolveu um estilo próprio de tocar, que mistura elementos de diferentes ritmos musicais. Afinal, o ex-baterista do Sepultura está longe de ser um xiita defensor do purismo metálico, como muitos admiradores do som pesado. Pelo contrário, faz questão de ouvir e se aventurar em qualquer gênero que – nas palavras dele – tenha “novidade, energia e pessoas experimentando”. Atualmente, seu foco principal é o MixHell, empreitada eletrônica que mantém com a mulher (Layma).
Entretanto, o músico mineiro não deixou de explorar as sonoridades mais agressivas que o tornaram famoso nos quatro cantos do planeta. Desde 2007, Iggor e o irmão mais velho, Max (vocal e guitarra), tocam o Cavalera Conspiracy, projeto que transita pelo hardcore, death, thrash e grind. Com três discos lançados – sendo o mais recente Pandemonium, de 2014 – o grupo corre o globo mostrando que a química para criar sons ‘porrada’ continua no sangue da família. Dia 23 de maio, a banda fará sua segunda apresentação em Porto Alegre, no Opinião (José do Patrocínio, 834), às 20h. Aproveitamos a o ensejo para fazer uma rápida bateria de perguntas, por e-mail, ao responsável pelas batidas do CC.
Por Homero Pivotto Jr. – Abstratti Produtora O Cavalera Conspiracy foi meio que o teu retorno ao universo do metal – no sentido mais amplo que essa definição possa ter. Tu chegaste a comentar na imprensa que nem sabia se algum dia iria voltar a trampar com algo do gênero. Passou mesmo pela tua cabeça tocar a carreira só com trabalhos fora dos sons mais pesados e extremos?
Iggor – Não tem muito a ver com o gênero musical. O motivo de eu ter começado o Cavalera Conspiracy com o Max foi para fazer algo novo, direcionado ao futuro, sem ficar remoendo a historia do passado. Assim como comecei o Mixhell e outros projetos também.
O novo disco do CC apresenta linhas de baterias mais básicas, até puxando para o hardcore. Foi muito complicado pra ti, que desenvolveu um estilo mais rebuscado – até meio tribal –, tocar linhas mais, digamos, retas?
Iggor – Não, não foi nada complicado. Curti muito reviver o jeito que eu tocava com o meu irmão no começo da nossa carreira.
O fato de voltar a tocar músicas mais agressivas com o Max te pilhou, de alguma maneira a, de repente, explorar isso com algum outro projeto?
Iggor – Na verdade, não. Mas, no meio do metal tem inúmeros músicos para colaborar de outras maneiras. Vide o Greg Puciato (The Dillinger Escape Plan), que trampou com o Mixhell em uma track.
Se fosse possível criar um projeto musical dos sonhos, qual seria? Que tipo de som faria e quais os integrantes tu escolheria para te acompanhar na empreitada?
Iggor – Seria um projeto mais cinematográfico, com o produtor John Carpenter (Halloween, Os Aventureiros do Bairro Proibido, O Enigma do Outro Mundo…) e, talvez, o Mike Patton (Faith No More).
Bicho, já que falamos em metal: rolou uma declaração tua algum tempo atrás sobre um show de música eletrônica (talvez o Daft Punk, não tenho bem certeza). Dizia que a apresentação dos caras, na tua opinião, havia sido tão – ou mais – brutal que a da uma banda de metal. Por que dessa impressão?
Iggor – Na real, eu falei isso do Justice. Foi um momento em que o metal estava muito chato, muito repetitivo e as bandas e DJs que transgrediam os gêneros musicais eram os mais interessantes. Penso assim ate hoje.
Isso tem a ver com teu trampo no MixHell, que é uma parada mais eletrônica. Qual o motivo da escolha por trabalhar com esse estilo? Liberdade criativa? Possibilidade de explorar sonoridades diversas?
Iggor – Como eu disse, tudo o que tem novidade, energia e pessoas experimentando me interessa muito. Acho que a musica eletrônica tem esse terreno fértil, como o rock tinha quando comecei a tocar.
O que há de semelhante no trabalho do MixHell com o que tu fazias anteriormente?
Iggor – Para mim, não e diferente. É como se fosse uma continuidade do meu trabalho.
Chegaste a ler o livro do Max, My Blood Roots – Toda A Verdade Sobre A Maior Lenda do Heavy Metal Brasileiro? Mudaria algo ou o que é narrado ali te representa 100%?
Iggor – Não li, mas acho que não mudaria nada. É a visão que o Max tem da historia, não a minha.
Ultimamente, o que tens ouvido? Mais bandas barulhentas ou umas paradas eletrônicas? Pode citar algumas, por favor?
Iggor – Eletrônicas barulhentas: Silent Servant, Youth Code, Tzsusing e Jimmy Edgard.
Quando tu estás atrás do kit de bateria, o que mais te inspira e te dá gás pra esmurrar o bagulho? E, por outro lado, o que é desmotivador ou broxante?
Iggor – Quando estou lá nada é broxante. A música dá todo o gás.
Com apenas nove anos de carreira, o Mork não para de crescer e conquistar seu espaço. Reconhecida como uma das últimas revelações do cenário nacional, a banda liderada por Samhen (guitarra/vocal) e Foizer (guitarra) recebeu a alcunha de “o Dimmu Borgir brasileiro” tamanha a qualidade do black metal sinfônico executado pelo grupo.
Fundada na capital federal Brasilia, em 2006, o Mork já lançou três elogiados trabalhos: o EP “Preposterous” (2006), “Exemption” (2010) e “Awake” (2014). Ao longo dos anos, a banda vem colecionando boas críticas e chamando a atenção do mercado europeu, principalmente após shows ao lado de grandes nomes como Mayhem e Marduk.
E as novidades não param. Além da apresentação no festival Roça N’ Roll 2015, o Mork está confirmado no festival Agosto Negro que ocorrerá em São Paulo (08/08 – Clash Club) e Rio de Janeiro (09/08 – Teatro Odisseia) ao lado do grupo norueguês Taake.
Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, Samhen e Foizer nos contaram algumas curiosidades sobre a banda, sua história e o que vem por aí. Confira!
Por Priscila Ramos
O Mork lançou um novo álbum em novembro de 2014, “Awake”. Como foi o processo de composição e gravação?
Samhen: O processo de composição foi complicado porque ocorreu antes, durante e depois da saída de quase todos os integrantes (bateria, baixo, teclado e guitarra). Nessa transição, nós tivemos que rever a proposta musical da banda e compor tudo em duo (Samhen e Foizer), incluindo bateria, baixo e teclado.
No geral, o álbum foi gravado, mixado e masterizado no meu home Studio, exceto a bateria, que foi executada pelo nosso amigo e convidado V. Digger (banda Miasthenia). Todos os outros instrumentos e vozes foram gravados por nós.
Foizer: Foi um trabalho árduo, pois tivemos que aprender na real como fazer todas as etapas técnicas de gravação, mixagem, masterização, assim como o uso correto de todos os equipamentos necessários para se fazer um bom trabalho de áudio.
Quanto ao processo de composição, na verdade desde o inicio da banda, a maior parte das ideias sempre foram feitas por mim e pelo Samhen. Os membros antigos contribuíam mais com alguns detalhes nas composições, o que na verdade acabava tirando um pouco da nossa essência.
É muito complicado trabalhar com outras pessoas com ideias completamente diferentes das primárias. Por tanto, dessa vez foi ótimo, pois focamos num ponto e não tivemos interferências. Fizemos o que realmente queríamos fazer.
Samhen: No geral, o álbum foi gravado, mixado e masterizado no meu home Studio, exceto a bateria, que foi executada pelo nosso amigo e convidado V. Digger (banda Miasthenia). Todos os outros instrumentos e vozes foram gravados por nós.
O álbum Awake foi bem recebido pelo público e teve grande reconhecimento pela mídia nacional e internacional. Qual é a opinião pessoal da banda sobre o material, após a finalização os objetivos iniciais foram alcançados?
Samhen: Nós ficamos muito satisfeitos com o material novo, foi uma evolução sonora significativa.
Os nossos dois objetivos eram: ter liberdade na edição da mixagem e buscar uma qualidade semelhante ao que havia de melhor no mercado. Isso se tornou um problema, porque “qualidade” em áudio é diretamente proporcional a “recursos”, resultando em um investimento alto. A melhor solução que nós encontramos foi fazer tudo por conta própria da forma mais criteriosa possível e o resultado foi extremamente satisfatório.
Foizer: Trabalhamos muito para chegar nesse resultado, tudo foi feito com muita cautela. Fizemos o melhor que podíamos com os recursos que estavam disponíveis naquele momento. O aprendizado que tivemos tem sido e com certeza vai continuar sendo muito útil no futuro. Hoje em dia podemos entrar em estúdio e acompanhar todo o procedimento sabendo como realmente as coisas funcionam e não simplesmente jogar tudo na mão de algum produtor musical esperando que ele alcance o resultado que queremos trabalhando sozinho e as cegas, o que infelizmente é o que acontece com algumas bandas que acabam se perdendo da essência do álbum no meio do processo de produção.
A banda lançou ano passado seu primeiro videoclipe “Infirmita Carnis” do álbum Awake. Por que escolheram esta música e como foram as filmagens?
Samhen: Escolhemos essa música porque ela tem a estrutura sonora mais fácil de ser interpretada e absorvida. Foi uma espécie de cartão de visitas para a nova proposta sonora da banda.
As filmagens foram realizadas em dois dias em um matadouro desativado perto de Brasília. Foi o local com a “energia” mais densa que encontramos para interpretar essa música, já que a temática trata de um assassino canibal (Sagawa). O cheiro era horrível, os locais eram assustadores e, enfim, era a locação perfeita (risos).
Foizer: Quanto a escolha da música, faço das palavras do Samhen às minhas. A filmagem desse clipe foi algo que com certeza lembraremos por muito tempo. Não podíamos ter achado um lugar melhor para interpretar a história de um canibal. Durante os dois dias, pudemos sentir o clima extremamente pesado que esse lugar emana, sem dúvida, foi a locação perfeita.
A banda foi formada em 2006. Nesses 9 anos de estrada, quais foram as maiores mudanças e evoluções até os dias de hoje?
Samhen: De uma forma geral, podemos falar que o que mais nos impactou foi a decisão de tratar essa banda como uma profissão. Antes de começarmos a gravar o álbum Awake, optamos por nos separarmos dos outros quatro membros da banda para buscar mais profissionalismo e seriedade nos anos seguintes; essa foi a mudança mais intensa da nossa carreira. A partir desse ponto, tudo começou a mudar significativamente de hobby para profissionalismo: composições, técnica, qualidade de desempenho ao vivo, termos e contratos, etc. A maior mudança foi essa, de buscar transformar o sonho em profissão.
Foizer: Ressaltando as palavras do Samhen, com certeza foi a decisão de profissionalizar a banda. Foi nesse ponto que vimos quem realmente estava disposto a tentar viver dessa profissão e dar atenção e empenho total ao Mork.
O Mork já foi comparado ao Dimmu Borgir por causa da qualidade do black metal sinfônico executado pela banda. Essas comparações são positivas para a banda?
Samhen: Elas foram positivas até certo ponto na nossa carreira, onde precisávamos de visibilidade no mercado para poder divulgar o material da banda para casas de shows e selos. Ainda foi útil depois, na criação do novo álbum, porque serviu como combustível para mudarmos nossa estrutura sonora e tentar algo novo, melhor. Nossa meta é sair dessa “sombra” estrangeira que sempre é aplicada sobre bandas brasileiras e buscar ser uma referência. Nunca é bom para uma banda, com material autoral, ser comparada com o expoente do seu mercado alvo durante muito tempo, representa carência criativa.
Foizer: Eu penso que é sempre um elogio ser comparado com grandes nomes da indústria do Metal Extremo, significa que o potencial da banda é evidente, porém, é algo perigoso. Se você tem o intuito de ser referência algum dia, é preciso quebrar esses estereótipos e seguir seu próprio caminho. Ninguém da indústria está interessado em um Dimmu Borgir “2”.
O Mork é uma das principais atrações no Festival Roça ‘n’ Roll no dia 6 de Junho. Qual é a expectativa da banda em tocar no festival?
Samhen: A expectativa é alta! Durante anos, ouvimos e vimos o Roça ‘n’ Roll, é um festival brasileiro de excelente qualidade. Fazer parte desse cast é uma responsabilidade e oportunidade grande de fazer o público conhecer o nosso trabalho, significa que estamos no caminho certo.
Foizer: Alta! Estamos finalmente voltando aos palcos depois de um bom tempo. Iniciar novamente nossos shows em um festival tão renomado como o Roça “N” Roll é muito gratificante! Estamos trabalhando duro para proporcionar ao público um show bem legal.
Quais são os próximos planos e projetos da banda?
Samhen: Como lançamos recentemente o álbum Awake, nosso foco atual está nos shows e em divulgar a banda da melhor forma possível. Se esse ciclo se fechar como previsto, devemos começar a trabalhar em um material novo apenas em 2016.
Qual é a origem do nome da banda?
Samhen: Queríamos um nome simples que representasse essa temática sombria do metal extremo. Escolhemos pela palavra “escuridão” e procuramos a forma escrita em diversas línguas. O mais interessante para nós foi a palavra em escandinavo “MØRKE”, fizemos uma variação livre e mudamos para Mork.
Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?
Samhen: Álbuns novos das bandas Triptykon, Behemoth e Satyricon. Antigos das bandas Type o Negative, Death, Johnny Cash, acho que por aí. Foizer: Watain, Satyricon, Behemoth, Patria, 1349, Kampfar, Slayer e Dimmu Borgir.
Muito obrigada pela entrevista, deixo o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos leitores do Agenda Metal.
Samhen: Nós que agradecemos a oportunidade de expor nossas ideias!
Leitores, precisamos principalmente do seu apoio para crescer, nenhuma banda conquista novos territórios sem um público forte dando suporte. Confiram nossas páginas para obter áudios, vídeos, notícias e merchandising do novo álbum Awake! Nos vemos dia 6 no Roça ’n’ Roll!
Foizer: Muito obrigado a todos do Agenda Metal pelo espaço e agradecemos também a todos que acreditam e apoiam o Mork!
A vocalista Arya Medeiros, fundadora da banda de heavy metal sinfônico Eve Desire, tem se destacado cada vez mais dentre as cantoras do heavy metal nacional, realizando, inclusive, workshows a respeito de sua aprimorada técnica de canto erudito aplicado ao heavy metal.
Em entrevista exclusiva ao Agenda Metal, Arya nos conta algumas curiosidades sobre o Eve Desire, sua história e o que vem por aí. Confira!
Por Priscila Ramos
A Eve Desire está para lançar o primeiro CD da banda. Como está o processo de composição e gravação?
Arya Medeiros: Estamos fechando as últimas composições. Entramos em estúdio para gravação entre junho/julho. Além do término das composições, existe todo um processo de arranjo e estruturação que também consome um bom trabalho. As reuniões de pré-produção estão acabando, e, em breve, recording! Em 2013 o clipe da música Vitruvia, primeiro trabalho próprio da banda, foi lançado com exclusividade pela rádio UOL e alcançou 4.000 acessos em 48 horas. Ao que vocês atribuem essa excelente aceitação?
Arya Medeiros: Ao público que construímos no cenário underground enquanto banda cover de Nightwish. Foi esse mesmo público que pediu ao fim dos shows que fizéssemos som próprio! Foi emocionante lançar o primeiro trabalho já com expectativa de público! A música Vitruvia tem como tema Física e Música. O restante do álbum seguirá essa temática? Qual é a ideia por trás do tema?
Arya Medeiros: Sim, seguiremos neste tema. Música e tempo sempre andaram juntos, ou, ao menos, as discussões sobre eles. No século XX, muito se falou sobre cronoametria e cronometria em música, em estética musical sob a ótica do tempo. É um tema fascinante. A física quântica também vem obtendo notáveis avanços, coisas sensacionais estão sendo descobertas por esse ramo da ciência.
E pelo fascínio do tema, resolvemos musicar tudo isso, levar em nossas músicas uma mensagem que faça o ouvinte pensar e repensar sobre sua existência, sobre o tempo, abrir a mente para as novas descobertas científicas e aprender a viver o presente (se é que ele existe, rs!). A banda foi formada no final de 2011. Nesses 3 anos e meio de estrada quais foram as maiores mudanças e evoluções até os dias de hoje?
Arya Medeiros: A banda é um projeto meu (Arya) e do tecladista (Cappia) orginalmente, e desde a sua fundação mantemos algumas linhas básicas no trabalho, porém, cada integrante tem total espaço para colocar as suas ideias, estilo, e tudo o que agregue valor ao som. Tivemos muitas formações, muitos shows, muitos músicos que passaram, muitas viagens, palco de todos os jeitos, rs! Uma aventura!
Toda banda passa por n formações até estabilizar. Alguns músicos não suprem a parte técnica, outros não suprem a parte profissional e outros apenas optam por outros caminhos que melhor lhes apresentam. A cada nova formação, um novo universo, uma leve mudada no som, enfim, sempre adaptações.
E a cada show, um aprendizado. O que funciona, o que não funciona, o que ficou ótimo, enfim, uma lição a ser aprendida antes do próximo show.
Uma vez fechada a formação, aí as músicas vão tomando forma. O universo de cada integrante começa a aparecer na hora da composição, e vamos chegando a uma marca, numa característica da Eve enquanto uma coisa só.
Acredito que nossa maior evolução foi atingir um nível mínimo de maturidade musical para apresentar um primeiro álbum com profundidade em todos os níveis: técnicos, pessoais, individuais, etc.
Ter banda é estar em movimento. E seguiremos aprendendo por muito tempo. A banda iniciou tocando covers do Nightwish da época da Tarja Turunen no vocal e inclusive a Eve Desire foi considerada um dos melhores covers do Nightwish pelas rádios europeias. Ainda continuam incluindo as músicas da banda finlandesa no set?
Arya Medeiros: Sim, os clássicos permanecem. Wishmaster, Nemo, Ever Dream. Músicas que marcaram nossa história. Como está a agenda de shows para esse ano?
Arya Medeiros: Quando se grava um CD, não dá para conciliar uma agenda muito extensa, pois todo o tempo da banda é consumido em composições, reuniões, etc. Também temos outras coisas para gravar além do CD, outros eventos a cumprir. Tudo coisa boa, mas reduz a agenda de show por um curto período. Estamos tentando manter ao menos 1 show por mês, e está dando certo! O próximo será 23 de Maio, no Vamp Festival.
Wagner Cappia (teclado) e Arya Medeiros (voz)
Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?
Arch Enemy
InFlames
Dixie Dregs
Killswitch Engage
WovenWar
Noturnall
Muse
Adrenaline Mob
Rick Wakeman. Os idealizadores da banda Arya Medeiros e Wagner Cappia têm um instituto musical, Ever Dream. Qual é a proposta e como nasceu a ideia?
Arya Medeiros: O Imed também se aproxima de seu terceiro aniversário. Não foi uma ideia, foi uma oportunidade. Surgiu a oportunidade de comprar o ponto, e lá instalamos nossa empresa. Reformamos tudo, transformamos em conservatório musical. O Imed oferece grade curricular completa, com mais de 10 matérias teóricas e práticas a disposição do aluno, com certificação profissionalizante ao final do curso. Ensino de música com excelência é lá. Primamos muito em tornar o individuo em músico. Ser músico está além da técnica e da partitura. A Eve Desire participará do DVD Noturnall & Friends. Podem nos adiantar como será a participação da banda nesse projeto?
Arya Medeiros: Sim, será uma grande honra participar desse DVD! Faremos covers junto com a Noturnall e outras coisinhas legais (surpresa!). As gravações estão agendadas e muito ansiosos pra ver o resultado final.
Agradecemos pela entrevista e deixamos o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos fãs e leitores do Agenda Metal.
Arya Medeiros: Prazer enorme estar aqui com vocês! Se quiserem saber mais sobre o trabalho da Eve, acesse nosso site www.evedesire.com e fb (Eve Desire). Shows, fotos, eventos, atividades, curiosidades sobre física quântica, está tudo lá! E claro, não deixem de ir nos shows, porque é no ao vivo que o bicho pega. Nada substitui ouvir a banda ao vivo, não tem gravação que capte essa emoção!
Nos vemos nos shows!
Rock in Rio 2015 – Luis Mariutti, do ABOUT 2 CRASH, fala sobre seu retorno à música
Luis Mariutti é, sem dúvida, um dos artistas mais queridos e respeitados do rock/metal nacional! O músico que ficou longe dos palcos há muito tempo, agora está de volta como baixista do ABOUT 2 CRASH, mais novo dream team do metal brasileiro.
Já promovendo a apresentação no Rock in Rio 2015 (24/09 – Rock Street Brasil), Mariutti quebrou o silêncio e, após anos, concedeu esclarecedora entrevista sobre diversos pontos da sua gloriosa carreira.
Em conversa com Marcos Bullino para a primeira edição do “Papo Heavy Metal”, do site A Ilha do Metal, o músico falou sobre a expectativa em tocar no Rock in Rio 2015, os bons momentos ao lado do Angra e Shaman, discorreu sobre a dedicação ao Muay Thai, comentou sobre UFC/MMA, e o lançamento do debut álbum do ABOUT 2 CRASH.
Confira a entrevista na integra:
O ABOUT 2 CRASH é um verdadeiro dream team formado pelo baterista Aquiles Priester (Primal Fear, Tony Macalpine, Vinnie Moore, Hangar, Angra, Paul Di’Anno), o baixista Luis Mariutti (Shaman, Angra, Firebox, Henceforth e Andre Matos), o guitarrista Bill Hudson (Circle II Circle, Jon Oliva, Zak Stevens), o vocalista e produtor Theo Vieira (Hard Rocket), o guitarrista e co-produtor Anderson Carlos (Holy Sagga, Hard Rocket) e o DJ e vocalista Vinicius Neves (Stay Heavy).
Composto por experientes músicos da cena do metal mundial, o ABOUT 2 CRASH traz uma proposta sonora agressiva e moderna, misturando peso, melodia, groove e samplers, resultando em um som único e visceral.
O supergrupo vem conquistando excelente feedback do público com três impressionantes singles e diversos teasers disponibilizados na web. Com pouco mais de um ano de existência, a banda vem aprimorando seu estilo e suas composições, abrangendo temas atuais e controversos, saindo do lugar comum e procurando trazer algo novo para a música pesada.
Os três singles até então lançados foram mixados, em Los Angeles (EUA), pelo renomado produtor Damien Rainaud (Fear Factory e DragonForce). Neste momento, os músicos estão se preparando para lançar um álbum completo já no segundo semestre deste ano.
Iggor Cavalera provocou estranheza quando, ao sair do Sepultura, em 2006, resolveu investir na música eletrônica com o Mixhell – projeto que divide com a mulher, Laima Leyton. O baterista deu de ombros aos xiitas. Afinal, a iniciativa era só a materialização dos anseios artísticos e do gosto eclético responsável por moldar o estilo próprio de tocar que desenvolveu ao longo da carreira. Mas, o regozijo de seus detratores durou pouco. No mesmo ano em que deixou o grupo de metal brasileiro mais famoso do mundo, o mineiro, hoje com 43 anos, retomou os laços com o irmão, com quem não mantinha contato direto havia uma década.
O reencontro de Iggor & Max Cavalera – núcleo criador do Sepultura – foi carregado de emoções. E de música, claro. A partir dali, o peso do clima que se abatia sobre a dupla migrou para a nova empreitada musical criada por eles: o Cavalera Conspiracy. Resgatando as influências mais pesadas do antigo conjunto, o CC mostrou que a química entre os dois continuava explosiva. Foi a oportunidade perfeita para o baterista fazer quem o acusava de não ser ‘trOO’ o suficiente morder a língua.
Prestes a lançar o terceiro disco, batizado de Pandemoniun, o Cavalera Conspiracy está com nova turnê marcada pelo Brasil, para setembro. Em Porto Alegre, a apresentação rolará dia 14, no Opinião (Rua José do Patrocínio, 834). Aproveitamos o ensejo para bater um papo com Iggor, por telefone, direto de Londres. Na conversa, ele fala sobre a turnê vindoura, o trampo inédito do CC, futebol e outros assuntos.
Por Homero Pivotto Jr. – Abstratti Produtora
O show com o Cavalera Conspiracy marca a volta da dupla Iggor & Max ao Rio Grande do Sul após 20 anos. A última vez que estiveram juntos no Estado foi em 1994, na histórica apresentação ao lado do Ramones e do Raimundos, no Gigantinho, em Porto Alegre. O que lembra daquela ocasião?
Iggor Cavalera – Pô, mano, lembro que foi legal pra caramba. A gente estava fazendo a tour inteira com o Ramones e uma das cidades onde a recepção rolou mais forte, do Brasil inteiro, acabou sendo aí. Os caras do Ramones vieram falar com a gente: “Porto Alegre é um dos lugares onde vocês têm os fãs mais loucos!”. Engraçado que, pelo lado do Ramones, era um dos locais onde eles tinham mais admiradores também. Foi quebradeira total, legal pra caramba. Uma das turnês mais divertidas que a gente fez.
Assim como o Ramones, vocês dividiram o palco e estreitaram laços com outros artistas dos quais são abertamente fãs, como Black Sabbath, Motorhead, Slayer… Na época em que o Sepultura começou, que vocês passavam perrengues lá em Belo Horizonte, imaginavam que isso aconteceria?
Iggor Cavalera – O mais interessante é que a gente não tinha nenhum plano de fazer isso. Aconteceu por conta de vários fatores: trabalhamos pra caramba, fizemos várias coisas pra chegar aonde chegamos. Muita gente acha que o Sepultura começou depois do segundo Rock in Rio, na época do Arise. Pessoal não sabe que tinha história por trás, que a gente fez muito show desde o comecinho, lá em 1984, até chegar no que virou ali pelos anos 1990. Então, acho que isso é legal. E também o lance de não ter um plano. Hoje, eu vejo moleque começar uma banda já com business plan: tem que fazer não-sei-o-que no Facebook, no twitter, tem que ter follower… Não era nada disso! A gente fazia o som – e lógico que a gente gostava pra caralho da parte de tocar – e, aí, um monte de gente ia curtindo cada vez mais, até chegar aonde chegou. Porém, não tinha essa visão de business, nem a pau.
E como foi passar de fã a ídolo de muita gente?
Iggor Cavalera – É muito louco, né, mano! Pensa que um dia você está ali, ouvindo um vinil do Motörhead, e no outro está dividindo o palco com os caras. É bem louco! E, além disso, você está ali batalhando junto com esses artistas. Isso era o mais legal de tudo. Não era aquela coisa de “abrir o show de não-sei-quem”. A gente estava ali correndo atrás junto com todo mundo. Isso era legal: ver que todos estavam na mesma batalha de fazer um som. É muito bacana dar uma olhada no passado e ver o que a gente passou.
Você começou a ter interesse por bateria indo aos jogos do Palmeiras e interagindo com as batucadas feitas pela torcida com instrumentos de percussão, certo? Acredita que ritmo é, antes de técnica, algo mais intuitivo, que nasce com a pessoa?
Iggor Cavalera – Putz, eu acho que os dois. Um não anda sem o outro. É lógico que, quanto mais você treina, mais vai ficar com técnica apurada. Mas, não adianta só ter a técnica. Eu acho que o feeling é muito importante. Um batera que nem o John Bonhan até hoje é citado mais pelo feeling do que pela técnica. Creio que, tudo que eu passei desde molequinho, indo no estádio, vendo os caras tocar, me influenciou para o estilo próprio de tocar que acabei criando. Acho que isso vem um pouco de não querer a técnica perfeita, mas buscar algo que fosse do caralho pra banda, pra gente crescer juntos como músico. Isso é o mais legal de passar pra molecada nova. Às vezes, o cara fica muito bitolado em ser o mais rápido, tocar melhor que os outros, e não consegue tocar uma música direito com outros caras. Fica travado na hora de criar, pois acha que tudo já foi feito. É bom ter um pouco de cuidado nesse lado.
Em qual momento da carreira você percebeu que tinha desenvolvido um estilo próprio?
Iggor Cavalera – É muito louco! Além de ter essa história de você estar buscando um jeito de tocar, a gente sofria muito com a sonoridade. Os primeiros discos do Sepultura a gente sabia que estavam bons pra caramba, mas não tinha o som que queríamos. Não tinha produtor de metal no Brasil na época, os caras não sabiam produzir disco de rock. Acho que, a partir do Beneath the Remains, em 1989, comecei a ver que estava fazendo algo legal pra caralho e que tinha uma sonoridade que me permitia bater de frente com qualquer batera do mundo.
Já que tocamos no assunto futebol… O que achou da Copa no Brasil e todos os desdobramentos que vieram com ela (a derrota da seleção, manifestações, obras inacabadas, polêmicas…)?
Iggor Cavalera – Acompanhei da Europa, pois não consegui ir para o Brasil. Fiquei trampando aqui, fazendo shows com o Mixhell. Mas, vou falar que, por aqui, eu fiquei bem satisfeito com o que eu vi em termos de nação. Até a última Copa antes dessa, na África, ninguém falou nada. Mudou um pouco, no sentido positivo, de que neguinho está abrindo a boca. Antigamente não tinha essa, era todo mundo conformista achando que ia ter uma Copa no país e “que legal, foda-se!”. Foi legal ver que a população estava infeliz com o que estava acontecendo, com os abusos gerais que rolaram. Superfaturaram tudo pra fazer acontecer o Mundial e muita gente ficou puta. Isso eu acho positivo, porque passamos de um país que, até então, tinha fama de que: se futebol está bem, está tudo certo. A Europa conseguiu ver que a situação não estava boa, era ridículo o que estavam fazendo, tanto a FIFA quanto os demais envolvidos no evento. De futebol foi bom também, porque aquela seleção era muito zoada. Tinha jogador ali nada a ver, tipo o Fred. Não dá pra achar que é legal ser campeão do mundo com um cara como ele no time. Bateu uma certa felicidade de ver o time se foder. Esses aí não vão ficar pagando de rockstars 200 mil anos que nem os caras dos anos 70 ou 80, que jogavam muito. Não era merecido.
É mais ou menos aquilo que você falou sobre o cara que monta uma banda por gostar de fazer som e acaba dando certo, e o outro que entra na música pela fama.
Iggor Cavalera – É, meu! Por esse lado, eu fiquei superfeliz de ver o Brasil tomar no cu. Até queria que o time ganhasse, mas aqueles jogadores davam dó.
Voltando à música… Em 1996, o Sepultura, digamos, implodiu: Max foi para um lado tocar a vida profissional e você seguiu com o restante da formação por mais 10 anos. Como foi esse período sem o seu irmão na banda, já que vocês sempre pareceram ter uma afinidade muito forte?
Iggor Cavalera – Foi supercomplicado, porque, querendo ou não, tinha todo esse lado que a gente está falando de que eu e ele começamos a parada juntos. Tem horas que – quem tem irmão vai entender – um não fala a língua do outro, as ideias não batem. E acaba acontecendo o que aconteceu com a gente. É triste, mas realidade. O mais legal é que, depois de tudo isso, a gente ainda teve força pra voltar e começar algo novo que é o Cavalera Conspiracy. A vida é muito curta, a gente poderia nunca mais ter tocado, ou um dos dois ter morrido. Fico feliz que a gente conseguiu se recuperar e voltar a tocar junto. É aquela coisa de moleque, de curtir o som mesmo. Eu tenho isso com meu irmão até hoje: a gente troca uns iPods cheio de músicas dentro, coisa que a gente fazia desde os 14 anos. A gente ainda é fã de música, curte muito a hora que está no palco, troca ideia sobre som. Não tem essa de uma hora pra outra viramos rockstars e só falamos de negócios. A gente continua dois moleques que piram na música. Pra mim é gratificante de tocar com ele.
Max tem dito em entrevistas que, para o novo disco do CC, ele ficou enchendo seu saco para você deixar o groove de lado e mandar brasa nas batidas mais retas e velozes. Como foi isso? Achou mais fácil ou mais complicado tocar dessa maneira?
Iggor Cavalera – É muito louco, porque quando eu e o Max começamos a tocar as demos dos três discos do Cavalera, senti onde ele queria chegar. O lance do Pandemoniun foi que chegou uma hora em que a gente viu que a direção do disco era essa: a bateria tinha de ser uma coisa muito minimalista. Isso de tocar sem muitas viradas, sem coisas que eu gosto de fazer, é um puta desafio. Foi legal pra caralho pensar “como que eu consigo tocar esse som sem firula nenhuma? É no peito isso aqui, tá ligado!”. Quando ouço o disco hoje, consigo perceber que foi a ideia certa que eu e ele tivemos no estúdio. É difícil falar sem estar ouvindo o disco, mas, quando o álbum sair, as pessoas entenderão melhor.
Esse registro deve ser realmente mais brutal, puxando para o grind e/ou death?
Iggor Cavalera – É difícil, não sei. Tem influência, mas não sei se vai ser um disco de grindcore. O disco está pesado, bem mais agressivo do que os dois primeiros.
Vi um show do Mixhell alguns anos atrás e achei bem bacana. O fato de você tocar bateria, além de ser responsável por trechos das partes eletrônicas, dá um ar mais orgânico do que se costuma ver em outros artistas do gênero. Como anda o projeto?
Iggor Cavalera – Eu sempre busquei umas ideias novas, de beat e de bateria. E com o Mixhell não é diferente. A ideia é tentar fazer alguma coisa dentro de música eletrônica, que tenha uma puta pegada, que tenha aquela energia forte que vem mais do lado rock e metal. Mas, ao mesmo tempo, não querer fazer um metal eletrônico. Não é minha ideia. Esse era o desafio do projeto: fazer um som com pegada, sem virar uma coisa caricata do tipo ”agora eu toco metal eletrônico”. O motivo de eu estar morando em Londres é por isso, pois aqui tem um mercado gigantesco, onde a gente consegue fazer muito mais show com o Mixhell, trabalhar com gente diferente. No Brasil é um pouco mais complicado.
O ecletismo parece ser uma característica sua: há vídeos nos quais você indica ou usa camisas de gente dos mais variados estilos (Clutch, LL Cool J, Possessed, Godflesh, Agnostic Front…). Isso foi peça chave ao desenvolver seu estilo de tocar? Ainda costuma ouvir de tudo?
Iggor Cavalera – É o único jeito que eu consigo ouvir música. É até meio esquizofrênico, e sempre foi. Eu e o Max éramos assim com o Sepultura. A gente não conseguia ficar separando tudo bonitinho: isso é punk, isso é hardcore. A gente achava legal e ia ouvindo. Lembro quando saiu o Beastie Boys com solo do Kerry King, do Slayer, pensamos: “muito foda!”. Os moleques não acreditavam como a gente podia gostar daquilo. Pra moldar tanto a parte de música, quanto geral, tem de ter uma cabeça mais aberta. E quanto mais idade você tem, mais vai abrindo a cabeça. E não precisa gostar de tudo, porque tem muita bosta, muita música ruim. O lance é sempre procurar coisas que você acha interessante, seja rock, hip hop, industrial, eletrônico ou o que for. Isso é superimportante.
Além do Mixhell e do CC, está envolvido com alguma outra empreitada musical?
Iggor Cavalera – Tem muita ideia. Eu estou querendo fazer algumas coisas novas, de tocar com convidados e fazer uns outros projetos, mas não tem nada na mão ainda. Acho que nessa parte meu irmão está mais adiantado.
A nova passagem do Cavalera Conspiracy pelo Brasil deve ter, além de faixas próprias e do Sepultura, alguma releitura (Nailbomb, Sabbath ou Dead Kennedys?)
Iggor Cavalera – Legal desses shows –que a gente nem esperava –, é que o disco ainda não vai ter saído. Então, vamos conseguir mostrar em primeira mão para o Brasil umas coisas novas ao vivo. Isso vai ser do caralho! Normalmente acontece de a banda chegar no país no fim da tour, quando já não aguenta mais tocar. E a gente vai começar por aí. Vai ter meio que uma zona geral de coisas que eu e o Max fizemos juntos, desde Nailbomb até Sepultura, e bastante coisa do CC. Sobre os covers, a gente deixa as coisas abertas. Às vezes, alguém da banda fica até meio perdido, porque eu e o Max nos olhamos e falamos: “vamos fazer tal coisa”. E o resto dos caras nem sempre estão ligados. Rola meio no susto, de o meu irmão falar pros caras: “senta aí com o iPod e fica tocando tal coisa que pode pintar no show”.
A banda americana de Death Metal, Obituary, está de volta ao Brasil no mês de Abril com a turnê Classic Set-List Take Over. Confira abaixo uma pequena entrevista com o baterista Donald Tardy, onde nos conta sobre as apresentações no Brasil, novos projetos e planos da banda.
Por Priscila Ramos
• Esse ano a Obituary completa 25 anos do debut “Slowly We Rot”, considerado um clássico. O que esse álbum representa na carreira da banda e quais foram as principais mudanças e evoluções até o último álbum, Darkest Day?
Donald Tardy: Eu acredito que “Slowly We Rot” é o álbum que mais nos representa simplesmente porque faz tanto tempo que ele foi gravado e o fato de que éramos adolescentes escrevendo música que ajudou a mudar a face da música no planeta. Não tínhamos a menor ideia de que fazíamos ao lado de uma enorme e importante mudança no cenário musical, nós gostávamos do que fazíamos e acreditávamos que isso era o que as outras pessoas da nossa idade queriam ouvir. Foi um momento muito legal do início da cena metal em Tampa Florida e eu tenho orgulho que a Obituary fez parte disso. Quanto à nossa evolução…sempre nos consideramos como homens da caverna quando se trata do nosso estilo e das nossas habilidades com os nossos instrumentos. Não somos os melhores músicos e nem nunca afirmamos ser. O que nós temos é uma química entre os membros, quando escrevemos músicas juntos há algo especial nisso. Realmente não posso explicar e não gosto nem de pensar nisso. Eu acho que somos apenas metal heads que amam música e tentamos tocar um estilo que gostaríamos de ouvir como um fã.
• Vocês finalizaram as composições do novo álbum, sucessor ao Darkest Day, o que vocês podem nos adiantar sobre essa produção?
Donald Tardy: Nós estamos gravando esse álbum por conta própria. Estamos no meio da gravação e não poderíamos estar mais empolgados sobre isso. Esse é o terceiro álbum que gravamos por conta própria e o som está ficando muito pesado. Esperamos finalizá-lo antes da turnê na América do Sul e esperamos pela data de lançamento em 8 de Julho. Soa como um clássico Obituary muito pesado, midtempo, groovy metal. Não tentamos reinventar a roda com a nossa música e como sempre nós só tocamos o estilo que gostamos de ouvir.
• A banda lançou uma campanha no Kickstarter para arrecadar fundos para a gravação desse álbum de forma independente. Como foi essa experiência?
Donald Tardy: A campanha no Kickstarter foi uma experiência divertida e nos mostrou exatamente quão dedicados são os nossos fãs. Todo mundo realmente participou e nos apoiou e estamos muito orgulhosos disso. Somos capazes de gravar esse álbum por conta própria com a renda que nossos fãs trouxeram e nós apreciamos isso tremendamente.
• Obituary está de volta ao Brasil com alguns shows agendados no mês de Abril. O que os fãs podem esperar da turnê Classic Set-List Take Over?
Donald Tardy: Colocamos um ótimo setlist na turnê no Brasil. Estaremos tocando músicas apenas dos três primeiros álbuns. Todas as músicas clássicas que todo mundo quer ouvir, juntamente com algumas novas para dar um aperitivo do novo álbum. Estamos esperando ansiosamente por essa viagem para encontrar os fãs e tocar as músicas.
• Qual é a expectativa da banda em voltar a tocar no Brasil? Quais são as lembranças que vocês tem das passagens anteriores pelo país?
Donald Tardy: Mal posso esperar para voltar ao Brasil. Nossa última vez foi destruidora e estamos esperando ansiosamente por essa viagem. É sempre bom conhecer pessoas, comer as comidas e aproveitar o país. Os fãs brasileiros são muito apaixonados com a música e mal podemos esperar para apresentar essas músicas novas para vocês.
• Quais são os próximos planos e projetos da banda? Existe a possibilidade da gravação de um novo DVD ao vivo?
Donald Tardy: O principal projeto obviamente é o novo álbum que será lançado em Julho, seguido de uma turnê, mas nós temos outros projetos que estamos no meio disso agora, incluindo um documentário em DVD do Obituary, da gravação nos estúdios Morrisound e sobre o início da cena death metal na Flórida. Este será um DVD bem interessante para os fãs de metal que querem saber mais sobre o início do cenário na Florida e em Tampa e como era nos anos oitenta e noventa.
• Quais as bandas que vocês estão ouvindo ultimamente?
Donald Tardy: Novo Carcass. Psycroptic. Dust Bolt. Danko Jones… e todas as outras bandas que eu ainda gosto de ouvir: Lynyrd Skynyrd, Outlaws, Stevie Ray Vaughn, Dio, Alice in Chains. Nirvana, Hank III e claro, Slayer antigo.
• Em relação às bandas brasileiras, quais vocês conhecem ou ouvem?
Donald Tardy: Honestamente não acompanho muito as bandas de metal brasileiras, especialmente as novas, mas eu mal posso esperar para chegar lá e ter alguns CD’s de bandas novas para ouvir o que está acontecendo no Sul.
• Obrigada pela entrevista, deixo o espaço aberto para que enviem uma mensagem aos fãs brasileiros.
Donald Tardy: Estamos realmente ansiosos por essa viagem para o Brasil e esperamos que todos vão aos shows e se divirtam com o set list clássico e conheça a banda. Obrigado e nos vemos logo!
Obituary no Brasil 2014 – Informações gerais:
Obituary em Salvador, Bahia (25 de abril de 2014)
Bandas de abertura: Headhunter D.C. e Malefactor
Local: Bali Beach Club
Endereço: Avenida Otávio Mangabeira, 11988 – Piatã
Horário: 21 horas (show principal).
Ingressos antecipados:
R$ 70,00 (1º lote), R$ 80,00 (2º lote) e R$ 90,00 (portaria)
Venda online: https://ticketbrasil.com.br/show/obituary-ba/ingressos em até 12 vezes no cartão de crédito (site cobra taxa de serviço).
Pontos de venda de ingresso físico:
Lojas Foxtrot (Loja Piedade: Rua Direita da Piedade, Centro); e Loja Shopping Bela Vista (rua dos Rodoviários, L1, Horto Bela Vista).
Capacidade da casa: 2000 pessoas
Censura: 16 anos
Informações: http://www.balibeachclub.com.br / Tel: (71) 3367-1234
Obituary no Abril Pro Rock – Olinda, Pernambuco (26 de abril de 2014)
Local: Chevrolet Hall
Endereço: Avenida Agamenon Magalhães, s/n – Complexo do Salgadinho
Informações: (081) 3207-7500 e www.facebook.com/festivalabrilprorock
Obituary em São Paulo, SP (27 de abril de 2014)
Bandas de abertura: a confirmar.
Local: Clash Club
Endereço: Rua Barra Funda, 969 – Barra Funda
Horário: 20 horas (show principal). A casa abre às 17 horas.
Ingressos Antecipados: 1º Lote
Pista: R$ 70 (meia entrada) e R$ 80 (promocional)
Camarote: R$ 140 (meia entrada) e R$ 160 (promocional)
Pontos de venda de ingresso físico:
Lojas Mutilation (2º Andar – Loja 370. Tel: 11 – 3222-8253) e Moshi Moshi (2º Andar – Loja 354. Tel: 11 – 3331-1073) na Galeria do Rock, Rua 24 de Maio, 62 – São Paulo/SP.
Rock’n’Roll Burger – Rua Augusta, 538 – São Paulo/SP – Telefone (11) 3255-0351
Loja Ratus – Rua Dona Elisa Flaquer, 286 – Santo André/SP – Telefone (11) 4990-5163
Pontos de venda online: Paranoid, Hole e Lady Snake (Galeria do Rock), Shopping Oriente, Cadaqual e Twister Games (São Paulo), Metal Music (Santo André) e Age of Dreams (São Bernardo do Campo).
Venda online: https://ticketbrasil.com.br/show/obituary-sp/ em até 12 vezes no cartão de crédito (site cobra taxa de serviço).
Capacidade da casa: 500 pessoas
Censura: 16 anos
Estacionamento: R$20
Informações: http://www.clashclub.com.br/ / Tel: (11) 3661-1500
A banda Paradise Lost foi formada em 1988 na Inglaterra e seu primeiro debut álbum foi lançado em 1990 com grandes influências de Death Metal. Já com o seu segundo álbum “Gothic”, a banda ganha reconhecimento mundial e agrada a crítica e fãs com passagens orquestradas, guitarras com afinação grave, aliado com vocais femininos tétricos ao fundo e solos obscuros.
Ao longo da década de 90 a banda segue no seu estilo Doom/Gothic Metal até o álbum “Host” que foi considerado fora do estilo da banda e desagradando alguns fãs pela quase ausência de guitarras e peso em suas composições.
Em 2002 a banda lança “Symbol of Life” que seria o retorno ao seu estilo mais obscuro com guitarras pesadas. Este álbum segue o estilo consagrado da banda apresentado em álbuns como Gothic (1991), Icon (1993) e Draconian Times (1995).
Hoje a banda segue na divulgação do álbum “Tragic Idol” de 2012 e da coletânea “Tragic Illusion 25″, que foi lançado em 2013 para comemoração dos 25 anos de carreira da banda. O lançamento conta com algumas raridades e a faixa ”The Last Fallen Saviour” , originalmente lançada em um álbum da revista Decibel.
Com datas confirmadas em abril pela América do Sul e Brasil, a banda Paradise Lost volta com seu estilo único para 5 apresentações da sua “Tragic Illusion Tour 2014”. A banda se apresenta no dia 8 de abril no México, dia 10 no Chile, dia 11 em Curitiba, dia 12 em São Paulo e dia 13 na Argentina.
Aproveitando a nova passagem, o guitarrista Greg Mackintosh concedeu uma entrevista exclusiva ao Agenda Metal, contando um pouco mais sobre os 25 anos da banda; confira:
A banda tem mais de 25 anos… O que você pensa sobre isso? E qual é o segredo de se manter por tantos anos?
Greg: Eu estou tão surpreso quanto qualquer um que nós ainda estamos aqui e aproveitando 25 anos depois. O segredo é se divertir e não planejar muito.
Assim como Anathema e My Dying Bride vocês definiram um novo gênero. Com o passar dos anos, essas bandas tomaram seu próprio rumo. Vocês ainda escutam essas bandas? Ainda os consideram similares ao Paradise Lost?
Greg: Essas bandas vieram alguns anos depois de nós e nós somos grandes amigos de ambas as bandas. Como você mesmo disse, nós tomamos um rumo diferente, e isto que é legal sobre a diversidade na música. Você pode começar e terminar no mesmo momento, mas qualquer coisa que aconteça além disso é totalmente aberto. Eu acho que nós ainda somos parecidos quanto ao fato de que tocamos música melancólica.
Se levar em conta o que as pessoas consideram gothic metal hoje em dia, Paradise Lost não se encaixa nesse gênero, no entanto, muitas bandas atuais consideram vocês como a principal influência. Vocês se veem como um modelo a ser seguido na cena Doom-Gothic?
Greg: De jeito nenhum. Eu acho que toda banda é influenciada por alguém. Isso é natural. É muito humilde quando bandas que eu respeito nos citam como uma influência.
A discografia do Paradise Lost é diversa, com muitos álbuns diferentes. Acho que podemos definir certos períodos da banda no decorrer da carreira. O que vocês mais gostam durante todo o período e quais que poderiam ter feito melhor?
Greg: Obviamente certas coisas poderíamos ter realizado ou gravado melhor, mas eu não acredito em arrependimento. Eu me orgulho de tudo que fizemos no passado, porque sem o menor dos detalhes não estaríamos aqui hoje.
Uma dos pontos fortes da banda é a habilidade de lançar novos álbuns com diferentes sonoridades. Qual é a importância disso para você e para a banda em continuar superando limites?
Greg: Não superamos limites intencionalmente. Nós apenas tratamos cada álbum de maneira única. Não pensamos no passado ou no futuro quando compomos um álbum. Tudo o que importa é o que sentimos naquele momento. A única razão que difere a maioria dos álbuns é que a nossa perspectiva se alterou ao longo do tempo.
Depois de Draconian Time (o álbum de maior sucesso da banda) veio One Second, com toda controvérsia sobre o “som comercial”. Eu sempre comparei essa situação com o Black Album e Load do Metallica, mas no caso da banda, vocês nunca perderam a simpatia dos fãs sobre a sua “reputação no metal” e vocês confirmaram essa reputação com ótimos álbuns como Symbol of Life, Paradise Lost ou In Requiem. Vocês estavam conscientes disso durante o processo de composição?
Greg: Não. Nunca pensamos sobre as influências externas quando fazemos um álbum. Cada álbum deveria ter seus próprios méritos. Eu gosto de certos álbuns de uma banda e outros não, e isso é natural.
Esta é uma típica pergunta para os artistas: você segue seu instinto ou faz aquilo que os fãs querem? Como administra isso?
Greg: Apenas sigo meus instintos independente das consequências. Por experiência, sei que não há como agradar a todos então eu nem tento. É espontâneo.
Começamos a entrevista falando sobre os 25 anos da banda e continuamos falando sobre a diversidade da música ao longo dos anos. O que podemos esperar dos próximos álbuns do Paradise Lost?
Greg: Estamos agora em processo de composição e esperamos entrar em estúdio em Junho. O novo material terá partes que chocará os fãs e terá elementos que não usamos há muito tempo.
Confira abaixo o serviço completo da apresentação em São Paulo.
Serviço São Paulo
Data: 12 de Abril de 2014 – Sábado
Local: Clash Club
Endereço: Rua Barra Funda, 969 – Santa Cecília
Horários:
Abertura da casa: 19:00
Show Paradise Lost: 21:00